Boulos: “Dos 3 deputados mais votados por SP, sou o único trabalhando”
Durante uma agenda na zona sul de SP, o ministro Guilherme Boulos comentou sobre a cassação dos mandatos de Eduardo Bolsonaro e Ramagem
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, comentou, neste sábado (20/12), sobre a cassação dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), além da renúncia da deputada Carla Zambelli (PL-SP), durante uma agenda do Governo Federal na favela do Heliópolis, na zona sul de São Paulo.
Em entrevista à imprensa, Boulos levantou o fato de ser o único dos três deputados mais votados de São Paulo na última eleição que está no Brasil, “fazendo trabalhos”. Ele está licenciado do mandato de parlamentar para cumprir a função como ministro.
“Aliás, aqui uma curiosidade. Nós estamos em São Paulo. Os três deputados mais votados foram eu [Guilherme Boulos], a Carla Zambelli e o Eduardo Bolsonaro na eleição passada. Eu sou o único que estou no Brasil. Aliás, aqui em Heliópolis, fazendo trabalho. Os outros dois são parte da vida”, afirmou o ministro.
Para ele, Eduardo, Ramagem e Zambelli deveriam ter sido cassados “há muito tempo”, alegando que os dois tramaram e conspiraram contra o Brasil, antes de fugirem.
“Mas ainda é pouco. Os crimes que eles cometeram, essa gente ainda vai ter que pagar, responder na Justiça, no banco dos réus, e responder pelo crime que cometeram”, finalizou o ministro.
Zambelli não perdeu o mandato após o plenário da Câmara dos Deputados rejeitar sua cassação. Ela, no entanto, renunciou ao cargo. A parlamentar deixou o Brasil em busca de asilo político em terras italianas após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pela invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023.
Já Eduardo foi cassado por excesso de faltas na Casa. Ele está nos Estados Unidos desde fevereiro, sem autorização para votação à distância. Inicialmente, o parlamentar entrou de licença, mas o prazo acabou.
Ramagem, assim como Eduardo, também teve seu mandato cassado pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Ele foi condenado pelo STF a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão em regime inicial fechado por participação na trama golpista de 2022. Ele deixou o país, driblando ordem da Corte, e também está nos Estados Unidos.
Indireta para governo de SP
Durante sua fala sobre o programa Governo do Brasil na Rua, com oferta de serviços e políticas públicas aos moradores do bairro, Boulos mandou indiretas para o prefeito de São Paulo e antigo adversário político, Ricardo Nunes (MDB), e para o governador do estado Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O ministro afirmou que os dois não mostraram interesse em se aproximar do Governo Federal e levar políticas públicas para o programa.
“O presidente Lula que não tem medo de entrar numa favela. Tem um governador por aí que é aplaudido de pé na Faria Lima. O presidente Lula é aplaudido de pé aqui em Heliópolis, em Paraisópolis, nas comunidades e nas periferias desse Brasil. Nos dois casos, quem aplaude está certo. Quem aplaude o Tarcísio na Faria Lima está certo, porque ele defende aquelas turma lá. Quem aplaude o Lula aqui na comunidade está certo também, porque ele defende o povo”, disse Boulos.
Programa federal
O programa Governo do Brasil na Rua chegou na favela do Heliópolis, na zona sul de São Paulo, na manhã deste sábado e oferece serviços básicos, como de acesso a dentista em unidades móveis, perícias médicas e outros atendimentos do INSS.
Além disso, o programa também oferece carteira de identidade e microchipagem de cães e gatos, renegociação de dívidas da Caixa, cadastro para o ID Jovem, que dá direito a passagem gratuita em ônibus interestadual, e atualização da vacinação para crianças e adultos.
Os serviços estarão disponíveis para a população até as 16h deste sábado, na rua Marechal Pimentel, ao lado da Paróquia Santa Edwiges.
Segundo previsão do ministro, o número de atendimentos no Heliópolis não deve superar o índice de estreia, em Ceilândia, Brasília, pelo fato de o evento ocorrer em data próxima às festas de fim de ano.
Boulos também mencionou que o programa deve ser desativado em julho de 2026, para não infringir leis eleitorais que entrarão em vigor a partir do período, mas afirmou que o 25 cidades devem ser atendidas pela iniciativa até a metade do ano que vem.
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