Candidatura de Tarcísio “enterra” Bolsonaro, afirma líder do PT

Para o deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, uma eventual candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) à Presidência da República em 2026 poderá “enterrar” Jair Bolsonaro politicamente. Em entrevista ao Metrópoles, Farias avaliou que o ex-presidente já vem sendo abandonado por aliados e pode ser “esquecido” caso seja transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Farias afirma que o objetivo de emplacar um dos filhos do ex-presidente – o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) – como candidato da direita seria manter “vivo” o nome da família. 3 imagensFechar modal.1 de 3

Tarcísio de Freitas é apontado pelo Centrão como candidato a presidente na ausência de BolsonaroIsabella Finholdt / Metrópoles2 de 3

O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser transferido para a PapudaHUGO BARRETO/METRÓPOLES @hugobarretophoto3 de 3

Lindbergh Farias critica PL Antifacção de DerriteReprodução / Metrópoles

“Qual é o problema que eu vejo na outra candidatura da direita? Eu acho que tem uma parte do Centrão tentando construir o Tarcísio, mas eu acho que, se o Bolsonaro fizer esse movimento de apoiar o Tarcísio, ele vai enterrar o bolsonarismo e ele vai ser esquecido lá na Papuda. Sendo muito franco”, disse Farias.

“Então eles calculam dessa forma. Qual é a lógica dessa turma do Centrão? Com o Tarcísio, esquece o Bolsonaro. Quem tem voto mesmo nesse contexto é o Bolsonaro. Vai ter sempre um do lado de lá pensando: ‘É melhor um candidato com o nome Bolsonaro pra nós segurarmos esse nosso voto, pra segurarmos essa base’. O que pode estar certo”, observou o líder do PT.

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“Beijo da morte”

O deputado disse ainda que a escolha de um candidato da direta sem o sobrenome Bolsonaro deverá prejudicar candidaturas de aliados à Câmara e ao Senado e representaria um “beijo da “morte” no ex-presidente.

“Se não tiver alguém com o nome Bolsonaro candidato, aqueles deputados mais bolsonaristas vão perder mandatos. Então tem esse dilema. Eu acho que, se o Bolsonaro apoiar o nome do Tarcísio e abrir mão, ele sai da história. Aquela força política dele é dissipada, vão deixar de falar nele. Já notou que pararam de falar no Bolsonaro? Na próxima semana, devem falar porque ele deve ser preso, mas ele sumiu dos noticiários”, afirmou.

“Eu entendo o funcionamento deles. Se eles passam o bastão pro Tarcísio, acabou o Bolsonaro. Aí a morte é definitiva. Acabou o Eduardo Bolsonaro. Acabou todos. Eu entendo a lógica deles. Se eu fosse um filho deles, eu ia dizer: ‘O nome tem que ser Bolsonaro’ até o final. Se passarem para o Tarcísio, é o beijo da morte”, disse Farias.