Falha no WhatsApp: 3,5 bilhões de dados de usuários foram acessados
Com método de busca de contatos considerado simples, universitários conseguiram, em questão de horas, o número, a foto e o texto de perfis
Usando um método considerado simples para busca de contatos no WhatsApp, um grupo de pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, conseguiu extrair os números de telefone de 3,5 bilhões de usuários do serviço de mensagens. Segundo o site americano Wired, 57% desse total ainda tiveram suas fotos de perfil expostas e outros 29%, o texto dos perfis também.
A rapidez com que os dados foram acessados também foi grande: cerca de 100 milhões de números por hora.
De acordo com o estudo, esse seria o “maior vazamento de dados da história, caso não tivesse sido compilado como parte de um estudo de pesquisa conduzido de forma responsável”. Após a conclusão da pesquisa, os autores disseram que alertaram a Meta, em abril deste ano, sobre as descobertas e excluíram a cópia dos 3,5 bilhões de números de telefone.
Apesar de aumentar a segurança dos dados em outubro, a Meta agradeceu aos universitários, mas alegou que o que foi acessado foram “informações básicas de domínio público” e que já estavam usando sistemas anti-raspagem, que acabaram sendo testados pelo estudo.
“Não encontramos evidências de que agentes maliciosos tenham abusado desse vetor. Vale lembrar que as mensagens dos usuários permaneceram privadas e seguras graças à criptografia de ponta a ponta padrão do WhatsApp, e nenhum dado não público foi acessível aos pesquisadores,” afirmou Nitin Gupta, vice-presidente de engenharia do WhatsApp.
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Outro dado do estudo mostrou que quanto mais o país tem usuários do WhatsApp, menor é a ativação das configurações de privacidade do aplicativo. O Brasil foi citado nessa proporção inversa e os números mostram que, dos 206 milhões de números brasileiros encontrados, 61% tinham fotos de perfil públicas.
Durante os esforços da pesquisa, também foram encontrados milhões de números de telefone registrados no WhatsApp em países onde o aplicativo é oficialmente proibido — como 2,3 milhões na China e 1,6 milhão em Mianmar.
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