Comércios são fechados em ação contra intoxicação por metanol. Veja
Um dos estabelecimentos fechados fica em bairro nobre de SP. Dois suspeitos foram presos em operação contra intoxicação por metanol

O diretor do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, Manoel de Lara, afirmou, na tarde desta terça-feira (30/9), que pelo menos quatro estabelecimentos comerciais já foram fechados durante as operações contra a intoxicação por metanol em bebidas em São Paulo.
Um dos bares fechados está localizado na Alameda Lorena, noss Jardins, bairro nobre na zona oeste da capital paulista (veja abaixo). Segundo o diretor, outros comércios — na Mooca, Vila Mariana e em São Bernardo do Campo — também foram lacrados.
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Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles2 de 4
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Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles
A Vigilância Sanitária e o Procon-SP devem divulgar balanços atualizados com todos os estabelecimentos fechados.
De acordo com o governo de São Paulo, quatro distribuidoras foram identificadas como suspeitas durante as operações desta terça. Além disso, dois suspeitos foram presos e 50 mil garrafas de bebidas com suspeita de adulteração foram apreendidas. Outros 15 milhões de selos fraudados foram encontrados.
Só nesta terça-feira (30/9), 112 garrafas de vodca foram apreendidas em diferentes pontos da capital paulista, incluindo 17 na Mooca. Agora, a investigação visa rastrear a origem das distribuidoras e os fluxos de pagamento. Os donos de estabelecimentos já prestaram esclarecimentos, e as investigações avançam sobre a cadeia de distribuição a partir das vítimas identificadas.
Em nota, o Torres Bar, na Mooca, um dos estabelecimentos interditados, afirma que está colaborando integralmente com todos os órgãos de fiscalização competentes. “Todos os nossos produtos são adquiridos de distribuidoras oficiais e parceiros de longa data, que sempre prestaram serviço de confiança e credibilidade ao longo da nossa trajetória”, diz parte do comunicado. A administração diz ainda que, ao longo de 22 anos, nunca se deparou com ocorrências desse tipo.
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Em setembro, 43 mil fiscalizações foram realizadas em estabelecimentos comerciais espalhados em todo o estado.
Até o momento, o governo confirma sete casos de intoxicação por metanol, com suspeita de consumo de bebida adulterada. Outros 15 casos seguem em investigação. Já foram registrados cinco mortes: uma na capital e quatro ainda em análise — três em São Paulo e um em São Bernardo do Campo. Quatro casos foram descartados.
Linhas de investigação
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) descarta, por ora, o envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC), considerando a estrutura de fabricação encontrada.
A suspeita é que as práticas sejam realizadas por quadrilhas independentes, uma vez que nunca havia registro de uso de metanol na adulteração. Entre as linhas de investigação, estão a hipótese de contaminação indireta, acidente no processo ou até o uso da substância para lavagem de garrafas reaproveitadas.
Gabinete de crise
Um gabinete de crise foi implementado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta terça. A medida foi determinada após uma reunião técnica, realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, para detalhar as medidas adotadas no combate à intoxicação por metanol e a investigação dos envolvidos.
O governo afirmou que fará a interdição cautelar de estabelecimentos com suspeita de comercialização de bebidas fraudadas, mas não informou o número de interdições, nem quais serão os locais interditados.
“É fundamental fazer esse fechamento cautelar de todos os estabelecimentos em que tivemos ocorrência para aprofundar a investigação. A preocupação é garantir a segurança do cidadão. O estabelecimento só vai ser liberado para voltar a funcionar se tivermos certeza que está seguro”, afirmou o governador do estado, Tarcísio de Freitas.
Alerta
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo emitiu, nesta terça-feira (30/9), um alerta aos profissionais de saúde sobre o risco de intoxicação por ingestão de metanol.
O aviso foi realizado por meio do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) e do Centro de Vigilância Sanitária (CVS). A substância pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas ou adulteradas e, por ser altamente tóxica, leva à cegueira permanente e até ao óbito.
O alerta divulgado aos serviços de saúde do estado reforça que os sinais e sintomas costumam aparecer entre 6 e 24 horas após a ingestão.
Sintomas de intoxicação por metanol
- Sonolência
- Tontura
- Dor abdominal
- Náuseas
- Vômitos
- Confusão mental
- Taquicardia
- Visão turva
- Fotofobia
- Convulsões
- Acidose metabólica
Nos casos mais graves, pode haver cegueira irreversível, choque, pancreatite, insuficiência renal e comprometimento neurológico.
Segundo a pasta, o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve ser avaliado imediatamente e realizar exames laboratoriais e avaliação oftalmológica. O alerta emitido traz orientações técnicas sobre a conduta clínica a ser adotada nestes casos.
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