Juiz decide que governo Trump agiu de forma inconstitucional ao prender estudantes estrangeiros pró-Palestina

Donald Trump Kevin Lamarque/Reuters Um juiz dos Estados Unidos decidiu nesta terça-feira (30) que o governo do presidente Donald Trump agiu de forma inconstitucional ao adotar uma política de revogação de vistos, prisão, detenção e deportação de estudantes e professores estrangeiros envolvidos em manifestações pró-Palestina em campi universitário do país. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Em uma decisão de 161 páginas, o juiz distrital de Boston, William Young, deu um parecer favorável a uma ação movida por entidades que representam o corpo docente de universidades e concluiu que o governo está restringindo a liberdade de expressão, violando a Primeira Emenda da Constituição. Os Departamentos de Estado e de Segurança Interna dos EUA "agiram em conjunto para usar indevidamente os amplos poderes de seus respectivos escritórios para deportar cidadãos pró-palestinos principalmente por conta de seu discurso político protegido pela Primeira Emenda. Eles fizeram isso para incutir medo em indivíduos pró-palestinos não cidadãos em situação semelhante, restringindo proativamente - e efetivamente - a expressão pró-palestina legal e negando intencionalmente a tais indivíduos - incluindo os demandantes aqui - a liberdade de expressão que é seu direito", afirmou. Na sentença, Young também criticou o Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA. Disse que o uso de máscaras por agentes durante a prisão de imigrantes tem um "único motivo: aterrorizar os americanos e fazê-los ficar quietos". O juiz, que foi indicado pelo presidente republicano Ronald Reagan, ainda apontou que as ações do governo contra estudantes e professores universitários faz parte de uma campanha maior de Trump contra a liberdade de expressão, que também atinge o meio jurídico e os meios de comunicação: "Enquanto o presidente naturalmente busca aplausos calorosos e aceitação alegre e acolhedora de suas opiniões, no mundo real ele se contenta com silêncio taciturno e obediência". EUA: estudantes pró-Palestina ocupam prédio da Universidade de Columbia A ação foi movida em março pela Associação Americana de Professores Universitários e suas filiais em Harvard, Rutgers e Universidade de Nova York, e pela Associação de Estudos do Oriente Médio. Os advogados dos autores do processo saudaram a decisão: "As deportações ideológicas do governo desonram a Primeira Emenda e a democracia", disse Ramya Krishnan, advogada de um dos demandantes, um instituto da Universidade de Columbia, em um comunicado. A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário. Deportação de estudante A prisão de Mahmoud Khalil, estudante recém-formado pela Universidade de Columbia e um dos líderes dos protestos no campus, levou à abertura do processo. Primeiro alvo dos esforços de Trump para deportar estudantes não cidadãos com opiniões pró-palestinas ou anti-Israel, em março, Khalil foi preso, mas foi solto em junho, após a decisão de um juiz federal. Mahmoud Khalil fala com membros da mídia em junho de 2024 REUTERS/Jeenah Moon Apesar de Khalil ter o green card, o governo Trump busca a deportação do rapaz de 30 anos, afirmando que pessoas que não têm cidadania americana que participam desse tipo de protesto têm posicionamento supostamente antissemita e deveriam ser expulsas do país. No dia 17 de setembro, uma juíza de imigração dos Estados Unidos ordenou a deportação de Mahmoud Khalil, estudante e ativista pró-Palestina, para a Síria ou Argélia, argumentando que ele teria omitido informações em sua solicitação de green card. Os advogados de Khalil disseram que pretendem recorrer da ordem de deportação, mas que decisões separadas de um tribunal distrital federal continuam em vigor, proibindo o governo de deportá-lo ou detê-lo imediatamente enquanto seu processo federal prossegue. Nascido na Síria e filho de palestinos, Khalil possui residência permanente nos Estados Unidos. Após ser detido, foi transferido para um centro de imigração na Louisiana, a quase 2 mil km da universidade.

Sep 30, 2025 - 18:00
 0  0
Juiz decide que governo Trump agiu de forma inconstitucional ao prender estudantes estrangeiros pró-Palestina

Donald Trump Kevin Lamarque/Reuters Um juiz dos Estados Unidos decidiu nesta terça-feira (30) que o governo do presidente Donald Trump agiu de forma inconstitucional ao adotar uma política de revogação de vistos, prisão, detenção e deportação de estudantes e professores estrangeiros envolvidos em manifestações pró-Palestina em campi universitário do país. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Em uma decisão de 161 páginas, o juiz distrital de Boston, William Young, deu um parecer favorável a uma ação movida por entidades que representam o corpo docente de universidades e concluiu que o governo está restringindo a liberdade de expressão, violando a Primeira Emenda da Constituição. Os Departamentos de Estado e de Segurança Interna dos EUA "agiram em conjunto para usar indevidamente os amplos poderes de seus respectivos escritórios para deportar cidadãos pró-palestinos principalmente por conta de seu discurso político protegido pela Primeira Emenda. Eles fizeram isso para incutir medo em indivíduos pró-palestinos não cidadãos em situação semelhante, restringindo proativamente - e efetivamente - a expressão pró-palestina legal e negando intencionalmente a tais indivíduos - incluindo os demandantes aqui - a liberdade de expressão que é seu direito", afirmou. Na sentença, Young também criticou o Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA. Disse que o uso de máscaras por agentes durante a prisão de imigrantes tem um "único motivo: aterrorizar os americanos e fazê-los ficar quietos". O juiz, que foi indicado pelo presidente republicano Ronald Reagan, ainda apontou que as ações do governo contra estudantes e professores universitários faz parte de uma campanha maior de Trump contra a liberdade de expressão, que também atinge o meio jurídico e os meios de comunicação: "Enquanto o presidente naturalmente busca aplausos calorosos e aceitação alegre e acolhedora de suas opiniões, no mundo real ele se contenta com silêncio taciturno e obediência". EUA: estudantes pró-Palestina ocupam prédio da Universidade de Columbia A ação foi movida em março pela Associação Americana de Professores Universitários e suas filiais em Harvard, Rutgers e Universidade de Nova York, e pela Associação de Estudos do Oriente Médio. Os advogados dos autores do processo saudaram a decisão: "As deportações ideológicas do governo desonram a Primeira Emenda e a democracia", disse Ramya Krishnan, advogada de um dos demandantes, um instituto da Universidade de Columbia, em um comunicado. A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário. Deportação de estudante A prisão de Mahmoud Khalil, estudante recém-formado pela Universidade de Columbia e um dos líderes dos protestos no campus, levou à abertura do processo. Primeiro alvo dos esforços de Trump para deportar estudantes não cidadãos com opiniões pró-palestinas ou anti-Israel, em março, Khalil foi preso, mas foi solto em junho, após a decisão de um juiz federal. Mahmoud Khalil fala com membros da mídia em junho de 2024 REUTERS/Jeenah Moon Apesar de Khalil ter o green card, o governo Trump busca a deportação do rapaz de 30 anos, afirmando que pessoas que não têm cidadania americana que participam desse tipo de protesto têm posicionamento supostamente antissemita e deveriam ser expulsas do país. No dia 17 de setembro, uma juíza de imigração dos Estados Unidos ordenou a deportação de Mahmoud Khalil, estudante e ativista pró-Palestina, para a Síria ou Argélia, argumentando que ele teria omitido informações em sua solicitação de green card. Os advogados de Khalil disseram que pretendem recorrer da ordem de deportação, mas que decisões separadas de um tribunal distrital federal continuam em vigor, proibindo o governo de deportá-lo ou detê-lo imediatamente enquanto seu processo federal prossegue. Nascido na Síria e filho de palestinos, Khalil possui residência permanente nos Estados Unidos. Após ser detido, foi transferido para um centro de imigração na Louisiana, a quase 2 mil km da universidade.

What's Your Reaction?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow

tibauemacao. Eu sou a senhora Rosa Alves este e o nosso Web Portal Noticias Atualizadas Diariamente