Comissão de Relações Exteriores da Câmara ataca nota do Itamaraty sobre guerra entre Israel e Irã

Na nota, o Itamaraty condenou 'com veemência' as ofensivas de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares iranianas. O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Filipe Barros (PL-PR), afirmou nesta segunda-feira (24) que a posição do governo brasileiro sobre o conflito entre Israel e Irã está “alinhada ao regime de Teerã”. A declaração se refere à nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), no domingo (23), condenando ataques a instalações nucleares no Irã. Na nota, o Itamaraty condenou “com veemência” as ofensivas de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares iranianas. Segundo o MRE, essas ações violam a soberania do Irã, a Carta das Nações Unidas e normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O texto também alerta para os riscos de contaminação radioativa e de desastres ambientais, destacando a ameaça à saúde de populações civis. Para o deputado Filipe Barros, no entanto, “a destruição do programa nuclear iraniano era desejada por boa parte do mundo, principalmente pela Europa e pela Liga Árabe”. Segundo ele, “enquanto a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, exortava as partes a retornarem à mesa de negociações, o Brasil condenava EUA e Israel por, supostamente, violarem a soberania iraniana”. Barros também disse que o ataque dos Estados Unidos a três usinas nucleares iranianas, no último sábado (22), foi um “ato corajoso e necessário”. Ele defendeu que Israel “está fazendo o serviço sujo desejado pelos europeus e árabes” ao tentar impedir o desenvolvimento de armas de destruição em massa pelo Irã. Ataques dos EUA ao Irã: as perguntas ainda não (totalmente) respondidas sobre radiação Itamaraty evita resposta direta Procurado, o Ministério das Relações Exteriores informou que não vai se manifestar oficialmente sobre as críticas do deputado. Reservadamente, no entanto, diplomatas ouvidos pelo g1 afirmam que o Brasil tem buscado se manter ao lado do direito internacional e da solução pacífica dos conflitos. Ataque do Irã em Doha, no Catar Reuters Eles negam que o país esteja “tomando partido” e apontam que o governo brasileiro também se posicionou em defesa de Israel quando o país foi atacado pelo grupo Hamas, em outubro de 2023. O mesmo ocorreu em relação à Ucrânia, após a invasão russa. Segundo essas fontes, a diplomacia brasileira não silenciou diante de nenhuma violação clara às normas internacionais, incluindo as ações recentes de Israel na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, no Líbano e agora no Irã. INFOGRÁFICO - Arte explica ataque dos EUA ao Irã e resposta de Teerã. Arte/g1

Jun 23, 2025 - 21:30
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Comissão de Relações Exteriores da Câmara ataca nota do Itamaraty sobre guerra entre Israel e Irã

Na nota, o Itamaraty condenou 'com veemência' as ofensivas de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares iranianas. O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Filipe Barros (PL-PR), afirmou nesta segunda-feira (24) que a posição do governo brasileiro sobre o conflito entre Israel e Irã está “alinhada ao regime de Teerã”. A declaração se refere à nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), no domingo (23), condenando ataques a instalações nucleares no Irã. Na nota, o Itamaraty condenou “com veemência” as ofensivas de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares iranianas. Segundo o MRE, essas ações violam a soberania do Irã, a Carta das Nações Unidas e normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O texto também alerta para os riscos de contaminação radioativa e de desastres ambientais, destacando a ameaça à saúde de populações civis. Para o deputado Filipe Barros, no entanto, “a destruição do programa nuclear iraniano era desejada por boa parte do mundo, principalmente pela Europa e pela Liga Árabe”. Segundo ele, “enquanto a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, exortava as partes a retornarem à mesa de negociações, o Brasil condenava EUA e Israel por, supostamente, violarem a soberania iraniana”. Barros também disse que o ataque dos Estados Unidos a três usinas nucleares iranianas, no último sábado (22), foi um “ato corajoso e necessário”. Ele defendeu que Israel “está fazendo o serviço sujo desejado pelos europeus e árabes” ao tentar impedir o desenvolvimento de armas de destruição em massa pelo Irã. Ataques dos EUA ao Irã: as perguntas ainda não (totalmente) respondidas sobre radiação Itamaraty evita resposta direta Procurado, o Ministério das Relações Exteriores informou que não vai se manifestar oficialmente sobre as críticas do deputado. Reservadamente, no entanto, diplomatas ouvidos pelo g1 afirmam que o Brasil tem buscado se manter ao lado do direito internacional e da solução pacífica dos conflitos. Ataque do Irã em Doha, no Catar Reuters Eles negam que o país esteja “tomando partido” e apontam que o governo brasileiro também se posicionou em defesa de Israel quando o país foi atacado pelo grupo Hamas, em outubro de 2023. O mesmo ocorreu em relação à Ucrânia, após a invasão russa. Segundo essas fontes, a diplomacia brasileira não silenciou diante de nenhuma violação clara às normas internacionais, incluindo as ações recentes de Israel na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, no Líbano e agora no Irã. INFOGRÁFICO - Arte explica ataque dos EUA ao Irã e resposta de Teerã. Arte/g1

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