Conselho de Segurança da ONU decide reimpor sanções ao Irã, acusado de violar acordo sobre programa nuclear
O Conselho de Segurança da ONU votou a favor de reimpor sanções ao Irã. A medida, que está prevista para passar a valer às 21h do horário de Brasília, foi confirmada depois de uma votação nesta sexta-feira (26). Uma iniciativa da Rússia e da China para adiar o retorno das sanções das Nações Unidas […]


O Conselho de Segurança da ONU votou a favor de reimpor sanções ao Irã. A medida, que está prevista para passar a valer às 21h do horário de Brasília, foi confirmada depois de uma votação nesta sexta-feira (26).
Uma iniciativa da Rússia e da China para adiar o retorno das sanções das Nações Unidas ao governo iraniano fracassou. A proposta previa que a resolução do Conselho que rege o acordo nuclear iraniano de 2015, que expira em 18 de outubro, valesse por mais seis meses, até 18 de abril de 2026.
Apenas quatro dos 15 membros do conselho votaram a favor do projeto de resolução apresentado pelos dois países; 9 votaram contra e dois se abstiveram.
França, Alemanha e Reino Unido acusam Teerã de violar um acordo de 2015 que visava impedi-lo de construir uma bomba nuclear. O Irã nega.
Após a votação, o representante do governo francês na ONU afirmou que o retorno das sanções “não significará o fim da diplomacia” com o país.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, apelou ao presidente do conselho para declarar a decisão ilegal e fez ameaças, culpando os três países europeus e os EUA:
“A posição do Irã sobre a implementação é clara e coerente: é legalmente nula, politicamente imprudente e frágil do ponto de vista do procedimento. Ao ignorar fatos, espalhar falsas alegações, deturpar o programa pacífico do Irã e bloquear a diplomacia, eles, ativamente e intencionalmente, abriram caminho para uma escalada perigosa. A diplomacia nunca morrerá, mas será mais difícil e mais complicada do que antes”.
Nesta quinta-feira (25), o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que Teerã estava totalmente preparado para enfrentar qualquer cenário e ajustaria suas políticas se as sanções da ONU fossem restabelecidas, embora ainda tivesse esperança de que elas não fossem retomadas.
No mesmo dia, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano atacou os EUA e disse que as declarações americanas sobre negociações com o Irã sobre sua política nuclear são falsas:
“A alegação dos Estados Unidos de um desejo por diplomacia não passa de engano e flagrante contradição; não se pode bombardear um país simultaneamente enquanto se participa de negociações diplomáticas e falar de diplomacia”, disse no X.
Em junho, o Irã afirmou que construiu e irá ativar uma terceira instalação de enriquecimento nuclear, aumentando significativamente sua produção de urânio enriquecido e desafiando exigências dos EUA e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O anúncio aconteceu logo após a agência da ONU censurar o país por não cumprir obrigações de não proliferação destinadas a impedir o desenvolvimento de armas nucleares em todo o mundo e poucos dias antes de um ataque de Israel em parceria com os EUA destruir instalações nucleares do país.
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