Contra Rubinho Nunes, PT anuncia apoio a Ricardo Teixeira na Câmara

Com apoio do PT, base de Nunes afirma ter mais de 40 assinaturas pró-Teixeira para segundo mandato como presidente da Câmara de SP

Dezembro 4, 2025 - 17:00
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Contra Rubinho Nunes, PT anuncia apoio a Ricardo Teixeira na Câmara

O diretório municipal do PT anunciou apoio à reeleição de Ricardo Teixeira (União) na presidência da Câmara Municipal de São Paulo. Embora de oposição à gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), a bancada petista decidiu apoiar o nome da Prefeitura na disputa contra o vereador Rubinho Nunes (União) pelo comando da Casa.

A tendência é que o PT mantenha uma cadeira na Mesa Diretora caso se confirme a vitória de Teixeira. Atualmente, o partido ocupa a 1ª Secretaria com o vereador Hélio Rodrigues, que também é o presidente municipal do partido. A eleição ocorrerá no próximo dia 15.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (4/12), o PT manteve críticas a Rubinho.

“Rubinho Nunes é o mesmo vereador que ganhou fama ao perseguir a figura do Padre Júlio Lancellotti, importante liderança religiosa e uma das principais vozes dos direitos humanos na nossa cidade. Posteriormente, o vereador também apresentou a absurda proposta para multar quem doava marmitas e alimentação à população em situação de rua. Mais recentemente, aprovou a CPI dos Pancadões, que preside, e tem usado o espaço exclusivamente para gerar cortes na internet constrangendo artistas e compositores periféricos. Definitivamente, uma figura representante da extrema-direita que atenta contra os valores democráticos e todas as bandeiras históricas do PT”, diz nota.

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A disputa pela presidência da Câmara causou um racha entre a base aliada de Nunes, que trabalha pela recondução de Teixeira, e o União Brasil, comandado na capital pelo ex-presidente da Câmara Municipal Milton Leite. O partido ameaça expulsar o atual presidente caso ele persista com a candidatura. 

Com o apoio da bancada do PT, que tem oito vereadores, os vereadores que articulam a favor da candidatura de Teixeira afirmam já terem ultrapassado mais de 40 adesões à reeleição do atual presidente. Já Rubinho tem procurado os colegas desde o início da semana em busca de apoio.

Na noite dessa quarta-feira (4/12), antes de anunciar o apoio a Teixeira, os vereadores do PT se reuniram com o prefeito. De acordo com o prefeito, o orçamento para 2026 foi o tema tratado, e não a eleição na Câmara.

“Só orçamento. Eu nem precisava pedir voto para o Ricardo, o PT não tem como votar no Rubinho”, disse o prefeito ao Metrópoles.

Críticas

Apesar do apoio, a bancada petista fez críticas à gestão de Teixeira, dizendo que foi marcada pela “falta de independência em relação ao Executivo, com interferência direta da gestão de Ricardo Nunes e atropelo na apreciação de projetos importantes”.

“Cabe reconhecer algumas iniciativas, como a Câmara no Bairro e o grande avanço que foi o retorno à forma presencial de votação”, ponderou a legenda.

Ainda de acordo com o partido, a decisão de apoiar Teixeira se deu após o presidente assumir compromissos com a bancada do PT, que é a maior da Casa, como o respeito “à proporcionalidade na composição dos espaços do Legislativo, como as comissões, garantia de que a oposição proponha CPIs relevantes para a cidade, os debates sobre Projetos de Lei e a criação de uma liderança da minoria, espaço importante como as existentes no Congresso Nacional e na Alesp. Além de garantir a isonomia no tratamento com os vereadores e vereadoras e com os partidos de esquerda”.

No comunicado, o PT ainda classifica as gestões de Ricardo Nunes e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de autoritárias e antipopulares.

“A atuação do Partido dos Trabalhadores em São Paulo tem sido marcada por uma firme oposição aos governos autoritários e antipopulares de Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas e pela defesa intransigente dos direitos do povo paulistano e das periferias da nossa cidade. Buscando, sempre, que a maior metrópole do país caminhe no mesmo sentido do projeto de fortalecimento da democracia, desenvolvimento e combate às desigualdades conduzido pelo Presidente Lula à nível nacional”, afirma o partido.

Disputa nacionalizada

  • A disputa pela presidência da Câmara Municipal de São Paulo tem agitado os bastidores não só da política paulistana. Políticos de diferentes partidos envolvidos nas negociações afirmam que a eleição no Legislativo municipal também pode ter efeitos nas alianças e costuras nacionais visando às eleições de 2026.
  • Em jogo, há um possível rompimento do União Brasil com o grupo político ligado a Ricardo Nunes e Tarcísio, composto por partidos como PP, MDB, Republicanos e PL. Nunes, por exemplo, é visto como possível candidato ao Governo de São Paulo, caso Tarcísio dispute a Presidência da República.
  • Presidente do diretório municipal do União e um dos vice-presidentes da Executiva nacional, Milton Leite afirma que na pré-campanha das eleições municipais de 2024 houve um acordo entre esses partidos para que, em troca do apoio à reeleição de Nunes, a presidência da Câmara Municipal ficasse com o União pelos quatro anos de mandado.
  • Os vereadores eleitos do União, por sua vez, acordaram para que houvesse um rodízio entre eles no comando da Casa. Com Ricardo Teixeira eleito para o exercício de 2025, a ideia era que um outro vereador do União assumisse a cadeira em 2026, segundo esse acordo, já que Teixeira, embora seja do partido, é visto como um político governista e mais alinhado à gestão Nunes do que propriamente ao partido.
  • A base aliada de Nunes, no entanto, passou a articular a recondução de Teixeira para mais um ano de mandato como presidente, o que abriu um racha entre o prefeito e Leite.

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