Crime organizado se enfrenta com inteligência organizada, diz Haddad

Ministro da Fazenda celebrou criação de delegacia especializada na Receita Federal e disse que objetivo é sufocar finanças do crime

Sep 27, 2025 - 17:00
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Crime organizado se enfrenta com inteligência organizada, diz Haddad

A cooperação entre autoridades é fundamental no combate ao crime organizado, ressaltou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, neste sábado (27/9). Segundo ele, a organização entre os setores de inteligência do país e a relação de confiança entre os órgãos possibilita operações como as que miraram um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC.

“Não tem como enfrentar o crime organizado sem inteligência organizada”, afirmou Haddad em participação no Podcast Três Irmãos. “Os caras estavam lavando dinheiro em redes de motéis, empreendimentos imobiliários, postos de gasolina, grandes franquias, e conseguimos mapear tudo isso em uma operação grandiosa, que passou por vários setores da economia, com base em informações que tiveram origem em fiscalizações rotineiras da Receita Federal.”

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O ministro também afirmou que a fiscalização da Receita é capaz de reunir informações essenciais para a repressão do crime organizado, mas que nem sempre a comunicação entre as instituições funciona. Por isso, Haddad celebrou a criação de uma delegacia especializada no combate ao crime organizado.

Com a delegacia, anunciada na última quinta-feira (25/9), o ministro prevê mais organização e cooperação para combater a economia das organizações criminosas.

“Se as prisões vierem desacompanhadas do sufocamento das finanças da organização, sempre vai ter gente para substituir quem foi morto ou preso. O grande lance da inteligência é chegar no andar de cima do crime organizado, bloquear o dinheiro.”

Operações contra o crime organizado

  • Em 28 de agosto, a megaoperação Carbono Oculto mirou um esquema criminoso no setor de combustíveis, que tem núcleos comandados por organizações criminosas e operadores da Faria Lima, principal centro financeiro e empresarial do Brasil.
  • Foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra 350 alvos (pessoas físicas e jurídicas) em oito estados: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
  • Para lavar dinheiro, o grupo teria criado uma estrutura empresarial, infiltrada na cadeia produtiva de combustíveis e no mercado financeiro, por meio de fintechs e 40 fundos de investimento com patrimônio de R$ 30 bilhões.
  • Segundo a Receita Federal, uma rede de 1.200 postos movimentou mais de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, mas pagou apenas R$ 90 milhões (0,17%) em impostos.
  • Como desdobramento, a Operação Spare cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e confiscou cerca de R$ 1 milhão em espécie no dia 25 de setembro.

Provocações e eleição

Na mesma entrevista, Haddad comentou provocações na câmara dos deputados após ser chamado de “Taxad” por um parlamentar durante participação em audiência na Comissão de Agricultura para prestar esclarecimentos sobre o plano safra e as medidas de socorro ao Rio Grande do Sul.

O ministro afirmou que piadas e memes “fazem parte do jogo” na política, mas destacou que trata as pessoas com o mesmo respeito que recebe. “Os caras fazem graça, eu também faço […] O cara me tira para dançar, eu danço conforme a música que está tocando. O deputado estava me criticando porque eu taxei casas de aposta, bancos. Coisas tão fora da casinha. Acho que não faltei com educação”, disse o ministro em referência ao ocorrido.

Haddad também confirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será candidato à reeleição em 2026, mas desconversou sobre a possibilidade de voltar a concorrer ao cargo em 2030 após derrota para Jair Bolsonaro (PL) em 2018. “[A eleição de 2030 está] muito longe, muita coisa pode acontecer.”

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