Delegada é chamada de “empregada” e “cachorro” em live; jovem é detida
Durante a live, a jovem escreveu que a delegada “servia para ser empregada doméstica” e que deveria “ser tratada igual cachorro”

Uma jovem de 18 anos foi detida nessa terça-feira (7/10) por publicar comentários racistas contra a delegada Thays Bessa, da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), em Dourados, Mato Grosso do Sul. Os ataques ocorreram durante uma transmissão ao vivo em uma rede social e motivaram a abertura de um inquérito por injúria racial, crime previsto na Lei de Racismo, com pena de dois a cinco anos de prisão.
Durante a live, a jovem escreveu que a delegada “servia para ser empregada doméstica” e que deveria “ser tratada igual cachorro”. As mensagens foram apagadas pouco depois da transmissão, mas a Polícia Civil conseguiu rastrear a autora com apoio do setor de perícia técnica.
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Ao ser localizada, a jovem foi levada à delegacia para prestar depoimento. Ela confessou ter feito as postagens e tentou justificar o episódio como um “erro impulsivo”. Em depoimento, limitou-se a dizer: “Gostaria de me desculpar. Me arrependo muito. Só isso mesmo”.
Como o flagrante não foi possível, ela vai responder ao processo em liberdade. Ainda assim, a investigação segue em andamento para identificar outros perfis que também publicaram comentários preconceituosos durante a mesma transmissão. A Polícia Civil informou que todos os envolvidos serão responsabilizados, inclusive aqueles que usaram contas falsas para disseminar as ofensas.
Além dos ataques racistas, a delegada também foi alvo de comentários misóginos. Um deles afirmava que Thays estaria “noiada” no trabalho. A corporação classificou as ofensas como graves, destacando que o caso atinge não apenas uma servidora pública, mas também uma mulher que exerce função de liderança na segurança pública de Dourados.
Em nota, a Polícia Civil de Dourados manifestou apoio à delegada Thays Bessa e repudiou os ataques. O texto ressalta que a profissional “atua com respeito, competência e dedicação à sociedade sul-mato-grossense” e que “nenhum tipo de preconceito será tolerado”.
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