Dólar cai e Bolsa sobe com mercado de bom humor com Lula e Haddad

Moeda americana recuou 0,70%, cotada a R$ 5,63. Ibovespa, pouco antes do fim do fechamento, subia 0,48%, aos 137.449 pontos

Jun 3, 2025 - 17:30
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Dólar cai e Bolsa sobe com mercado de bom humor com Lula e Haddad

Os mercados de câmbio e de capitais reagiram positivamente às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, feitas nesta terça-feira (3/6). O dólar fechou em queda de 0,70%, cotado a R$ 5,63. Perto do fechamento, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), registrava alta de 0,48%, aos 137.449 pontos.

Os ativos, tanto o dólar quanto as ações, melhoraram no fim da manhã, quando Lula não refutou a possibilidade de ocorrer a desvinculação dos pisos de saúde e educação. O presidente disse apenas que ainda não discutiu o acordo que está sendo costurado entre a Fazenda e a cúpula do Congresso. Nesse momento, por volta das 11h30, a alta do Ibovespa era de apenas 0,08% e a moeda americana caía 0,36%, a R$ 5,65.

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Haddad, por sua vez, afirmou em entrevista que houve um alinhamento com a cúpula do Congresso em torno das medidas fiscais. A informação foi bem-recebida pelos investidores, depois da repercussão negativa das medidas de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), divulgadas na última semana. O ministro da Fazenda, contudo, não esclareceu se o decreto sobre o IOF será revogado.

Haddad falou depois de um almoço no Palácio do Alvorada, oferecido por Lula à cúpula do Legislativo. Participaram do encontro os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Também estavam presentes os ministros da Secretaria Institucional, Gleisi Hoffmann, e o da Casa Civil, Rui Costa, além do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Trump e as tarifas

No cenário externo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a descarregar munição no tema tarifário, embora sem apresentar um alvo novo para a questão. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que o republicano assinaria, ainda nesta terça-feira, o decreto que dobra as tarifas sobre aço e alumínio importados de 25% para 50%.

Ainda assim, os principais índices de ações de Nova York subiram nesta terça-feira, depois de uma abertura morna, não indo além do estável. Às 16 horas, porém, o S&P 500 já registrava alta de 0,66%, o Dow Jones, de 0,55% e o Nasdaq, que concentra ações de empresas de tecnologia, subia 0,93%.

Emprego nos EUA

As Bolsas americanas responderam positivamente à divulgação do relatório Job Openings and Labor Turnover Survey (Jolts), que traz dados sobre o quadro da mão de obra nos Estados Unidos. O documento mostrou que houve a abertura de 7,39 milhões de postos de trabalho em abril. O resultado superou a expectativa de analistas, que previam 7,1 milhões de vagas no período.

Em contrapartida, informações divulgadas pelo Departamento do Comércio dos EUA mostraram que houve queda de 3,7% nas encomendas à indústria em abril, na comparação com março. A redução ocorreu depois de quatro meses consecutivos de alta. Mas o recuo não alterou o bom humor dos investidores.

Virada do dólar no Brasil

Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da fintech Nomad, o dólar iniciou o dia em alta frente ao real, influenciado pela valorização da moeda americana no exterior e por dados fracos da economia chinesa. Essas informações pressionaram moedas de países exportadores.

“No entanto, a moeda americana reverteu o movimento depois de declarações do Executivo sobre a apresentação de um pacote de medidas voltadas ao ajuste fiscal, como a antecipação de receitas do pré-sal, apresentadas como alternativa ao aumento do IOF”, diz Shahini. “A perspectiva de um acordo político entre o Executivo e o Congresso contribuiu para reduzir a pressão no câmbio, favorecendo a valorização do real — uma das poucas divisas que se apreciaram em relação ao dólar na sessão de hoje.”

Apesar da melhora local, observa o analista, o cenário internacional continua temerário. As atenções seguem voltadas para a desaceleração da economia chinesa e para a continuidade das incertezas comerciais com os EUA.

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