Dólar sobe com “Dia D” do julgamento de Bolsonaro e inflação nos EUA
Na véspera, o dólar terminou a sessão em queda de 0,53%, cotado a R$ 5,439. Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 0,52%

O dólar operava em alta na manhã desta quinta-feira (11/9), em um dia no qual as atenções do mercado financeiro se dividem entre o noticiário político nacional e os dados da inflação ao consumidor nos Estados Unidos.
Dólar
- Às 9h07, a moeda norte-americana avançava 0,22% e era negociada a R$ 5,419.
- Na véspera, o dólar terminou a sessão em queda de 0,53%, cotado a R$ 5,439.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 0,27% no mês e de 12,57% no ano frente ao real.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- No dia anterior, o indicador fechou o pregão em alta de 0,52%, aos 142,3 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula valorização de 0,67% em setembro e de 18,27% em 2025.
“Dia D” no julgamento de Bolsonaro
No cenário doméstico, os investidores seguem acompanhando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles são acusados de uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil, após as eleições de 2022.
Até o momento, o placar geral do julgamento está em 2 a 1 pela condenação dos réus. Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram a favor da condenação de todos os acusados, enquanto Luiz Fux divergiu e absolveu a maior parte dos réus. Nesta quinta-feira, votam a ministra Cármen Lúcia e, em seguida, o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin.
A condenação depende de maioria simples, ou seja, três dos cinco votos. Se Cármen Lúcia se alinhar a Moraes e Dino, a maioria já estará formada, independentemente da posição de Zanin. A mesma regra vale para a absolvição de Bolsonaro, que segue em aberto, diante da configuração do placar.
Ainda assim, em caso de maioria formada pela condenação, o julgamento não se encerra nesta quinta. A fase de dosimetria, que define as penas de cada réu, deve ocorrer na sessão de sexta-feira (12/9).
Na sessão de quarta-feira (10/9), o ministro Luiz Fux levou mais de 12 horas para expor seu voto. Ele defendeu a absolvição de Jair Bolsonaro, do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), dos generais Paulo Sérgio Nogueira e Augusto Heleno e do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Fux votou pela condenação apenas do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do general Walter Braga Netto, ambos pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
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Inflação nos EUA
No cenário internacional, o principal destaque do dia é a divulgação dos dados da inflação ao consumidor nos EUA referentes ao mês de agosto.
Os números são aguardados com expectativa pelo mercado porque influenciam a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) sobre a taxa básica de juros no país. A elevação dos juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação.
Na quarta-feira, dados divulgados pelo Departamento do Trabalho mostraram que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) caiu 0,1% em agosto, na comparação com julho, cuja alta revisada ficou em 0,7% em julho. No acumulado de 12 meses, o PPI teve alta de 2,6% em agosto, após o avanço de 3,1% em julho.
O núcleo do PPI, do qual são excluídos itens mais voláteis como preços de energia e alimentos – por isso, esse dado é considerado mais representativo da inflação do período –, avançou 0,3% em agosto, depois de alta de 0,6% em julho. Em 12 meses, o núcleo do PPI acumulou alta de 2,8%, depois do avanço de 2,7% no mês anterior. Os números vieram dentro da expectativa dos agentes econômicos.
No mercado, já não se discute se os juros dos EUA vão cair a partir de 17 de setembro, na próxima reunião do Fomc. Para os investidores, a questão, agora, é saber de quanto será o corte e quantos deles ocorrerão até o fim deste ano.
Uma queda da taxa de juros norte-americana tem forte impacto na economia global. Ela tende a reduzir a pressão sobre o dólar, baixando a cotação da moeda americana frente a outras moedas. Também torna mais atrativos os ativos de renda variável – e, portanto, de maior risco –, como as ações negociadas em bolsa.
Atualmente, os juros nos EUA estão situados no patamar entre 4,25% e 4,5% ao ano. Desde que o presidente norte-americano Donald Trump tomou posse para seu segundo mandato na Casa Branca, o Fed não baixou os juros. A expectativa é que isso ocorra na semana que vem – a dúvida é se o corte será de 0,25 ponto percentual ou de 0,5 ponto percentual.
Na semana passada, uma série de dados de emprego nos EUA mostraram um arrefecimento da economia norte-americana, o que reforçou a aposta na queda dos juros.
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