Emissão de gases do efeito estufa no Brasil tem maior queda em 15 anos

De acordo com dados do Observatório do Clima, as atuais políticas contra o desmatamento têm ajudado na diminuição das emissões de poluentes

Nov 3, 2025 - 18:30
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Emissão de gases do efeito estufa no Brasil tem maior queda em 15 anos

O ano de 2024 foi um marco para o Brasil na questão das emissões de gases do efeito estufa, conforme mostram dados divulgados nesta segunda-feira (3/11) pelo Observatório do Clima. O estudo evidencia que as emissões brutas de gases no país caíram 16,7% no ano passado, atingindo 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e), contra 2,576 GtCO2e em 2023.

De acordo com dados da 13ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, essa é a segunda maior queda nos índices de poluição climática do país desde o início das medições, em 1990, e a maior desde 2009, quando o recuo foi de 17,2%.

A queda dos valores se dá pela retomada do controle de desmatamento pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após, segundo o estudo, um descontrole deliberado entre 2019 e 2022, período da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Emissões líquidas

  • As chamadas emissões líquidas, calculadas após o desconto de remoções de carbono por florestas secundárias e áreas protegidas, tiveram uma queda ainda maior: 22%, perdendo apenas para 2009, quando o percentual de redução foi 24%.
  • No ano passado, o Brasil emitiu 1,489 GtCO2e líquidas, contra 1,920 GtCO2e em 2023.
  • O governo federal prefere reportar as emissões líquidas do Brasil para efeito do cumprimento das metas climáticas do país.
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Como ocorre em quase todos os anos, a variação nas emissões do Brasil respondem diretamente ao que acontece na vegetação nativa. Em 2024, a queda do desmatamento na Amazônia e no Cerrado provocou a maior redução da história nas emissões por mudança de uso da terra: 32,5%. As emissões brutas desse setor, que engloba, sobretudo, o desmatamento, caíram de 1,341 GtCO2e para 906 GtCO2e.

Em todos os outros setores da economia as emissões ficaram estáveis ou subiram: queda de 0,7% em agropecuária, alta de 0,8% em energia, 2,8% em processos industriais e 3,6% em resíduos.

Mesmo com a queda no desmatamento, as mudanças de uso da terra seguem sendo o fator que faz do Brasil o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, segundo dados do Cait/WRI. O Brasil emite mais carbono bruto por desmatamento que toda a Arábia Saudita (793 MtCO2e) e todo o Canadá (760 MtCO2e), por exemplo, dois dos principais países petroleiros do mundo.

Pecuária

A pecuária, que emite indiretamente pelo desmatamento e pelo uso de energia, e diretamente pela fermentação de metano no rebanho bovino, é de longe a atividade econômica mais emissora do Brasil, com 51% das emissões totais, ou 1,1 GtCO2e.

Se fosse um país, o boi brasileiro seria o sétimo maior emissor do mundo, ligeiramente à frente do Japão (1,068 GtCO2e). Em seguida, vêm a agricultura (397 MtCO2e, ou 19% do total), o transporte de carga (6%) e o transporte de passageiros (5%). Como nas edições anteriores do SEEG, a agropecuária, incluindo o desmatamento, responde por dois terços das emissões do Brasil.

A queda no desmatamento também fez com que o Brasil ficasse um pouco mais próximo das emissões per capita médias do mundo. Em 2024, cada brasileiro emitiu 10,5 de toneladas brutas de CO2 equivalente (ou seja, a soma de todos os gases de efeito estufa convertidos em CO2) e 7,2 toneladas líquidas, contra uma média mundial de 6,4 toneladas. Excluindo as mudanças de uso da terra, o Brasil fica com seis toneladas de CO2 equivalente per capita, exatamente na média mundial.

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