Estilo Brasil: Quando o lirismo mineiro encontra o peso do rock

No dia 25 de outubro, Lô Borges, Beto Guedes e Sérgio Hinds revisitam a memória afetiva da música brasileira com novos contornos sonoros

tibauemacao.

Sep 27, 2025 - 05:00

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Estilo Brasil: Quando o lirismo mineiro encontra o peso do rock

Brasília se tornará palco de uma noite histórica no próximo dia 25 de outubro. O Festival Estilo Brasil recebe a turnê Esquinas & Canções, que reúne Lô Borges, Beto Guedes e Sérgio Hinds. Ao entrelaçar a poesia mineira do Clube da Esquina com a força instrumental do rock progressivo dos anos 1970, a noite será um reencontro entre estéticas que moldaram a música brasileira e continuam reverberando na memória afetiva de gerações.

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O diálogo entre Minas e o progressivo

Amigos e parceiros desde a juventude em Belo Horizonte, Lô Borges e Beto Guedes atravessaram décadas lado a lado, desde as primeiras composições até o emblemático álbum “Clube da Esquina” (1972), divisor de águas da MPB. Canções como “Feira Moderna”, “Nascente”, “Amor de Índio” e “Sol de Primavera” compõem o repertório afetivo desse duo que ajudou a reinventar a música nacional a partir de Minas.

“Meu negócio é misturar. A cultura e a música são feitas para unir as pessoas, unir as diferentes estéticas, diferentes histórias”, resume Lô, sintetizando o espírito dessa turnê.

A essa dupla soma-se Sérgio Hinds, guitarrista da lendária banda O Terço, responsável por alguns dos capítulos mais ousados do rock progressivo brasileiro. A presença dele amplia o diálogo entre as harmonias líricas do Clube e o peso instrumental que marcou toda uma geração de fãs de rock setentista.

O pavio aceso da canção

Lô Borges talvez seja o pilar da chama criativa do Clube da Esquina. Autor de clássicos como “Para Lennon e McCartney” — escrita aos 17 anos — e do icônico “Disco do Tênis”, o cantor e compositor mantém a mesma inquietação criadora que marcou a juventude.

“Eu me sinto um pavio aceso desde 1970, quando a minha primeira música foi gravada. Esse pavio não apaga, porque, se ele está meio nítido, eu dou uma sopradinha e vejo que ele segue aceso. Por isso faço tanta música”, explica Lô, reafirmando a vitalidade de uma carreira que não se dobra ao tempo.

Beto Guedes, por sua vez, é dono de uma das vozes mais reconhecíveis da MPB. Os hinos — de “Sol de Primavera” a “Amor de Índio” — seguem como trilha sonora de momentos de esperança e transformação, reafirmando o legado de Minas como terra de melodias eternas.

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De Paraisópolis a Brasília

O que começou em Belo Horizonte como um grupo de jovens inquietos, sem a pretensão de mudar o mundo, acabou por se tornar um dos movimentos mais importantes da música brasileira. “Nosso negócio era fazer música, simplesmente. Fazer músicas e letras e canções, e mudar o mundo com essas músicas”, relembra Lô sobre os tempos de criação coletiva.

Mais de 50 anos depois, o Clube da Esquina ecoa com a mesma força. E, agora, ganha novos contornos com a fusão inédita entre as harmonias mineiras e a guitarra progressiva de Sérgio Hinds.

O público de Brasília terá a chance rara de presenciar esse cruzamento de gerações e estilos ao vivo, em um encontro inesquecível que só o Festival Estilo Brasil poderia proporcionar.

O festival tem o oferecimento do Banco do Brasil Estilo, patrocínio de cartões BB Visa, Banco do Brasil e Governo Federal, o projeto é realizado pelo Metrópoles e conta com a produção da Oh! Artes.