Estudante palestino de Columbia preso pelo governo Trump é solto após decisão da Justiça: 'Não tenho medo de vocês'
Mohsen Mahdawi, que tem green card, foi detido no dia 14. Nesta quarta (30), ele foi libertado sob pagamento de fiança e vai responder em liberdade às tentativas de deportação dos EUA por participar de atos pró-Palestina. Estudante palestino preso pelo governo Trump deixa tribunal e comemora liberdade Mohsen Mahdawi, estudante palestino da Universidade de Columbia, foi libertado da custódia federal de imigração dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (30), após decisão da Justiça de Vermont. Ele estava preso desde o dia 14. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O juiz autorizou que Mahdawi contestasse, em liberdade e sob fiança, as tentativas do governo Trump de deportá-lo por participar de protestos pró-Palestina. Mahdawi, que tem 34 anos e visto de residente permanente nos EUA, era um dos líderes dos protestos contra a guerra em Gaza no campus da universidade Ele foi cofundador da União de Estudantes Palestinos em Columbia com Mahmoud Khalil, outro estudante de pós-graduação com green card detido pelo ICE, serviço de imigração dos EUA. Ao deixar o tribunal após a decisão da Justiça, o estudante desafiou o governo Trump: "Não tenho medo de vocês. O que estamos testemunhando agora e o que estamos entendendo é exatamente o que o Dr. Martin Luther King disse antes: a injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todos os lugares". Mohsen Mahdawi ao ser libertado nos EUA AP Photo/Amanda Swinhart O Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Justiça dos EUA ainda não se pronunciaram sobre a decisão. Segundo a NBC News, documentos apresentados pelo governo à Justiça alegam que Mahdawi admitiu "apoiar atos de violência antissemita" e demonstrar "interesse e facilidade com armas de fogo para esse fim". Um dos documentos é um relatório de 2015, do Departamento de Polícia de Windsor, em Vermont, no qual o dono de uma loja de armas afirmou que Mahdawi "supostamente disse" que costumava construir metralhadoras "para matar judeus enquanto estava na Palestina". O estudante nega ter dito isso: "Sou uma pessoa pacífica e nunca expressaria querer prejudicar ou matar ninguém. Estou com o coração partido por ter palavras tão terríveis, que contrastam completamente com minha filosofia de vida e crenças espirituais, atribuídas erroneamente a mim", afirmou o palestino. Vídeo foi gravado mostrando a prisão Mais um estudante palestino da Universidade de Columbia é preso nos EUA Mahdawi foi detido ao comparecer a um escritório de imigração em Vermont, onde aguardava uma entrevista para finalizar sua cidadania americana. Ele tem green card desde 2015, mas foi levado para a Northwest State Correctional Facility, em St. Albans, unidade do ICE. Imagens gravadas por um amigo e divulgadas à imprensa mostram o estudante sendo levado algemado para viaturas do ICE. Sem resistência, ele entra no veículo e faz um sinal de paz para a câmera Os advogados de Mahdawi, que tinha formatura prevista para maio e começaria o mestrado em Columbia em setembro, tentaram impedir sua remoção do estado ou do país. "O governo Trump deteve Mohsen Mahdawi em retaliação direta por sua defesa dos direitos dos palestinos e por sua identidade como palestino. Sua detenção é uma tentativa de silenciar aqueles que se manifestam contra as atrocidades em Gaza. Também é inconstitucional", disse a advogada Luna Droubi em um e-mail. Na defesa, os advogados descrevem o palestino como um budista comprometido que adota a "não violência e a empatia como princípios centrais de sua religião". Mahdawi nasceu em um campo de refugiados na Cisjordânia e se mudou para os EUA em 2014. Justiça autorizou deportação de outro estudante preso Mahmoud Khalil, com papel na mão, falando com a mídia sobre o acampamento Revolt for Rafah na Universidade de Columbia em junho de 2024 REUTERS/Jeenah Moon Quatro dias dias antes, a Justiça dos EUA havia autorizado o governo Trump a prosseguir com o processo de deportação de Mahmoud Khalil, também preso por protestos pró-Palestina. Khalil foi preso no dia 8 de março, quando agentes de imigração o abordaram na residência estudantil onde morava. A decisão foi tomada pelo juiz de imigração Jamee E. Comans, da Louisiana, para onde Khalil foi levado após a detenção. 'Primeira de muitas' Em março, logo após a prisão de Khalil, o presidente americano, Donald Trump, disse que essa seria a primeira "de muitas que virão": " Sabemos que há mais estudantes na Columbia e em outras universidades pelo país que se envolveram em atividades pró-terroristas, antissemitas e antiamericanas, e a Administração Trump não tolerará isso. Muitos não são estudantes, são agitadores pagos. Encontraremos, apreenderemos e deportaremos esses simpatizantes terroristas do nosso país — para nunca mais retornarem". Sua prisão foi condenada por grupos de direitos civis como uma violação das liberdades civis. Protestos ocorreram no campus da Universidade de Columbia, em Nova York. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio


Mohsen Mahdawi, que tem green card, foi detido no dia 14. Nesta quarta (30), ele foi libertado sob pagamento de fiança e vai responder em liberdade às tentativas de deportação dos EUA por participar de atos pró-Palestina. Estudante palestino preso pelo governo Trump deixa tribunal e comemora liberdade Mohsen Mahdawi, estudante palestino da Universidade de Columbia, foi libertado da custódia federal de imigração dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (30), após decisão da Justiça de Vermont. Ele estava preso desde o dia 14. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O juiz autorizou que Mahdawi contestasse, em liberdade e sob fiança, as tentativas do governo Trump de deportá-lo por participar de protestos pró-Palestina. Mahdawi, que tem 34 anos e visto de residente permanente nos EUA, era um dos líderes dos protestos contra a guerra em Gaza no campus da universidade Ele foi cofundador da União de Estudantes Palestinos em Columbia com Mahmoud Khalil, outro estudante de pós-graduação com green card detido pelo ICE, serviço de imigração dos EUA. Ao deixar o tribunal após a decisão da Justiça, o estudante desafiou o governo Trump: "Não tenho medo de vocês. O que estamos testemunhando agora e o que estamos entendendo é exatamente o que o Dr. Martin Luther King disse antes: a injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todos os lugares". Mohsen Mahdawi ao ser libertado nos EUA AP Photo/Amanda Swinhart O Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Justiça dos EUA ainda não se pronunciaram sobre a decisão. Segundo a NBC News, documentos apresentados pelo governo à Justiça alegam que Mahdawi admitiu "apoiar atos de violência antissemita" e demonstrar "interesse e facilidade com armas de fogo para esse fim". Um dos documentos é um relatório de 2015, do Departamento de Polícia de Windsor, em Vermont, no qual o dono de uma loja de armas afirmou que Mahdawi "supostamente disse" que costumava construir metralhadoras "para matar judeus enquanto estava na Palestina". O estudante nega ter dito isso: "Sou uma pessoa pacífica e nunca expressaria querer prejudicar ou matar ninguém. Estou com o coração partido por ter palavras tão terríveis, que contrastam completamente com minha filosofia de vida e crenças espirituais, atribuídas erroneamente a mim", afirmou o palestino. Vídeo foi gravado mostrando a prisão Mais um estudante palestino da Universidade de Columbia é preso nos EUA Mahdawi foi detido ao comparecer a um escritório de imigração em Vermont, onde aguardava uma entrevista para finalizar sua cidadania americana. Ele tem green card desde 2015, mas foi levado para a Northwest State Correctional Facility, em St. Albans, unidade do ICE. Imagens gravadas por um amigo e divulgadas à imprensa mostram o estudante sendo levado algemado para viaturas do ICE. Sem resistência, ele entra no veículo e faz um sinal de paz para a câmera Os advogados de Mahdawi, que tinha formatura prevista para maio e começaria o mestrado em Columbia em setembro, tentaram impedir sua remoção do estado ou do país. "O governo Trump deteve Mohsen Mahdawi em retaliação direta por sua defesa dos direitos dos palestinos e por sua identidade como palestino. Sua detenção é uma tentativa de silenciar aqueles que se manifestam contra as atrocidades em Gaza. Também é inconstitucional", disse a advogada Luna Droubi em um e-mail. Na defesa, os advogados descrevem o palestino como um budista comprometido que adota a "não violência e a empatia como princípios centrais de sua religião". Mahdawi nasceu em um campo de refugiados na Cisjordânia e se mudou para os EUA em 2014. Justiça autorizou deportação de outro estudante preso Mahmoud Khalil, com papel na mão, falando com a mídia sobre o acampamento Revolt for Rafah na Universidade de Columbia em junho de 2024 REUTERS/Jeenah Moon Quatro dias dias antes, a Justiça dos EUA havia autorizado o governo Trump a prosseguir com o processo de deportação de Mahmoud Khalil, também preso por protestos pró-Palestina. Khalil foi preso no dia 8 de março, quando agentes de imigração o abordaram na residência estudantil onde morava. A decisão foi tomada pelo juiz de imigração Jamee E. Comans, da Louisiana, para onde Khalil foi levado após a detenção. 'Primeira de muitas' Em março, logo após a prisão de Khalil, o presidente americano, Donald Trump, disse que essa seria a primeira "de muitas que virão": " Sabemos que há mais estudantes na Columbia e em outras universidades pelo país que se envolveram em atividades pró-terroristas, antissemitas e antiamericanas, e a Administração Trump não tolerará isso. Muitos não são estudantes, são agitadores pagos. Encontraremos, apreenderemos e deportaremos esses simpatizantes terroristas do nosso país — para nunca mais retornarem". Sua prisão foi condenada por grupos de direitos civis como uma violação das liberdades civis. Protestos ocorreram no campus da Universidade de Columbia, em Nova York. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também falou sobre a prisão nas redes sociais, mas sem dar detalhes, e afirmou: "Revogaremos os vistos e/ou green cards de apoiadores do Hamas na América para que eles possam ser deportados".
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