Fingiu de morto? Saiba o que é e para que serve a tanatose em animais
Tanatose é um comportamento instintivo e involuntário dos animais, usado quando se sentem ameaçados ou para o acasalamento

Você já deve ter visto algum animal se “fingindo de morto”. Esse comportamento, conhecido como tanatose, é uma das estratégias de defesa mais curiosas no reino animal. Ele serve para que os bichos consigam se livrar de ataques ou até mesmo acasalar.
A tanatose é um comportamento instintivo e involuntário que surge quando os animais se sentem ameaçados. Ele permanece imóvel, rígido, com olhos fixos e, em alguns casos, chega até a exalar odores semelhantes aos da decomposição. A ideia da técnica é se parecer morto para que o predador perca o interesse na caça.
“Alguns predadores perdem interesse em presas que parecem já estar mortas, especialmente aqueles que evitam carniça ou dependem de movimento para detectar suas presas. Além disso, alguns predadores soltam a presa quando ela para de se debater, e a tanatose pode aumentar as chances de fuga nesse momento”, explica o biólogo Mario Moura, professor da Universidade Federal da Paraíba.
Quais animais utilizam a técnica?
- Insetos: besouros, baratas e bicho-pau usam a imobilidade para se camuflar ou simular morte.
- Aracnídeos: algumas aranhas e opiliões, especialmente durante o acasalamento ou sob ameaça, entram em estado de paralisação.
- Anfíbios e répteis: sapos, rãs, pererecas e até cobras são capazes de fingir morte para escapar de predadores.
- Aves: a galinha-d’angola é conhecida por adotar o comportamento em situações de risco.
- Mamíferos: o exemplo mais conhecido é o gambá, que se joga ao chão, enrijece o corpo e até exala um odor fétido, simulando um cadáver.
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Comportamento inconsciente
A tanatose é um comportamento puramente instintivo e não acontece de forma pensada pelos animais. Ela é provocada por mecanismos neurológicos e hormonais acionados automaticamente em momentos de muito estresse.
O corpo do animal entra em imobilidade tônica, uma espécie de transe defensivo. “Não há evidências de que animais ‘pensem’ conscientemente em fingir morte. É uma reação inata selecionada pela evolução por aumentar a sobrevivência”, afirma Mario.
Aranhas também praticam a tanatose
Tanatose em animais domésticos
Embora seja menos comum, animais domésticos também podem replicar comportamentos parecidos com a tanatose, especialmente sob situações de medo ou estresse. Cães e gatos podem entrar em estado de imobilidade, mas a reação costuma estar ligada à uma submissão extrema ou paralisia por medo e não uma adaptação evolutiva contra predação.
“É muito comum vermos um cachorro atacando um cão menor. Quanto mais a presa se mexer, mais ele vai querer continuar o ataque. Já quando a caça fica inerte, as chances de diminuição do ataque aumentam. Como também são animais, eles agem por instinto”, diz o professor de biologia e ciências Luiz César de Assis, do Colégio Marista Goiânia, em Goiás.
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