Fraude no INSS: o rastro do dinheiro que levou diretor da Conafer à prisão

A prisão de Tiago ocorre em um momento em que a PF mira o núcleo financeiro da organização. Ele ocupava cargo decisivo na Conafer

Nov 13, 2025 - 12:00
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Fraude no INSS: o rastro do dinheiro que levou diretor da Conafer à prisão

A nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União nesta quinta-feira (13/11), trouxe para o centro da investigação um personagem que sempre orbitou a cúpula da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares (Conafer).

Trata-se de Tiago Abraão Ferreira Lopes (foto em destaque), diretor da entidade e irmão do presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes.

Ele é um dos 10 alvos de prisão preventiva. O caso foi revelado pelo Metrópoles.

Enriquecimento

A coluna já havia noticiado a evolução patrimonial de Tiago Lopes. As apurações mostram que o dirigente passou a movimentar valores, adquirir bens e investir em empresas no exato período em que a Conafer viu sua arrecadação disparar, impulsionada pelos descontos associativos irregulares que atingiram milhares de aposentados e pensionistas do INSS.

O crescimento financeiro de Tiago chegou a ser considerado pelo Ministério Público do Distrito Federal como “incompatível com sua renda formal”. Os investigadores identificaram que ele ingressou como sócio em duas empresas: • TL Agropecuária LTDA, ligada ao setor rural • Auto Postos TL LTDA, atuante no setor de combustíveis

As duas participações foram adquiridas no ápice da arrecadação turbinada pelos descontos não autorizados.

Para o MP, que apurou o caso, há indícios consistentes de que essas empresas foram utilizadas para reciclar e dar aparência lícita ao dinheiro que chegava via fraudes.

Peça estratégica

A prisão de Tiago ocorre em um momento em que a PF mira o núcleo financeiro da organização. Ele ocupava um cargo decisivo dentro da Conafer, que funcionou como uma das estruturas utilizadas para validar e operacionalizar os descontos indevidos.

A investigação aponta que sua atuação se prolongou desde a fase inicial do esquema, incluindo a expansão da rede de usuários atingidos.

Além disso, Tiago já tinha histórico conhecido por órgãos de controle. Ele havia sido condenado em processos de improbidade envolvendo sindicatos rurais, o que reforçou a atenção dos investigadores ao padrão de condutas atribuídas ao dirigente.

Operação avança

A fase desta quinta-feira mobilizou equipes em 17 estados e resultou em buscas que apreenderam dinheiro em espécie, armas e carros de luxo.

Entre os presos, além de Tiago Lopes, estão o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e outros integrantes ligados à Conafer e ao Instituto Terra e Trabalho.

A preocupação agora é seguir o caminho do dinheiro. Os peritos da PF estão rastreando transações das empresas ligadas ao diretor e analisando movimentações que podem revelar o montante real desviado.

A expectativa é que os bens apreendidos e os bloqueios judiciais ofereçam uma radiografia mais precisa do patrimônio acumulado durante o período de expansão dos descontos irregulares.

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