Golpe de agência afetou mãe em resguardo: “Até o leite parou de sair”

Mais de 200 pessoas denunciam perdas financeiras com pacotes da "Juntos pelo Mundo", após empresa anunciar falência

Sep 25, 2025 - 04:30
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Golpe de agência afetou mãe em resguardo: “Até o leite parou de sair”

“Não consigo mais dormir. Tive um bebê há 15 dias, preciso amamentar, mas com todo esse estresse, até o leite parou de sair”, desabafa uma mãe de 33 anos, moradora de Águas Claras, que está em período de resguardo e viu o sonho de viajar para Fernando de Noronha (foto em destaque) virar pesadelo após ser vítima de um golpe da agência “Juntos pelo Mundo”.

A cliente relata ter pagado R$ 5 mil, via boleto, por um pacote turístico para abril de 2026. A frustração veio quando ela descobriu que a empresa, divulgada por uma influenciadora digital com mais de 63 mil seguidores, havia declarado falência. A mesma influenciadora que promovia os pacotes agora aparece nas redes denunciando a fraude.

O caso dela não é isolado. Mais de 200 pessoas afirmam ter sido prejudicadas pela agência e se organizaram em um grupo de WhatsApp para denunciar o golpe. Entre os destinos prometidos estavam Rio de Janeiro, Fernando de Noronha e Punta Cana.

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Falência

Em nota, a “Juntos pelo Mundo” informou que ingressou com pedido de autofalência devido a dificuldades financeiras e operacionais enfrentadas nos últimos meses. “Sabemos da expectativa e da confiança que cada cliente depositou e entendemos a frustração que esta notícia pode trazer. Infelizmente, a partir deste momento, todas as operações e reembolsos ficam suspensos até decisão judicial, e será o Juízo responsável quem determinará os próximos passos do processo. Agradecemos profundamente pela compreensão”, declarou a empresa.

Entre as vítimas também está uma moradora de Valparaíso de Goiás, de 33 anos, que sonhava em comemorar o aniversário do marido e celebrar quatro anos de relacionamento com uma viagem ao Rio de Janeiro. O casal havia escolhido a cidade para realizar o desejo de conhecer o Estádio de São Januário, casa do Vasco, time do coração dos dois.

“Era a nossa primeira viagem em casal, mas no dia do embarque não recebemos informações sobre passagens nem hospedagem. Apesar das promessas da empresa de acionar a equipe jurídica para reembolsar o valor de R$ 2,9 mil pagos em prestações, nada foi resolvido”, relata a consumidora.

O golpe atinge destinos para o exterior também. Ansiosa pela viagem a Punta Cana, comprada com um ano de antecedência para março de 2026, notou que o perfil da agência não estava mais ativo. A busca por respostas a levou a um grupo com mais de 200 pessoas de todo o país, todas lesadas pela empresa. Nesse espaço, Célia (nome fictício) descobriu que a agência não funcionava mais no endereço informado no contrato e que vários clientes já haviam registrado boletins de ocorrência.

Direitos do consumidor

Mesmo com o fechamento da empresa, os consumidores ainda podem receber o dinheiro de volta. Caio de Luccas, advogado especialista em direito do consumidor, explica que o Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil permitem que os sócios respondam com seus bens pessoais se a empresa agiu de forma irregular. “Fechar as portas não livra ninguém das dívidas”, diz.

A responsabilização pode ser civil e criminal. No civil, o consumidor pode pedir a devolução do dinheiro e indenização por danos materiais e morais. No criminal, os responsáveis podem responder por estelionato.

Plataformas digitais, como Instagram e WhatsApp, não são responsáveis automaticamente pelos anúncios. Mas, se forem avisadas sobre fraude e não agirem, podem ser responsabilizadas também. “Empresas que lucram com anúncios precisam agir rápido para evitar golpes”, alerta o advogado.

 

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