GPS em viaturas: assessor e PM presos ajudavam o CV a espionar polícia
O delegado Victor Barbosa explicou que Bruno recebia dinheiro e outros benefícios para fornecer informações privilegiadas e vazar operações

Investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro apontam que um sargento da Polícia Militar e um assessor especial da Prefeitura de Petrópolis, presos nessa quinta-feira (2/10) eram responsáveis por comprar e instalar aparelhos de GPS em viaturas da corporação, permitindo que o Comando Vermelho (CV) rastreasse em tempo real a movimentação dos agentes de segurança.
Segundo a 106ª DP (Itaipava) e o Gaeco do MPRJ, com apoio da Core, o policial militar Bruno da Cruz Rosa (à direita) e o assessor Robson Esteves de Oliveira (à esquerda) atuavam como informantes do tráfico.
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Robson comprava os rastreadores e os repassava a Wando da Silva Costa, o Macumbinha, chefe do CV na Região Serrana. Wando entregava os aparelhos para Bruno, que instalava os dispositivos diretamente nas viaturas da Polícia Militar. Com isso, a facção conseguia saber onde estavam as equipes policiais e até quais agentes estavam dentro dos carros.
O delegado Victor Barbosa explicou que Bruno recebia dinheiro e outros benefícios para fornecer informações privilegiadas e vazar operações policiais. Já Robson, além de comprar os equipamentos, também repassava dados sigilosos da Prefeitura ao tráfico.
Operação Asfixia
As prisões ocorreram durante a segunda fase da Operação Asfixia, a maior ação já realizada contra o CV na Região Serrana. A ação teve como alvo 18 mandados de prisão, dos quais 12 já foram cumpridos.
Além das prisões, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 700 mil em bens da organização criminosa, usados para sustentar a logística do tráfico.
Os líderes do esquema, Wando e seu braço direito, Luis Felipe Alves de Azevedo, não foram encontrados e são considerados foragidos. Ambos estariam escondidos no Parque União, no Complexo da Maré, de onde coordenavam o transporte de armas e drogas para Petrópolis.
A Prefeitura de Petrópolis informou que o assessor Robson Esteves foi exonerado imediatamente após a prisão.
A Polícia Militar declarou que o sargento será levado para a unidade prisional da corporação em Niterói e responderá a processo administrativo que pode resultar em expulsão.
Já a Polícia Civil destacou que a descoberta expõe o nível de infiltração do tráfico em órgãos públicos e reforça a necessidade de ações permanentes de inteligência.
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