Tabela SUS Paulista: o que é e como ajuda a saúde pública paulista
Mais de 800 instituições de saúde de SP participam da iniciativa que vem aumentando a agilidade e o número de atendimentos no estado

Você sabia que um reajuste pode transformar a forma como milhões de paulistas são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)? Esse é o objetivo da Tabela SUS Paulista, criada para complementar os valores pagos pelo SUS nacional e reduzir a defasagem histórica nos repasses feitos a hospitais e Santas Casas.
O que é a Tabela SUS Paulista?
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem a tabela do Governo Federal, que funciona como uma espécie de lista de preços. Nela, está definido quanto o governo federal paga a hospitais e clínicas por cada procedimento feito, seja consulta, exame ou cirurgia.
Muitos desses valores, no entanto, estão congelados há anos, sem atualização. Isso significa que, na prática, os repasses não acompanham o custo real dos atendimentos, o que dificulta a manutenção dos serviços e contribui para filas e demora no atendimento.
Para mudar essa situação, a Tabela SUS Paulista foi criada em 2024 pelo Governo do Estado de São Paulo como um complemento. De acordo com a Secretaria da Saúde, o governo do estado acrescenta recursos próprios ao que já é pago pela tabela do Governo Federal.
Como funciona na prática
Um exemplo para ajudar a entender: se uma cirurgia é remunerada em R$ 1 mil pela tabela do Governo Federal, com a complementação paulista o hospital pode receber R$ 2 mil, R$ 3 mil ou até mais.
Segundo dados oficiais, essa diferença permite que as unidades de Saúde tenham maior capacidade financeira para manter equipes, equipamentos e infraestrutura.
O Hospital de Base de São José do Rio Preto, por exemplo, recebeu o maior repasse individual, R$ 363 milhões, registrando aumento de 39% nos tratamentos oncológicos e 23% nas cirurgias.
Já o Departamento Regional de Saúde da Grande São Paulo concentrou R$ 2 bilhões, com crescimento de 20% nas cirurgias e 16% nos tratamentos oncológicos em relação a 2022.
Esses números mostram impacto direto para os pacientes, que encontram menor tempo de espera e maior oferta de procedimentos.
Expansão para os municípios
Desde agosto, a Tabela SUS Paulista foi expandida para incluir hospitais municipais. Com a mudança, mais de 100 unidades em cerca de 70 cidades passaram a receber repasses adicionais para procedimentos de média e alta complexidade.
Atualmente, os municípios administram aproximadamente 8 mil leitos, incluindo mil de UTI. A adesão ao programa exige formalização, registro da produção hospitalar nos sistemas oficiais do SUS e integração dos leitos à regulação estadual.
O que muda para a população
Na prática, a Tabela SUS Paulista não altera o acesso do cidadão ao sistema, a porta de entrada continua sendo o SUS.
A diferença é que, ao garantir valores maiores aos prestadores de serviço, há mais condições de manter atendimentos, reduzir filas e acelerar tratamentos. Isso porque o investimento já resultou em mais médicos, mais leitos, além de mais agilidade ao atender o cidadão.
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