Israel cogita anexação de partes da Cisjordânia em retaliação ao reconhecimento de Estado Palestino

Reino Unido alerta Israel a não retaliar o reconhecimento do Estado Palestino Uma avalanche de países tradicionalmente aliados de Israel avaliza a Palestina como Estado nesta Assembleia Geral que comemora os 80 anos de criação da ONU. Trata-se de uma guinada, no mínimo simbólica, para desafiar o governo de extrema direita de Benjamin Netanyahu e isolá-lo no cenário internacional, diante da ofensiva desastrosa em Gaza. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O reconhecimento do Reino Unido e da França — que deverá ratificar hoje a posição — tem peso significativo como membros do Conselho de Segurança e reforça também o isolamento dos EUA, que serão o único país com poder de veto no organismo a apoiar Israel. A Assembleia Geral começa nesta terça-feira (23) com o reconhecimento de pelo menos 145 de seus 193 membros ao Estado da Palestina, embora a delegação tenha sido barrada pelo governo americano e participará por videoconferência. A empreitada conjunta de países como Reino Unido, França, Canadá, Austrália, Portugal e outros mais tenta também forçar Israel a retomar, pela via diplomática, as negociações para a solução de dois Estados. Se depender de Netanyahu, isso não acontecerá. Sustentado por parceiros extremistas, o premiê israelense reagiu com uma categórica rejeição à onda de reconhecimentos: “Não haverá Estado Palestino”. Vista aérea mostra assentamento judeu de Neve Daniel, na Cisjordânia, em março de 2024. Dedi Hayun/ Reuters Mais do que esnobar as decisões de países ocidentais, ele assegurou que a construção de assentamentos dobrou e prosseguirá, sugerindo que haverá retaliações. “A resposta à mais recente tentativa de nos impor um Estado terrorista no coração da nossa terra será dada após o meu retorno dos EUA. Aguardem”, prometeu. O premiê liberou os radicais para despejarem livremente suas ideias. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich — ele próprio um colono — reforçou a proposta de anexar 82% da Cisjordânia como resposta ao aval mundial de um Estado Palestino. Vale lembrar que demarcar terras palestinas na Cisjordânia enterraria os Acordos de Abraão, assinado entre Israel e países árabes sob o patrocínio do primeiro governo de Trump. Há quem assegure que, pressionado pelos EUA, o premiê não iria tão longe e declararia uma anexação simbólica de terras reconhecidas como palestinas. Na melhor das hipóteses, no que diz respeito ao governo israelense, os palestinos estariam ainda mais isolados em seu território.

Sep 22, 2025 - 10:30
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Israel cogita anexação de partes da Cisjordânia em retaliação ao reconhecimento de Estado Palestino

Reino Unido alerta Israel a não retaliar o reconhecimento do Estado Palestino Uma avalanche de países tradicionalmente aliados de Israel avaliza a Palestina como Estado nesta Assembleia Geral que comemora os 80 anos de criação da ONU. Trata-se de uma guinada, no mínimo simbólica, para desafiar o governo de extrema direita de Benjamin Netanyahu e isolá-lo no cenário internacional, diante da ofensiva desastrosa em Gaza. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O reconhecimento do Reino Unido e da França — que deverá ratificar hoje a posição — tem peso significativo como membros do Conselho de Segurança e reforça também o isolamento dos EUA, que serão o único país com poder de veto no organismo a apoiar Israel. A Assembleia Geral começa nesta terça-feira (23) com o reconhecimento de pelo menos 145 de seus 193 membros ao Estado da Palestina, embora a delegação tenha sido barrada pelo governo americano e participará por videoconferência. A empreitada conjunta de países como Reino Unido, França, Canadá, Austrália, Portugal e outros mais tenta também forçar Israel a retomar, pela via diplomática, as negociações para a solução de dois Estados. Se depender de Netanyahu, isso não acontecerá. Sustentado por parceiros extremistas, o premiê israelense reagiu com uma categórica rejeição à onda de reconhecimentos: “Não haverá Estado Palestino”. Vista aérea mostra assentamento judeu de Neve Daniel, na Cisjordânia, em março de 2024. Dedi Hayun/ Reuters Mais do que esnobar as decisões de países ocidentais, ele assegurou que a construção de assentamentos dobrou e prosseguirá, sugerindo que haverá retaliações. “A resposta à mais recente tentativa de nos impor um Estado terrorista no coração da nossa terra será dada após o meu retorno dos EUA. Aguardem”, prometeu. O premiê liberou os radicais para despejarem livremente suas ideias. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich — ele próprio um colono — reforçou a proposta de anexar 82% da Cisjordânia como resposta ao aval mundial de um Estado Palestino. Vale lembrar que demarcar terras palestinas na Cisjordânia enterraria os Acordos de Abraão, assinado entre Israel e países árabes sob o patrocínio do primeiro governo de Trump. Há quem assegure que, pressionado pelos EUA, o premiê não iria tão longe e declararia uma anexação simbólica de terras reconhecidas como palestinas. Na melhor das hipóteses, no que diz respeito ao governo israelense, os palestinos estariam ainda mais isolados em seu território.

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