Lewandowski diz que GLO no Rio será “avaliada conforme a situação”
Ministro diz que eventual uso de militares dependerá do cenário. Governador do Rio de Janeiro nega ter solicitado operação
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), participaram, nesta quarta-feira (29/10), de uma coletiva de imprensa no Palácio Guanabara para tratar dos desdobramentos da megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio, nessa terça (28/10). A ação deixou ao menos 132 mortos, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Na coletiva, as autoridades informaram a criação de um escritório emergencial integrado para o enfrentamento ao crime organizado no estado. A estrutura atuará de forma conjunta entre governo estadual e União. O acordo foi feito durante uma reunião, realizada antes da coletiva, que contou com a participação do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antonio Fernando Oliveira.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de decretar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Lewandowski afirmou que a medida não está descartada, mas também não está sendo recomendada neste momento.
“Não há nenhuma posição do governo federal contra ou a favor da GLO. Estamos acompanhando à distância e oferecendo ajuda dentro da nossa competência. Não excluímos nem recomendamos a medida — tudo depende das circunstâncias e do próprio governador”, disse o ministro.
A fala ocorre um dia após Castro afirmar que o estado estaria “sozinho” no enfrentamento às facções. Lewandowski rebateu a crítica e afirmou que nenhum pedido feito pelo governo fluminense foi negado pela União na área da segurança.
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A troca de declarações reabriu o debate sobre a GLO, que só pode ser decretada pelo presidente da República. Na véspera, o próprio governador já havia dito que a GLO “permanente” não seria solução para o problema da violência no estado.
Nesta quarta, Castro negou que tenha cogitado solicitar a medida. “A situação é completamente diferente de 2018. Temos salários decentes, equipamentos, infraestrutura. Em momento nenhum eu falei que preciso de GLO, como em outros momentos se precisou”, disse na coletiva ao lado de Lewandowski.
Segundo o governo fluminense, o foco no momento é reforçar a integração das forças estaduais e federais no combate ao crime organizado, sem previsão de emprego das Forças Armadas.
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Segundo o governo do estado, a ação tinha como objetivo capturar lideranças da facção e barrar a expansão territorial do grupo. A ofensiva já é considerada a mais letal da história do Rio e o episódio com maior número de mortes em uma operação policial no Brasil no século 21. As forças de segurança do Rio informaram, no começo da tarde desta quarta, que são ao menos 119 mortos.
Em contraponto aos dados do governo do Rio, o MPRJ informou que ao menos 132 pessoas morreram, entre elas quatro policiais, dois militares e dois civis.
Segundo o governo do Rio, a ação teve como objetivo desarticular a estrutura do CV, facção que domina territórios na capital fluminense. Até o momento, a Polícia Civil (PCERJ) informa que 113 pessoas foram presas.
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