Lô Borges e a eternidade de quem nunca teve pressa
Com nova fase criativa e reencontro com parceiros históricos, o músico mineiro fala sobre tempo, fé e o poder silencioso da canção

Há algo de rarefeito na música de Lô Borges, como se ela nascesse do ar entre uma lembrança e um devaneio. Aos 73 anos, o artista mineiro — autor de algumas das melodias mais sutis da MPB — vive um período de retomada intensa.
Após lançar o álbum “Céu de Giz”, no início de 2025, ele volta aos palcos com o show “Esquinas & Canções”, ao lado de Beto Guedes e Sérgio Hinds, no Festival Estilo Brasil, em 25 de outubro.
A leveza sempre foi uma bússola. Desde o lendário “Disco do Tênis” (1972), Lô compõe como quem observa o mundo pela janela: atento, mas sem urgência. “Nunca fui de planejar demais”, contou em entrevista ao Metrópoles. “A música aparece quando precisa. Às vezes vem de uma lembrança, às vezes de um sonho. É quase uma conversa com o invisível.”
Essa dimensão espiritual atravessa toda a obra — das harmonias do Clube da Esquina às letras mais recentes. Em “Céu de Giz”, ele revisita o passado sem se prender a ele.
“Eu gosto da ideia de tempo circular. A gente volta aos mesmos lugares, mas cada vez com um olhar diferente”, explicou. “Essas canções novas nasceram do mesmo impulso de quando eu tinha 18 anos: o desejo de tocar o que sinto.”
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Lô também celebra o reencontro com Beto Guedes e Sérgio Hinds como uma afirmação de continuidade. “São pessoas que fizeram parte da minha formação humana. Tocar com eles é como reencontrar uma parte da minha própria história.”
O repertório inclui clássicos de todos, reinterpretados em arranjos sutis, que misturam piano elétrico, guitarras e coros suaves.
Apesar da fama discreta, Lô Borges é hoje um dos artistas brasileiros mais influentes fora do país. Bandas como Arctic Monkeys e Khruangbin já citaram o Clube da Esquina como referência estética.
“Acho lindo quando alguém lá fora entende essa linguagem”, ressaltou Lô. “Significa que a música é realmente universal, que ela chega antes da tradução.”
No Festival Estilo Brasil, o público verá esse mesmo espírito em cena: o do artista que nunca buscou o estrelato, mas se tornou eterno pela simplicidade.
O Festival Estilo Brasil tem o oferecimento do Banco do Brasil Estilo, patrocínio dos cartões BB Visa, Banco do Brasil e Governo Federal. A realização é do Metrópoles, com produção da Oh! Artes.
Programação:
Fagner 24 de outubro
Lô Borges, Beto Guedes e Sérgio Hinds Turnê: Esquinas & Canções 25 de outubro
Martinho da Vila 31 de outubro
Tim Bernardes 8 de novembro
Paralamas do Sucesso & Dado Villa Lobos Turnê: Celebrando 40 anos de Clássicos 21 de novembro
Caetano Veloso 11 de dezembro
Festival Estilo Brasil
Local: Ulysses Centro de Convenções Ingressos: Bilheteria Digital
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