Metanol em bebida deixa Mooca em choque com morte de empresário

Bairro onde o empresário Ricardo Lopes Mira, uma das vítimas da contaminação de bebida por metanol, teme pelo destino dos bares da região

Oct 2, 2025 - 02:30
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Metanol em bebida deixa Mooca em choque com morte de empresário

Parte do bairro da Mooca, na zona leste, tem vivido dias de apreensão e tristeza após a morte do empresário Ricardo Lopes Mira, uma das vítimas da contaminação de bebida por metanol em São Paulo. Além do amigo que se foi, temem pelo destino do “bar do Chiquinho”, como é conhecido o Torres Bar, fechado depois da tragédia, onde estaria a vodca “batizada”. 19 imagensPeritos analisam destilados em SPAutoridades apreenderam em um mercadinho mais de 40 garrafas de whisky, gin e vodcaProcon participa da operação tambémPolícia de SP diz que investiga quatro casos de contaminação por metanol na capital e mais quatro na Grande SPUm estabelecimento no Jardins, outro na Mooca, um na Vila Mariana e outro em São Bernardo foram interditadosFechar modal.1 de 19

Autoridades paulistas realizam operações contra a intoxicação por metanol em bebidasDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo2 de 19

Peritos analisam destilados em SPDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo3 de 19

Autoridades apreenderam em um mercadinho mais de 40 garrafas de whisky, gin e vodcaDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo4 de 19

Procon participa da operação tambémDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo5 de 19

Polícia de SP diz que investiga quatro casos de contaminação por metanol na capital e mais quatro na Grande SPDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo6 de 19

Um estabelecimento no Jardins, outro na Mooca, um na Vila Mariana e outro em São Bernardo foram interditadosDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo7 de 19

Entre terça e quarta, foram apreendidas 800 garrafas de bebidas alcoólicas suspeitas de adulteraçãoDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo8 de 19

Vigilância Sanitária trabalha em conjunto com a Policia Civil de SPDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo9 de 19

Duas pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na intoxicação por metanolDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo10 de 19

Só nesta terça-feira, 112 garrafas de vodca foram apreendidas em diversos pontos da capital paulistaDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo11 de 19

Os bares estão sendo interditados de maneira cautelarDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo12 de 19

Operação apreendeu 50 mil garrafas de bebidas adulteradasDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo13 de 19

Quatro estabelecimentos foram interditados e um proibido de vender bebidas alcoólicas após operação em SPDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo14 de 19

Vigilância Sanitária interditou alguns estabelecimentos em SPDivulgação/ Governo do Estado de São Paulo15 de 19

Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles16 de 19

Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles17 de 19

Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles18 de 19

Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles19 de 19

Bar na Mooca fechadoWilliam Cardoso/Metrópoles

A Mooca é um dos bairros mais italianos de São Paulo, com moradores de sotaque e gestos expansivos, bastante característicos, além de lar do Juventus, um time de futebol que sempre contou com a simpatia dos paulistanos. É um lugar que cultiva e se orgulha das suas tradições.

O Torres Bar fica em uma das regiões do bairro que reúnem desde casas típicas de classe média até prédios de alto padrão. O estabelecimento é frequentado por profissionais liberais e gente que, mesmo conseguindo dinheiro nas últimas décadas, não abandonou as suas raízes e seus amigos. O lugar tem na feijoada um prato de excelência, segundo clientes.

Sobra espaço para descontração. Na árvore em frente, ficava pendurado um macaco hidráulico e a placa “favor não alimentar o macaco”. Como nem todos entendiam a brincadeira, trataram de arrumar um macaco de pelúcia. Imagem colorida mostra árvore com uma placa escrita "não alimente o macaco" com um macaco de pelúcia - MetrópolesNa árvore em frente ao bar, ficava pendurado um macaco hidráulico e a placa “favor não alimentar o macaco”. Como nem todos entendiam a brincadeira, trataram de arrumar um macaco de pelúcia para deixar no local

Foi nesse contexto de camaradagem entre vizinhos que uma mensagem de áudio caiu em celulares de moradores da região e se espalhou rapidamente até para quem é de fora. Conta a trágica morte do empresário, que realmente gostava de vodca com Coca-Cola, como diz quem enviou. Também fala sobre amigos frequentadores do bar que foram hospitalizados e ainda detalha mais morte atribuída à bebida contaminada, sem a confirmação por laudo. A reportagem tentou contato com o autor do áudio, que vive em um bairro próximo, mas não conseguiu até a publicação.

Entre as pessoas que sabem o que aconteceu, os principais comentários são de que há alguma verdade no que foi divulgado em áudio pelo narrador, conhecido de todos, mas talvez em um tom um pouco acima do ocorrido, como forma de alertar veementemente os amigos sobre os riscos de se consumir destilados neste momento.

De fato, por exemplo, o que se sabe é que há um corretor de imóveis que frequentava e bebia com os amigos no bar, que segue internado em situação grave, segundo quem é próximo dele. Todos recebem informações diárias sobre o estado de saúde e vibram com qualquer sinal de recuperação, bem como ficam tristes quando as notícias não tão boas.

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No mais, o que se percebe também é uma tentativa de preservar a imagem do “bar do Chiquinho”. “Você acha que ele queria envenenar os amigos? Eles frequentavam as casas uns dos outros”, disse um conhecido que, a exemplo dos demais, não quis se identificar.

A reportagem conversou também com uma pessoa que trabalhou no bar no passado e garantiu que fazia as compras de bebidas em atacadistas de confiança naqueles tempos. Também afirmou que não tem dúvidas da boa índole do proprietário do bar, de quem sempre foi amigo, tal como do empresário.

Entre outros próximos da turma, as dúvidas são sobre o local exato da contaminação. Dois amigos que tomavam vinho em um começo de noite repentinamente frio, na praça onde fica o apartamento do empresário, disseram que os conhecidos de bairro bebem em vários lugares. Às vezes, param em um bar, depois em outro, e assim vão. Portanto, seria impreciso indicar um único ponto, na opinião deles. A informação é confirmada por outras pessoas.

O Metrópoles tentou contato com a família do empresário, mas a pessoa na portaria do prédio afirmou que ninguém gostaria de se manifestar.

Como amigos que não perdem a piada nem mesmo na hora da morte, em vários locais a reportagem ouviu em tom de lamento e desafio um “não quer tomar uma vodca?”, o tipo de comentário que, diante da gravidade da situação, só faz sentido entre pessoas que se conhecem há muito tempo e tem intimidade suficiente para brincar e aliviar a tristeza, mesmo quando o que impera é o infortúnio.

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