Ministros de Lula fazem coro contra PEC da Blindagem e PL da anistia
Auxiliares do presidente foram às redes sociais para se manifestar contra propostas que tramitam no Congresso

Ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestaram contra a PEC da Blindagem e o projeto de lei (PL) que prevê anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. Ambas as propostas tramitam no Congresso Nacional e ganharam fôlego na última semana.
Auxiliares do chefe do Planalto defendem que o Parlamento tem outras prioridades, a exemplo do projeto para isentar o Imposto de Renda (IR) para trabalhadores com salário até R$ 5 mil.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, é um dos que se posicionaram publicamente contra as duas matérias. Ele afirmou que as propostas “não fazem o menor sentido” e buscam “proteger criminosos”.
“PECs da Anistia e da Blindagem não são prioridades do país. É um absurdo que o Congresso Nacional discuta anistiar quem comete crimes e criar mecanismos de blindagem para impedir que parlamentares sejam julgados. Isso representa um péssimo exemplo para a construção de uma nação justa e democrática”, publicou o ministro palaciano em uma rede social.
O titular do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também criticou as propostas. Para o ministro, o Congresso Nacional “segue em uma pauta que não tem nada a ver com o interesse dos brasileiros”.
“A agenda tem que ser a isenção do Imposto de Renda até 5 mil reais, da conta de luz para os mais pobres, o fim da escala 6 x 1. Não a equivocada PEC da Blindagem e o avanço de um projeto de anistia inconstitucional que beneficia quem quis fechar o Parlamento. O reflexo desses erros acontecerá nas urnas do ano que vem”, disse.
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PEC da Blindagem
Já o ministro Renan Filho, dos Transportes, marcou forte posição contra a PEC da Blindagem — a qual chamou de “PEC da Bandidagem”. A matéria foi aprovada na Câmara dos Deputados na última terça-feira (16/9) e prevê a necessidade de autorização da Câmara e do Senado para que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa processar criminalmente parlamentares.
Renan argumentou que a mudança representará uma “porta aberta para a infiltração do crime organizado na política”. Ele também afirmou que vai sugerir ao MDB, partido ao qual é filiado, fechar questão contra a matéria no Senado.
“Fechar questão significa unidade, clareza e compromisso: nenhum senador do MDB pode apoiar um retrocesso que blinda políticos e ameaça a democracia”, frisou.
“No Senado, são necessários 49 votos de 81 para aprovar o texto. Se o MDB fechar questão contra, a chance de derrotar essa proposta aumenta muito”, defendeu o ministro.
Anistia
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, por sua vez, falou sobre o projeto de anistia e defendeu que a medida “não é a agenda que interessa ao Brasil e à população”.
Ela também considerou que a anistia não é o caminho para pacificação no país — diferente do que defende o presidente da Câmara, Hugo Motta, que pautou a urgência do tema na noite dessa quarta.
“Longe de abrir caminho para qualquer pacificação, seria uma afronta ao Judiciário e à consciência democrática do país. O Congresso Nacional tem plena competência para debater e eventualmente reformar a legislação penal que estabeleceu, num ambiente de serenidade, sem pressões de qualquer natureza”, disse.
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