Moraes envia à PGR parecer da PF que isenta Zambelli de coação ao STF
Parecer afasta suspeita de coação contra o STF pela parlamentar, presa na Itália em processo de extradição

O ministro Alexandre de Moraes encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o parecer da Polícia Federal (PF), que concluiu que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) não tentou coagir o Supremo Tribunal Federal (STF).
Com a decisão, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá 15 dias para apresentar parecer sobre o material elaborado pela Polícia Federal (PF). A corporação informou ao STF que a parlamentar, presa na Itália, não praticou coação nem obstrução contra a Corte.
A PF analisou postagens de Zambelli e de familiares em redes sociais desde que a deputada deixou o país rumo à Itália. O ministro havia determinado que a corporação examinasse as manifestações publicadas na internet.
Segundo o relatório, Zambelli declarou que voltaria a difundir notícias sobre o processo eleitoral brasileiro, que lutaria contra o STF e que adotaria o mesmo modus operandi do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos desde fevereiro deste ano.
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No entanto, a PF concluiu que o comportamento da parlamentar não ultrapassou o campo da retórica. As condutas de Zambelli se limitaram, segundo a corporação, a publicações em redes sociais e a manifestações de caráter opinativo, incluindo postagens em perfis atribuídos à mãe dela, Rita Zambelli, e ao filho, João Hélio Salgado Neto.
Para a PF, embora Zambelli tenha verbalizado a intenção de frustrar a aplicação da lei penal, não há provas de que tenha tomado medidas concretas — como expedientes, contatos, articulações ou providências — capazes de comprometer o andamento da ação penal da tentativa de golpe, ao qual Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão.
Relatório
Em paralelo ao monitoramento das redes sociais, a PF realizou uma análise bancária de valores recebidos por Zambelli, via Pix, após determinação de Moraes. Foram analisadas transações ocorridas entre 8 de maio e 5 de junho deste ano.
A PF verificou que, a partir de 19 de maio, houve um aumento significativo de recursos recebidos, mesma data em que Zambelli solicitou publicamente doações financeiras para o pagamento de multas judiciais, disponibilizando o CPF como chave Pix.
Dentre as maiores transações realizadas por terceiros, destacam-se três doações de R$ 5 mil. Uma delas foi feita pelo empresário Luciano Hang.
A análise também revelou que os maiores valores identificados se referiam a transações entre contas da própria Zambelli, totalizando R$ 336 mil transferidos para outras contas de sua titularidade após o pedido de ajuda financeira.
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