Nobel da Paz de 2025 será anunciado nesta sexta, com expectativa de premiar defensores dos direitos humanos

Trump vai ganhar o Nobel da Paz? Veja favoritos O Comitê Norueguês do Nobel anuncia nesta sexta-feira (10) o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2025. O anúncio será transmitido ao vivo a partir das 6h da manhã no horário de Brasília, no site da instituição. O ano foi marcado por uma intensa campanha para que o presidente dos EUA, Donald Trump, receba a honraria, capitaneada pelo próprio republicano. Especialistas, apontam, por sua vez, que os membros do comitê concederão o prêmio para uma organização humanitária ou internacional, em um momento marcado por guerras, desinformação e retrocessos democráticos. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp NOBEL DA PAZ: Trump pode ganhar o prêmio? Entre os nomes mais citados estão o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), as Salas de Resposta de Emergência do Sudão e a ONU, que está completando 80 anos. Analistas dizem que as chances de Trump ser agraciado são praticamente nulas nesta edição. “Muita gente diz que eu deveria ganhar o Nobel da Paz”, diz Donald Trump na ONU O presidente Donald Trump, que deseja ser o vencedor do Nobel. REUTERS/Evelyn Hockstein De 'mercador da morte' a promotor da paz Pelo testamento de Alfred Nobel, o Prêmio Nobel da Paz deve ser entregue à pessoa ou organização que tenha contribuído de forma significativa para a fraternidade entre as nações, a abolição ou redução de exércitos permanentes, e a promoção de congressos de paz. Alfred Nobel (1833-1896) foi um químico, engenheiro e inventor sueco. Considerado brilhante, ele fez fortuna com a venda de explosivos, incluindo sua invenção mais famosa, a dinamite, tanto para exércitos quanto para empresas de mineração. Não é possível saber por que ele decidiu criar o famoso prêmio para a promoção da paz: Nobel estabeleceu a honraria em testamento e, sendo introvertido e solitário durante boa parte da vida, não forneceu explicação para sua escolha. O que se sabe, é que, oito anos antes de morrer, Alfred deve ter se surpreendido ao abrir um jornal francês e dar de cara com seu próprio obituário — quem havia morrido era seu irmão, Ludvig, mas a publicação se confundiu. "O mercador da morte está morto", dizia o texto, em referência a Alfred. Há biógrafos que contestam essa versão e creditam o Nobel da Paz à intensa amizade com a pacifista austríaca Bertha von Suttner. Noruega, e não Suécia Pela vontade de Alfred Nobel expressa em seu testamento, o Nobel da Paz é o único a ser entregue na Noruega, e não em sua Suécia Natal. Entre 1814 e 1905, Suécia e Noruega constituíam um reino unido sob o mesmo monarca e o mesmo corpo diplomático, embora permanecessem Estados distintos, com constituições, leis e até forças armadas separadas. A dissolução foi realizada de forma pacífica. O Comitê Norueguês do Nobel é formado por cinco membros, todos indicados pelo Parlamento norueguês para um mandato de seis anos. A cerimônia de entrega é realizada em Oslo — desde 1990, na prefeitura da capital. O evento ocorre todo dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred, e a medalha é entregue pelo presidente do Comitê. É comum o rei da Noruega estar presente na solenidade. Principais ganhadores Até 2024, 19 mulheres e 92 homens haviam recebido o prêmio. Por 19 vezes, o comitê organizador resolveu não entregar a honraria a ninguém — a última em 1972. O prêmio foi entregue pela primeira vez em 1901. Naquele ano, os ganhadores foram Frédéric Passy e Henry Dunant. Passy foi um dos fundadores da União Interparlamentar, que media acordos multilaterais entre Parlamentos do mundo todo. Já Dunant foi um dos criadores da Cruz Vermelha. Em 2024, o Nobel da Paz foi concedido à Nihon Hidankyo, uma organização que representa sobreviventes dos bombardeios nucleares de 1945 em Hiroshima e Nagasaki. Houve decisões contestadas, como as do diplomata americano Henry Kissinger, em 1973, e a de Barack Obama, em 2009. Mahatma Gandhi foi indicado cinco vezes para receber o Prêmio Nobel, mas nunca venceu. Veja, abaixo, outras personalidades e instituições que venceram o Nobel da Paz: Theodore Roosevelt, ex-presidente dos EUA, em 1906. Cruz Vermelha, em 1917, 1944 e 1963. Woodrow Wilson, ex-presidente dos EUA e fundador da Liga das Nações, em 1919. Cordell Hull, um dos fundadores da ONU, em 1945. Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em 1954 e 1981. Martin Luther King Jr, ativista norte-americano, em 1964. Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em 1965. Henry Kissinger, secretário de Estado dos EUA, em 1973 Madre Teresa de Calcutá, em 1979. Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, em 1989. Mikhail Gorbachev, ex-presidente da União Soviética, em 1990. Aung San Suu Kyi, ativista pelos direitos humanos, em 1991. Nelson Mandela, ativista anti-Apartheid e futuro presidente da África do Sul, em 1993 Médicos Sem Fronteiras, em 1999. ONU, em 2001. Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, em 2007. Barack Obama, em 2009 União Europeia, em 2012 Malala Yousafzai, ativista paquistanes

Oct 10, 2025 - 01:30
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Nobel da Paz de 2025 será anunciado nesta sexta, com expectativa de premiar defensores dos direitos humanos

Trump vai ganhar o Nobel da Paz? Veja favoritos O Comitê Norueguês do Nobel anuncia nesta sexta-feira (10) o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2025. O anúncio será transmitido ao vivo a partir das 6h da manhã no horário de Brasília, no site da instituição. O ano foi marcado por uma intensa campanha para que o presidente dos EUA, Donald Trump, receba a honraria, capitaneada pelo próprio republicano. Especialistas, apontam, por sua vez, que os membros do comitê concederão o prêmio para uma organização humanitária ou internacional, em um momento marcado por guerras, desinformação e retrocessos democráticos. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp NOBEL DA PAZ: Trump pode ganhar o prêmio? Entre os nomes mais citados estão o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), as Salas de Resposta de Emergência do Sudão e a ONU, que está completando 80 anos. Analistas dizem que as chances de Trump ser agraciado são praticamente nulas nesta edição. “Muita gente diz que eu deveria ganhar o Nobel da Paz”, diz Donald Trump na ONU O presidente Donald Trump, que deseja ser o vencedor do Nobel. REUTERS/Evelyn Hockstein De 'mercador da morte' a promotor da paz Pelo testamento de Alfred Nobel, o Prêmio Nobel da Paz deve ser entregue à pessoa ou organização que tenha contribuído de forma significativa para a fraternidade entre as nações, a abolição ou redução de exércitos permanentes, e a promoção de congressos de paz. Alfred Nobel (1833-1896) foi um químico, engenheiro e inventor sueco. Considerado brilhante, ele fez fortuna com a venda de explosivos, incluindo sua invenção mais famosa, a dinamite, tanto para exércitos quanto para empresas de mineração. Não é possível saber por que ele decidiu criar o famoso prêmio para a promoção da paz: Nobel estabeleceu a honraria em testamento e, sendo introvertido e solitário durante boa parte da vida, não forneceu explicação para sua escolha. O que se sabe, é que, oito anos antes de morrer, Alfred deve ter se surpreendido ao abrir um jornal francês e dar de cara com seu próprio obituário — quem havia morrido era seu irmão, Ludvig, mas a publicação se confundiu. "O mercador da morte está morto", dizia o texto, em referência a Alfred. Há biógrafos que contestam essa versão e creditam o Nobel da Paz à intensa amizade com a pacifista austríaca Bertha von Suttner. Noruega, e não Suécia Pela vontade de Alfred Nobel expressa em seu testamento, o Nobel da Paz é o único a ser entregue na Noruega, e não em sua Suécia Natal. Entre 1814 e 1905, Suécia e Noruega constituíam um reino unido sob o mesmo monarca e o mesmo corpo diplomático, embora permanecessem Estados distintos, com constituições, leis e até forças armadas separadas. A dissolução foi realizada de forma pacífica. O Comitê Norueguês do Nobel é formado por cinco membros, todos indicados pelo Parlamento norueguês para um mandato de seis anos. A cerimônia de entrega é realizada em Oslo — desde 1990, na prefeitura da capital. O evento ocorre todo dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred, e a medalha é entregue pelo presidente do Comitê. É comum o rei da Noruega estar presente na solenidade. Principais ganhadores Até 2024, 19 mulheres e 92 homens haviam recebido o prêmio. Por 19 vezes, o comitê organizador resolveu não entregar a honraria a ninguém — a última em 1972. O prêmio foi entregue pela primeira vez em 1901. Naquele ano, os ganhadores foram Frédéric Passy e Henry Dunant. Passy foi um dos fundadores da União Interparlamentar, que media acordos multilaterais entre Parlamentos do mundo todo. Já Dunant foi um dos criadores da Cruz Vermelha. Em 2024, o Nobel da Paz foi concedido à Nihon Hidankyo, uma organização que representa sobreviventes dos bombardeios nucleares de 1945 em Hiroshima e Nagasaki. Houve decisões contestadas, como as do diplomata americano Henry Kissinger, em 1973, e a de Barack Obama, em 2009. Mahatma Gandhi foi indicado cinco vezes para receber o Prêmio Nobel, mas nunca venceu. Veja, abaixo, outras personalidades e instituições que venceram o Nobel da Paz: Theodore Roosevelt, ex-presidente dos EUA, em 1906. Cruz Vermelha, em 1917, 1944 e 1963. Woodrow Wilson, ex-presidente dos EUA e fundador da Liga das Nações, em 1919. Cordell Hull, um dos fundadores da ONU, em 1945. Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em 1954 e 1981. Martin Luther King Jr, ativista norte-americano, em 1964. Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em 1965. Henry Kissinger, secretário de Estado dos EUA, em 1973 Madre Teresa de Calcutá, em 1979. Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, em 1989. Mikhail Gorbachev, ex-presidente da União Soviética, em 1990. Aung San Suu Kyi, ativista pelos direitos humanos, em 1991. Nelson Mandela, ativista anti-Apartheid e futuro presidente da África do Sul, em 1993 Médicos Sem Fronteiras, em 1999. ONU, em 2001. Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, em 2007. Barack Obama, em 2009 União Europeia, em 2012 Malala Yousafzai, ativista paquistanesa, em 2014. Quem são os favoritos para ganhar o Nobel da Paz? Para esta edição, analistas apostam em instituições que atuam na defesa dos direitos humanos, da liberdade de imprensa e da reconstrução social em zonas de conflito. Também há expectativa de que o prêmio reconheça novamente a ONU, que completa 80 anos, ou organizações civis que representam a solidariedade em meio à guerra. Entre as mais citadas estão: Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) Salas de Resposta de Emergência do Sudão (ERRs) Escritório para Instituições Democráticas e Direitos Humanos da OSCE (ODIHR) e o Centro Carter Liga Internacional das Mulheres pela Paz e Liberdade (WILPF) Corte Internacional de Justiça (CIJ) e o Tribunal Penal Internacional (TPI) De acordo com Halvard Leira, diretor do Instituto Norueguês de Assuntos Internacionais, as escolhas recentes indicam “um retorno às ideias clássicas de paz, com foco em democracia, liberdade de imprensa e igualdade de gênero”. O site de apostas Polymarket também apontou nomes favoritos para o prêmio. Nomes como o Sudan's Emergency Responde Rooms, a russa Yulia Navalnaya, viúva de Alexei Nalvany, o principal opositor de Putin na Rússia. Conheça os principais favoritos O CPJ denuncia violência contra jornalistas. Na imagem, jornalista da Al Jazeera morto durante o conflito entre Israel e o Hamas. Reprodução/Al Jazeera Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) Fundado em 1981, em Nova York, o CPJ atua em defesa da liberdade de imprensa e na proteção de jornalistas ameaçados em zonas de conflito. A organização documenta violações, oferece apoio emergencial e promove campanhas contra a impunidade. Também concede o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa. Recentemente, destacou-se em casos no Brasil, no México e em Gaza. Salas de Resposta de Emergência do Sudão (ERRs) Criadas durante a Revolução Sudanesa de 2019, as ERRs reúnem voluntários que prestam socorro e distribuem alimentos em meio à guerra civil e ao colapso de infraestrutura no país. Tornaram-se símbolo de resistência e solidariedade, atuando sem apoio governamental e em parceria com agências da ONU. ODIHR e Centro Carter O ODIHR, braço da OSCE fundado em 1991, promove eleições livres, direitos humanos e combate à discriminação em mais de 50 países. O Centro Carter, criado em 1982 pelo ex-presidente americano Jimmy Carter e sua esposa Rosalynn, é referência na mediação de conflitos e na promoção da transparência eleitoral. Ambos têm histórico de atuação em regiões de instabilidade democrática. A Liga Internacional de Mulheres pela Paz e Liberdade é uma organização feminista criada em 1915. Domínio Público Liga Internacional das Mulheres pela Paz e Liberdade (WILPF) Fundada em 1915 na Suíça, durante a Primeira Guerra Mundial, a WILPF é uma das organizações feministas mais antigas do mundo. Atua com foco em desarmamento, equidade de gênero e direitos humanos, além de ter status consultivo na ONU. Corte Internacional de Justiça (CIJ) e Tribunal Penal Internacional (TPI) Sediadas em Haia, as duas cortes têm papéis distintos e complementares. A CIJ, criada em 1945, resolve disputas entre Estados e julga questões sobre fronteiras e direitos humanos. Já o TPI, fundado em 2002, julga indivíduos por crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade — e tem atuado em casos envolvendo Sudão, Congo e Venezuela. Sudan’s Emergency Response Rooms Formada em meio ao conflito que devastou o Sudão em 2023, a rede Sudan’s Emergency Response Rooms se consolidou como símbolo de resistência e solidariedade civil. Criada por voluntários, a iniciativa coordena ações de ajuda humanitária, levando comida, abrigo e atendimento médico a regiões isoladas e destruídas pela guerra. O movimento ganhou reconhecimento internacional por sua capacidade de organização autônoma diante do colapso estatal. Yulia Navalnaya JN Yulia Navalnaya Viúva do opositor russo Alexei Navalny, Yulia Navalnaya assumiu protagonismo na luta contra o regime de Vladimir Putin. Após a morte do marido, passou a denunciar perseguições políticas e a pedir sanções contra o Kremlin. Tornou-se uma das principais vozes da oposição russa no exílio e símbolo da resistência democrática no país. Ataque de Israel atinge edifício na Cidade de Gaza em 15 de setembro de 2025 REUTERS/Dawoud Abu Alkas VÍDEOS: mais assistidos do g1

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