Quem é María Corina Machado, vencedora do Nobel da Paz 2025
María Corina Machado convocou seus apoiadores a não comparecer às urnas nas eleições venezuelanas de domingo (25/05). Alfredo Lasry R/Getty Images via BBC A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, foi a vencedora do Prêmio Nobel de 2025. O prêmio foi anunciado pelo Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo, nesta sexta-feira (10). Leia abaixo quem é ela. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Corina Machado foi impedida de concorrer nas eleições presidenciais da Venezuela em 2024 pelo Judiciário do país, aliadas do presidente e ditador Nicolás Maduro. O pleito, no final de julho, foi marcado por falta de transparência e a reeleição de Maduro amplamente contestada internacionalmente. A líder da oposição vive escondida na Venezuela desde então. Segundo o comitê do Nobel, Corina Machado representa "Sempre falou pelos direitos humanos, pelo povo venezuelano. Ela é o equilíbrio contra os tiros [do regime Maduro]". Nascida em 1967, na Venezuela, Maria Corina Machado é uma das principais vozes da oposição democrática ao regime de Nicolás Maduro. Engenheira de formação, com estudos em finanças, ela iniciou a carreira no setor privado antes de se dedicar à política e à defesa dos direitos civis. Em 1992, fundou a Fundação Atenea, voltada ao acolhimento e educação de crianças em situação de rua em Caracas. Dez anos depois, ajudou a criar a Súmate, organização dedicada à promoção de eleições livres e transparentes, conhecida por treinar observadores eleitorais e fiscalizar votações no país. Em 2010, foi eleita deputada da Assembleia Nacional com recorde de votos, mas expulsa do cargo em 2014 pelo governo chavista. Desde então, lidera o partido Vente Venezuela e foi uma das fundadoras da aliança Soy Venezuela, que reúne forças pró-democracia de diferentes correntes políticas. Em 2023, anunciou sua candidatura à Presidência da República, mas teve a inscrição barrada pelo regime. Nas eleições de 2024, apoiou o opositor Edmundo González Urrutia, cuja vitória foi negada pelo governo, apesar das evidências apresentadas pela oposição. María Corina Machado leva Nobel da Paz 2025 Segundo o Comitê Norueguês do Nobel, Machado recebe o Prêmio Nobel da Paz de 2025 “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. “Maria Corina Machado mantém acesa a chama da democracia em meio à escuridão crescente”, afirma o texto oficial da premiação. Cotada para derrotar o ditador Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela de julho de 2024, María Corina Machado foi impedida de concorrer no pleito pelo Judiciário do país, aliado de Maduro. Ela foi vencedora das prévias da oposição com mais de 90% de apoio e era a favorita para vencer Maduro nas eleições, mas foi inabilitada para ocupar cargos públicos por 15 anos, numa decisão do Supremo Tribunal de Justiça em janeiro de 2024, alinhado ao governo venezuelano. Mesmo assim, ex-deputada ajudou a promover o nome de Edmundo González, candidato escolhido pela coalizão de oposição. A autoridade eleitoral venezuelana, porém, proclamou Maduro eleito para um terceiro mandato de seis anos após as eleições presidenciais de 28 de julho do mesmo ano, sem apresentar os detalhes da apuração, como determina a lei. Machado enfrentou uma série de desafios enquanto percorreu o país para fazer campanha para González: caminhou por rodovias, andou de motocicleta, buscou abrigo na casa de apoiadores e viu seus colaboradores mais próximos serem presos e perseguidos. Alimentada pelo impedimento de concorrer às eleições, a líder da oposição venezuelana se tornou a força motriz da principal coalizão de oposição e um símbolo de esperança, coragem e perseverança para milhões de venezuelanos. Machado é um "símbolo de resistência ao regime", disse Michael Shifter, acadêmico e ex-presidente do Inter-American Dialogue, um think tank com sede em Washington. "Seus esforços para desafiar o partido governista lhe renderam a admiração de muitos eleitores que a veem como o "instrumento para uma transformação na Venezuela", acrescentou Shifter. Trump vai ganhar o Nobel da Paz? Veja favoritos Nobel 2025 O ano foi marcado por uma intensa campanha para que o presidente dos EUA, Donald Trump, receba a honraria, capitaneada pelo próprio republicano. Especialistas, apontam, por sua vez, que os membros do comitê concederão o prêmio para uma organização humanitária ou internacional, em um momento marcado por guerras, desinformação e retrocessos democráticos. Entre os nomes apontados como favoritos estavam o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), as Salas de Resposta de Emergência do Sudão e a ONU, que está completando 80 anos. Analistas já diziam que as chances de Trump ser agraciado eram praticamente nulas nesta edição. Pelo testamento de Alfred Nobel (1833-1896), o Prêmio Nobel da Paz deve ser entregue à pessoa ou organização que tenha contribuí


María Corina Machado convocou seus apoiadores a não comparecer às urnas nas eleições venezuelanas de domingo (25/05). Alfredo Lasry R/Getty Images via BBC A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, foi a vencedora do Prêmio Nobel de 2025. O prêmio foi anunciado pelo Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo, nesta sexta-feira (10). Leia abaixo quem é ela. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Corina Machado foi impedida de concorrer nas eleições presidenciais da Venezuela em 2024 pelo Judiciário do país, aliadas do presidente e ditador Nicolás Maduro. O pleito, no final de julho, foi marcado por falta de transparência e a reeleição de Maduro amplamente contestada internacionalmente. A líder da oposição vive escondida na Venezuela desde então. Segundo o comitê do Nobel, Corina Machado representa "Sempre falou pelos direitos humanos, pelo povo venezuelano. Ela é o equilíbrio contra os tiros [do regime Maduro]". Nascida em 1967, na Venezuela, Maria Corina Machado é uma das principais vozes da oposição democrática ao regime de Nicolás Maduro. Engenheira de formação, com estudos em finanças, ela iniciou a carreira no setor privado antes de se dedicar à política e à defesa dos direitos civis. Em 1992, fundou a Fundação Atenea, voltada ao acolhimento e educação de crianças em situação de rua em Caracas. Dez anos depois, ajudou a criar a Súmate, organização dedicada à promoção de eleições livres e transparentes, conhecida por treinar observadores eleitorais e fiscalizar votações no país. Em 2010, foi eleita deputada da Assembleia Nacional com recorde de votos, mas expulsa do cargo em 2014 pelo governo chavista. Desde então, lidera o partido Vente Venezuela e foi uma das fundadoras da aliança Soy Venezuela, que reúne forças pró-democracia de diferentes correntes políticas. Em 2023, anunciou sua candidatura à Presidência da República, mas teve a inscrição barrada pelo regime. Nas eleições de 2024, apoiou o opositor Edmundo González Urrutia, cuja vitória foi negada pelo governo, apesar das evidências apresentadas pela oposição. María Corina Machado leva Nobel da Paz 2025 Segundo o Comitê Norueguês do Nobel, Machado recebe o Prêmio Nobel da Paz de 2025 “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. “Maria Corina Machado mantém acesa a chama da democracia em meio à escuridão crescente”, afirma o texto oficial da premiação. Cotada para derrotar o ditador Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela de julho de 2024, María Corina Machado foi impedida de concorrer no pleito pelo Judiciário do país, aliado de Maduro. Ela foi vencedora das prévias da oposição com mais de 90% de apoio e era a favorita para vencer Maduro nas eleições, mas foi inabilitada para ocupar cargos públicos por 15 anos, numa decisão do Supremo Tribunal de Justiça em janeiro de 2024, alinhado ao governo venezuelano. Mesmo assim, ex-deputada ajudou a promover o nome de Edmundo González, candidato escolhido pela coalizão de oposição. A autoridade eleitoral venezuelana, porém, proclamou Maduro eleito para um terceiro mandato de seis anos após as eleições presidenciais de 28 de julho do mesmo ano, sem apresentar os detalhes da apuração, como determina a lei. Machado enfrentou uma série de desafios enquanto percorreu o país para fazer campanha para González: caminhou por rodovias, andou de motocicleta, buscou abrigo na casa de apoiadores e viu seus colaboradores mais próximos serem presos e perseguidos. Alimentada pelo impedimento de concorrer às eleições, a líder da oposição venezuelana se tornou a força motriz da principal coalizão de oposição e um símbolo de esperança, coragem e perseverança para milhões de venezuelanos. Machado é um "símbolo de resistência ao regime", disse Michael Shifter, acadêmico e ex-presidente do Inter-American Dialogue, um think tank com sede em Washington. "Seus esforços para desafiar o partido governista lhe renderam a admiração de muitos eleitores que a veem como o "instrumento para uma transformação na Venezuela", acrescentou Shifter. Trump vai ganhar o Nobel da Paz? Veja favoritos Nobel 2025 O ano foi marcado por uma intensa campanha para que o presidente dos EUA, Donald Trump, receba a honraria, capitaneada pelo próprio republicano. Especialistas, apontam, por sua vez, que os membros do comitê concederão o prêmio para uma organização humanitária ou internacional, em um momento marcado por guerras, desinformação e retrocessos democráticos. Entre os nomes apontados como favoritos estavam o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), as Salas de Resposta de Emergência do Sudão e a ONU, que está completando 80 anos. Analistas já diziam que as chances de Trump ser agraciado eram praticamente nulas nesta edição. Pelo testamento de Alfred Nobel (1833-1896), o Prêmio Nobel da Paz deve ser entregue à pessoa ou organização que tenha contribuído de forma significativa para a fraternidade entre as nações, a abolição ou redução de exércitos permanentes, e a promoção de congressos de paz. Nobel foi um químico, engenheiro e inventor sueco. Considerado brilhante, ele fez fortuna com a venda de explosivos, incluindo sua invenção mais famosa, a dinamite, tanto para exércitos quanto para empresas de mineração. Não é possível saber por que ele decidiu criar o famoso prêmio para a promoção da paz: Nobel estabeleceu a honraria em testamento e, sendo introvertido e solitário durante boa parte da vida, não forneceu explicação para sua escolha. O que se sabe, é que, oito anos antes de morrer, Alfred deve ter se surpreendido ao abrir um jornal francês e dar de cara com seu próprio obituário — quem havia morrido era seu irmão, Ludvig, mas a publicação se confundiu. "O mercador da morte está morto", dizia o texto, em referência a Alfred. Há biógrafos que contestam essa versão e creditam o Nobel da Paz à intensa amizade com a pacifista austríaca Bertha von Suttner. Busto de Alfred Nobel no prédio onde o prêmio é entregue, em Oslo, na Noruega Reuters Noruega, e não Suécia Pela vontade de Alfred Nobel expressa em seu testamento, o Nobel da Paz é o único Nobel a ser entregue na Noruega, e não em sua Suécia Natal. Entre 1814 e 1905, Suécia e Noruega constituíam um reino unido sob o mesmo monarca e o mesmo corpo diplomático, embora permanecessem Estados distintos, com constituições, leis e até forças armadas separadas. A dissolução foi realizada de forma pacífica. O Comitê Norueguês do Nobel é formado por cinco membros, todos indicados pelo Parlamento norueguês para um mandato de seis anos. A cerimônia de entrega é realizada em Oslo — desde 1990, na prefeitura da capital. O evento de entrega ocorre todo dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred, e a medalha é entregue pelo presidente do Comitê. É comum o rei da Noruega estar presente na solenidade. Principais ganhadores Até 2024, 19 mulheres e 92 homens haviam recebido o prêmio. Por 19 vezes, o comitê organizador resolveu não entregar a honraria a ninguém — a última em 1972. O prêmio foi entregue pela primeira vez em 1901. Naquele ano, os ganhadores foram Frédéric Passy e Henry Dunant. Passy foi um dos fundadores da União Interparlamentar, que media acordos multilaterais entre Parlamentos do mundo todo. Já Dunant foi um dos criadores da Cruz Vermelha. Em 2024, o Nobel da Paz foi concedido à Nihon Hidankyo, uma organização que representa sobreviventes dos bombardeios nucleares de 1945 em Hiroshima e Nagasaki. Houve decisões contestadas, como as do diplomata americano Henry Kissinger, em 1973, e a de Barack Obama, em 2009. Mahatma Gandhi foi indicado cinco vezes para receber o Prêmio Nobel, mas nunca venceu. Veja, abaixo, outras personalidades e instituições que venceram o Nobel da Paz: Theodore Roosevelt, ex-presidente dos EUA, em 1906. Cruz Vermelha, em 1917, 1944 e 1963. Woodrow Wilson, ex-presidente dos EUA e fundador da Liga das Nações, em 1919. Cordell Hull, um dos fundadores da ONU, em 1945. Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em 1954 e 1981. Martin Luther King Jr, ativista norte-americano, em 1964. Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em 1965. Henry Kissinger, secretário de Estado dos EUA, em 1973 Madre Teresa de Calcutá, em 1979. Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, em 1989. Mikhail Gorbachev, ex-presidente da União Soviética, em 1990. Aung San Suu Kyi, ativista pelos direitos humanos, em 1991. Nelson Mandela, ativista anti-Apartheid e futuro presidente da África do Sul, em 1993 Médicos Sem Fronteiras, em 1999. ONU, em 2001. Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, em 2007. Barack Obama, em 2009 União Europeia, em 2012 Malala Yousafzai, ativista paquistanesa, em 2014. VÍDEOS: mais assistidos do g1
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