Tarcísio espera a fala de Bolsonaro e a queda de Lula para decidir-se
Que político não sonha, um dia, presidir seu país?

O ex-capitão do Exército e engenheiro militar Tarcísio de Freitas nunca foi um político até Bolsonaro convencê-lo a disputar o governo de São Paulo em 2022 – e ele se elegeu com razoável conforto no segundo turno, ao derrotar Fernando Haddad, do PT.
Partido de Bolsonaro, o PL de Valdemar (‘por que não te calas?’) Costa Neto quer Tarcísio nos seus quadros para concorrer com Lula na eleição presidencial de 2026. PP e União Brasil, partidos do Centrão, já anteciparam apoio a Tarcísio. O que falta então?
Falta Bolsonaro abençoar a escolha do seu ex-ministro da Infraestrutura, aquele que lhe fornece provas diárias de absoluta fidelidade. Falta Lula parar de crescer nas pesquisas de opinião. E falta naturalmente Tarcísio combinar com os eleitores.
Há momentos em que um político se lança candidato sem acreditar nas próprias chances ou mesmo certo da derrota. Quer se tornar mais conhecido. Ou enxerga alguma outra vantagem futura. Lula perdeu três eleições antes de se eleger pela primeira vez.
Foi assim também com Salvador Allende, no Chile. Ao se eleger, Allende foi derrubado por um golpe militar patrocinado pelos Estados Unidos e matou-se dentro do palácio presidencial. Repetiu Getúlio Vargas que só saiu morto do Palácio do Catete, no Rio.
O bem-sucedido agente imobiliário Donald Trump disputou a eleição presidencial norte-americana de 2016 descrente na vitória. Caso fosse derrotado pela democrata Hillary Clinton, ainda assim seria bom para seus negócios. Espantou-se ao vencer.
Aconteceu com Bolsonaro em 2018. Cansado de se eleger deputado federal, ele resolveu se aposentar e aproveitar a vida com Michelle. Candidatou-se a presidente só para impulsionar a carreira dos seus três filhos zero. Assustou-se quando se elegeu, e chorou.
Por ora, Tarcísio não vê vantagem alguma em trocar uma eleição segura para o governo de São Paulo pela aventura de enfrentar Lula daqui a um ano. Ele é racional em excesso. Só o fará se a faixa presidencial ficar ao alcance de sua mão. Espera que fique.
Um novo recorte da pesquisa Genial Quaest, divulgado ontem, aponta que ele teria no primeiro turno 18% dos votos contra 39% de Lula, e num eventual segundo turno, menos 12 pontos do que Lula. Tarcísio acha que Lula tem hoje sua reeleição garantida.
A ver, a ver.
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