Presidente da Síria diz não ter medo de guerra com Israel
Após nova onda de violência na Síria, Israel lançou ataques contra o país que atingiram a capital Damasco

O presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, acusou Israel de tentar desestabilizar o país com os recentes bombardeios, e disse não ter medo da guerra. A declaração aconteceu nesta quinta-feira (17/7), após os ataques israelenses contra o território sírio.
O que está acontecendo na Síria?
- A Síria enfrenta uma nova onda de violência, com conflitos étnicos que mataram mais de 300 pessoas desde o último dia 11 de julho.
- Os novos confrontos envolvem a minoria drusa, que vive em partes da Síria, e tribos beduínas.
- Na tentativa de conter a escalada, o novo governo da Síria, liderado por Ahmed al-Sharaa, enviou tropas para a região de Sweida, onde os combates se concentraram. Os militares, contudo, se uniram aos beduínos na batalha contra os drusos — etnia que mantém relações históricas com Israel.
- Por conta do que chamou de perseguição contra os drusos na Síria, Israel lançou ataques na Síria.
- Dois acordos de cessar-fogo foram anunciados pelo governo da Síria, e tropas governamentais se retiraram de Sweida. O que não impediu Israel de continuar os ataques contra o país.
- A sede do exército da Síria, assim como o Palácio Presidencial, ambos na capital Damasco, foram atacados por Israel.
No discurso televisionado, com pouco mais de seis minutos, o novo líder da Síria afirmou que Israel ameaça a estabilidade do país desde a queda de Bashar al-Assad, em dezembro do último ano.
Apesar do recente cessar-fogo anunciado na região de Sweida, al-Sharaa sinalizou que seu país está pronto para confrontos diretos com Israel.
“Não temos medo da guerra e dedicamos nossas vidas a enfrentar desafios e defender nosso povo”, declarou o presidente sírio. “No entanto, colocamos os interesses dos sírios acima do caos e destruição. A decisão ideal nesta fase foi fazer uma escolha prudente para proteger a unidade de nossa pátria e a segurança de seu povo, com base no supremo interesse nacional.”
Sem citar diretamente os drusos, atores centrais da recente onda de violência no país que desencadeou os bombardeios israelenses, al-Sharaa afirmou que seu governo teve sucesso em “restaurar a estabilidade e expulsar facções ilegais” do país.
O processo citado pelo presidente sírio foi iniciado em janeiro deste ano, com o anúncio da dissolução de partidos e grupos armados na Síria, que seriam incorporados as forças governamentais. A medida, porém, não foi bem aceita pelos drusos, que mantêm um pé atrás sobre as intenções da nova administração — composta por antigas fileiras do grupo Hayat Tahrir Al-Sham (HTS).
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Conflitos étnicos
Novos conflitos étnicos explodiram na Síria na última semana, após beduínos árabes sunitas, a mesma orientação religiosa do grupo que comanda a Síria atualmente, atacarem e roubarem o carro de um druso na província de Sweida.
Como retaliação, milícias drusas armadas sequestraram beduínos, e a situação escalou. Na tentativa de conter a onda de violência, tropas governamentais foram enviadas para a região, mas passaram a lutar contra os drusos, que mantêm relações históricas com Israel.
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