Primeiro despacho de juiz não previa prisão de dono do Banco Master
Juiz federal decidiu prender executivos do Banco Master horas antes da operação da PF. Primeira decisão era por busca e apreensão
Uma primeira decisão do juiz Ricardo Leite não pedia a prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro. O despacho de domingo à noite (16/11), ao qual a coluna teve acesso, determinava apenas busca e apreensão nos endereços do banqueiro e de outras dez pessoas.
O cenário mudou, contudo, na segunda-feira de tarde (17/11). Horas depois do primeiro despacho, o juiz incluiu o pedido de prisão preventiva contra Vorcaro e outros seis envolvidos.
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Daniel foi preso no Aeroporto de Guarulhos na segunda-feira à noite (17/11), enquanto tentava embarcar para o exterior em seu jato particular.
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Daniel Vorcaro é CEO do Banco Master Reprodução
Ao todo, os policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão em cinco unidades da FederaçãoVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Ao todo, os policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão em cinco unidades da FederaçãoVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Policiais federais deixam sede do Banco de Brasília BRB com apreensões no âmbito da operação Compliance Zero BRB e do Banco Master MetrópolesVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Os advogados do banqueiro defendem que se tratava de uma viagem à negócios, sem intenções de fuga, e entraram com um pedido de Habeas Corpus, que foi negado pela Justiça.
Esquema de Fraudes
A Operação Compliance Zero, deflagrada na última terça-feira (18/11), foi embasada em operações financeiras realizadas pelo Banco Master que chamaram a atenção das autoridades para possíveis irregularidades.
Os casos são citados para justificar a tese dos investigadores de que o banco era reincidente e adotava um “padrão de violação de normas regulatórias”, o que, de acordo com eles, indica a “possível existência de um vínculo associativo permanente para fins criminosos dos dirigentes do Banco Master”.
De acordo com os documentos, o Master emitiu aproximadamente R$ 50 bilhões em CDBs e CDIs, dos quais R$ 12 bilhões estariam descobertos, já que a carteira de ativos estaria lastreada majoritariamente em ativos de baixa liquidez.
A solução do grupo para aportar recursos muito superiores à produção histórica para cobrir o rombo de R$ 12 bilhões constituiu “associar, ilicitamente, a uma sociedade de crédito direto, com objetivo de inflar seu patrimônio artificialmente, por meio da aquisição de carteiras de créditos inexistentes e revendê-las ao BRB”.
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