Quem são os cardeais brasileiros que votam no conclave
A reunião de cardeais que escolherão o próximo papa prossegue nesta quinta-feira (8/5). Entre os religiosos votantes, sete são brasileiros

O conclave, reunião de cardeais para escolher o novo papa, prossegue nesta quinta-feira (8/5). Entre os 133 religiosos que votarão para nomear o próximo líder da Igreja Católica, estão sete cardeais brasileiros.
Veja os nomes:
- Sérgio da Rocha, primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos.
- Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos.
- Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos.
- Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
- Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos.
- João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos.
- Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos.
No Brasil, hoje, existem oito cardeais. Entre eles, o único que não poderá participar do conclave é Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, de 88 anos. O religioso não participará do conclave, pois já ultrapassou a idade-limite para votar.
De acordo com a Constituição Apostólica do Vaticano, os cardeais deixam de votar a partir dos 80 anos. Ainda assim, ele será convidado a integrar o Colégio dos Cardeais, que discutirá assuntos inadiáveis da Igreja até a escolha do novo papa.
Quem são os brasileiros que vão votar:
João Braz de Aviz
O cardeal nasceu em Santa Catarina, na cidade de Mafra, no dia 24 de abril de 1947. Estudou filosofia no Seminário Maior Provincial Rainha dos Apóstolos, em Curitiba. Em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana, licenciou-se em teologia. Tornou-se presbítero na Catedral de Apucarana, em 1972. Foi eleito bispo auxiliar de Vitória, em 1994, quando recebeu em Apucarana a ordenação episcopal.
Em 2004, João Braz de Avis foi nomeado pelo Papa João Paulo II arcebispo metropolitano de Brasília. Ele é o atual prefeito da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano e arcebispo emérito de Brasília. Em 2012, Bento XVI o nomeou cardeal.
Paulo Cezar Costa
O padre nasceu em Valença, Rio de Janeiro, em 1967, fez mestrado e doutorado em teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Em 1992 foi ordenado sacerdote e foi pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Vassouras (RJ). Em 2010 foi nomeado bispo da Arquidiocese Metropolitana do Rio de Janeiro.
Em 2016 foi transferido para a Diocese de São Carlos (SP) e nomeado membro do Conselho Permanente da CNBB até outubro de 2020, quando foi transferido para a Arquidiocese de Brasília, onde é arcebispo. Em 27 de agosto de 2022 foi nomeado cardeal-presbítero com o título de São Bonifácio e Santo Aleixo pelo papa Francisco. Em 2023, na 60ª Assembleia Geral da CNBB, foi eleito representante da Conferência Episcopal no Celam.
Sérgio da Rocha
O cardeal nasceu em Dobrada, São Paulo, no dia 21 de outubro de 1959. Foi nomeado arcebispo de Salvador em 2020, posição que garantiu a ele o posto de Primaz do Brasil, título de quem comanda a arquidiocese mais antiga do país.
Ele é mestre em teologia moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. O cardal também foi bispo auxiliar de Fortaleza, em 2001, e arcebispo da Arquidiocese de Teresina (PI).
Sérgio compôs o comando da Arquidiocese de Brasília de 2011 até 2020. No ano seguinte, o papa Francisco o nomeou membro da Congregação para os Bispos, um dos principais organismos da Cúria Romana, e em 2023, Francisco o nomeou também membro do poderoso Conselho de Cardeais, sendo o único latino do grupo.
Odilo Pedro Scherer
O padre nasceu em Cerro Largo, no Rio Grande do Sul, no dia 21 de setembro de 1949. Ele fez teologia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sendo mestre em filosofia e doutor em teologia, ambos os títulos pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Odilo foi bispo auxiliar de São Paulo entre 2002 a 2007 e secretário-geral do CNBB, de 2003 a 2007. Ele também exerceu a função de secretário-geral adjunto da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe em maio de 2007. Tornou-se arcebispo metropolitano de São Paulo, onde está desde 29 de abril de 2007, mesmo ano em que foi escolhido membro do Conselho Permanente da CNBB.
Jaime Spengler
O cardeal é de Gaspar, em Santa Catarina, nasceu no dia 6 de setembro de 1960. Ele é o atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (quadriênio 2023-2027) e do Conselho Episcopal Latino-americano. É arcebispo metropolitano de Porto Alegre (RS) desde 2013.
O religioso cursou filosofia no Instituto Filosófico São Boaventura, de Campo Largo (PR), e teologia no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ) e no Instituto Teológico de Jerusalém, em Israel. Doutor em filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, de Roma, em 2010 foi nomeado por Bento XVI como bispo auxiliar. Já exerceu os cargos de 1º vice-presidente da CNBB e é presidente da entidade desde 2023. Foi nomeado cardeal pelo papa Francisco em 7 de dezembro de 2024.
Leonardo Ulrich Steiner
O cardeal nasceu em Forquilhinha, em Santa Catarina, no dia 6 de novembro de 1950. Ele cursou filosofia e teologia no Instituto Teológico Frasciscano e licenciatura e doutorado na Pontifícia Universidade Antonianum em Roma.
Em 2005, foi nomeado bispo da Prelazia de São Félix. Também foi secretário-geral da CNBB (2011-2019). Em novembro de 2019, foi nomeado arcebispo de Manaus e, em 2022, foi nomeado cardeal pelo papa Francisco. Steiner chegou a afirmar que Francisco era o “papa da Amazônia” por causa de sua preocupação com a região, tendo ambos trocado muitas conversas sobre a situação do lugar durante a pandemia de Covid-19.
Orani Joāo Tempesta
O religioso nasceu em São José do Rio Pardo, São Paulo, no dia 23 de junho de 1950. Ele foi terceiro bispo de São José do Rio Preto (SP) e arcebispo de Belém (PA). Entrou para a Ordem dos Monges Ciestercienses e estudou filosofia no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, entre 1969 e 1970, e em São João Del Rey (MG), em 1975. Cursou teologia no Instituto de Teologia Pio XVI em São Paulo, entre 1971 e 1974.
Ele foi ordenado presbítero, em 1974, em São José do Rio Pardo, e foi eleito bispo da Diocese de São José do Rio Preto pelo papa João Paulo II em 1997. Orani está à frente da Pastoral da Arquidiocese do Rio de Janeiro desde o dia 19 de abril de 2009 e foi nomeado pelo papa Francisco cardeal-presbítero sob o título de Santa Maria Mãe da Providência, no Monte Verde, em 22 de fevereiro de 2014.
Quando criança, Lourdinha Fontão, religiosa de São José do Rio Pardo considerada “serva de Deus”, título concedido pela Igreja para aqueles cujo nome está em processo de beatificação, disse para a mãe de Orani: “Seu filho vai ser bispo e, depois, papa”.
Como funciona a escolha de papas
A escolha do novo líder da igreja ocorre por meio de um conclave, no qual apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto. O processo é secreto e pode exigir várias rodadas de votação até que um candidato obtenha dois terços dos votos.
A eleição de Francisco marcou a forte influência da América Latina na Igreja, tornando-o o primeiro papa latino-americano. Embora o cenário atual seja menos favorável para brasileiros, alguns nomes são citados como possíveis candidatos.
Com a recente nomeação de novos cardeais, incluindo dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, o Brasil conta com sete eleitores no conclave. Além de Spengler, dom Leonardo Steiner e dom Paulo Cezar Costa têm direito a voto e podem estar entre as opções para o papado.
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