Rachadinha: fala de Nikolas na presença de Motta não teve aval do PL

A cúpula do Partido Liberal (PL) rejeitou, nos bastidores, qualquer validação à fala do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que, nessa terça-feira (19/8), afirmou que a prática de rachadinha desmoraliza o Congresso. O discurso foi visto como uma provocação ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), alvo de denúncia por suposto recebimento de parte do salário de funcionários.

“A sua resolução, presidente, que diz respeito à punição das pessoas que fizerem obstrução por qualquer meio, eu vou ser bem sincero, a esquerda também já se utilizou dessa mesma atitude para poder ocupar esta Mesa. As medidas, senhores, zero. Sabe o que é desrespeito para mim, desrespeito a este Congresso? Rachadinha. Rachadinha faz a imagem deste Congresso ficar manchada”, disse Nikolas.

O deputado discursava sobre a possibilidade de punição dos parlamentares que fizeram um motim na Câmara, ocupando fisicamente o plenário. A cena enfraqueceu Motta, que, por mais de 30h, não conseguiu sentar-se à Mesa Diretora e retomar os trabalhos da Casa, após o recesso parlamentar. 6 imagensFechar modal.1 de 6

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG)VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto2 de 6

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG)VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto3 de 6

Deputados bolsonaristas ocupam a CâmaraReprodução4 de 6

Nikolas acusa deputada do PT de derrubá-lo no chão. Ela afirma ter levado cotoveladaReprodução/Redes sociais5 de 6

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VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

Depois desse episódio, Motta defendeu um projeto que prevê suspensão cautelar por seis meses para quem agredir ou impedir fisicamente o funcionamento das atividades legislativas. A urgência do texto foi aprovada nesta terça.

Em paralelo, há uma série de representações contra os deputados amotinados. As denúncias estão na mesa do corregedor da Casa, o deputado Diego Coronel (PSD-BA), que intimou os colegas a se manifestarem sobre a confusão. Os casos, que podem levar à suspensão de 14 mandatos, ainda devem passar pelo Conselho de Ética.

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PL quer bandeira branca

O motim rachou a relação do PL com Motta. O partido ficou isolado na Casa, e sequer viu avançar a anistia aos envolvidos com o 8 de Janeiro, enquanto o projeto que retiraria alcance do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre parlamentares subiu no teto por ora.

Nesse sentido, o partido tem tentado retomar o diálogo com Motta. Segundo interlocutores, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, conversou com o presidente da Câmara na segunda-feira (18/8), tentando reconstruir a ponte e impedir que o governo Lula se aproxime demais do parlamentar.