Servidor que filmava amigas nuas pôs câmera até em banheiro de amigo
Pablo Silva Santiago, 39 anos, é acusado de instalar câmeras em banheiros para filmar mulheres nuas. Ele tinha mais de 1 mil mídias salvas

O servidor público federal investigado por colocar câmeras em banheiros para filmar mulheres nuas agiu não só nas casas onde morou, mas também em residências e estabelecimentos de amigos e conhecidos. Pablo Silva Santiago (foto em destaque), 39 anos, foi alvo de busca e apreensão da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nessa terça-feira (13/5).
Agentes da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) foram à casa de Pablo e recolheram notebooks, celulares e HDs externos para análise. Ele guardava mais de 1 mil vídeos registrados em sanitários das casas onde morou; de residências de amigos; de festas públicas e privadas; e de locais de alta circulação.
Pablo Santiago também é professor de dança e trabalhava em uma escola de salsa, onde fez diversas vítimas. Além de servidor federal, músico e dançarino, o suspeito se intitula professor de matemática, DJ, agitador cultural e engenheiro.
Fotos e vídeos desde 2017
A coluna apurou que, em abril deste ano, a então namorada de Pablo – que não terá o nome divulgado para resguardar a vítima – acessou o computador dele e viu milhares de fotos e vídeos íntimos de várias mulheres. O conteúdo estava separado por data e nome das vítimas, e havia registros desde 2017. As mídias eram não só das pessoas usando banheiros, mas também em contexto sexual.
Assustada, a mulher questionou o então namorado, que justificou o material por ser viciado em pornografia. Naquele momento, ele mostrou a ela um HD externo com mais conteúdos, inclusive contendo imagens dela, gravados sem seu consentimento. Nos vídeos em que a jovem aparece, ela estava tomando banho e usando o banheiro.
A então namorada percebeu que Pablo havia gravado mulheres escondidas em locais como: nas casas onde morou; no banheiro do salão da tia dela; no banheiro da casa de um amigo e também da mãe desse amigo.
Outra vítima é uma servidora pública federal de 35 anos. A Polícia Civil do DF mostrou dois vídeos onde ela foi filmada por Pablo, e ela se reconheceu nas imagens. Perplexa, ela disse que não sabia que havia sido filmada, logo, não havia autorizado a gravação. Agentes também revelaram prints de uma videochamada entre ela e o suspeito, feita em 2020, durante a pandemia, e ela disse que não havia permitido que Pablo printasse a ligação.
Encurralado após a então namorada descobrir os crimes, Pablo procurou um amigo. Desesperado, o suspeito contou que havia sido descoberto e confessou que estava produzindo vídeos de mulheres nuas gravadas sem consentimento. Assim como fez com a namorada, alegou a esse amigo que estava viciado em pornografia e ameaçou tirar a própria vida.
O amigo do suspeito, então, fez contato com a namorada dele para entender a dimensão do problema. Após ter ciência da situação, esse amigo achou por em avisar algumas vítimas de Pablo que elas haviam tido a privacidade violada. A uma delas, ele disse: “Se tem 10 vídeos de fulana, vão ter 100 vídeos seus”.
Segundo a então namorada de Pablo, esse amigo em questão teve câmeras instaladas no banheiro dele por Pablo. O homem não foi questionado pela PCDF se sabia disso.
Necrofilia
Pablo não guardava esses conteúdos apenas para si. Pelo contrário, ele participava de sites pornográficos e grupos no Telegram para compartilhar as fotos e vídeos. De acordo com os depoimentos, Pablo usava as mídias como moeda de troca para conseguir conteúdos de necrofilia (sexo com cadáveres).
O amigo ouvido pela PCDF, cujo depoimento foi mencionado acima, ouviu Pablo dizer que estava viciado em conteúdos “cada vez mais estranhos”, como sexo com cadáveres.
Respostas
O Metrópoles procurou por Pablo Santiago, para que ele dê sua versão dos fatos. Até a última atualização desta reportagem, o servidor não havia retornado. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.
A reportagem também procurou o Ministério da Cultura, onde Pablo é lotado, e aguarda retorno.
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