Tony Blair é cotado para governar Gaza no pós-guerra
O ex-primeiro-ministro britânico durante depoimento diante da comissão do juiz Brian Leveson, criada por causa do escândalo das escutas ilegais, nesta segunda (28) Reuters Desde que a guerra de Israel em Gaza começou, após o massacre do Hamas em 7 de outubro de 2023, muito se especula sobre o destino do enclave palestino no pós-guerra. Nesse contexto, o nome do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair (1997-2007) vem sendo cotado como governador temporário de Gaza e surge com força nos projetos do governo Trump para o território assim que o Hamas fosse derrubado. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp De acordo com a mídia israelense, Blair trabalha ao lado de Jared Kushner, genro do presidente americano, para implementar a iniciativa. Ele seria uma espécie de primeiro-ministro de Gaza, liderando a Autoridade Internacional de Transição de Gaza (Gita, na sigla em inglês), que governaria o território por até cinco anos. O modelo de administração da Gita se baseia nos que supervisionaram as transições em Timor Leste e Kosovo, antes de se transformarem em nações. No início, sua base seria na cidade fronteiriça egípcia de el-Arish, no Sinai. Pelo organograma proposto, o governador presidiria um conselho de sete integrantes e um secretariado de até 25 pessoas. Um representante palestino também estaria no conselho, mas não está claro se seria vinculado à Autoridade Palestina presidida por Mahmoud Abbas. Este representa um dos pontos vulneráveis da proposta. Conforme às informações vazadas até agora, o plano deixa claro que não haveria deslocamento de palestinos e que, em última análise, a missão do governo provisório seria entregar o poder a uma Autoridade Palestina reformulada e independente. Aos 72 anos, Tony Blair tem um bom trânsito junto ao governo de Israel e de países árabes e profundo conhecimento da região, mas enfrentaria resistências entre os palestinos para ocupar o cargo. Ele era primeiro-ministro e um dos aliados mais fervorosos de George W. Bush, quando os EUA invadiram o Iraque, em 2003, baseados em informações de que o ditador Saddam Hussein produzia armas de destruição em massa, nunca comprovadas. Após renunciar ao governo britânico, em 2007, Blair foi nomeado enviado especial do Quarteto (ONU, EUA, União Europeia e Rússia) para o Oriente Médio, com o objetivo de preparar o terreno para um futuro Estado palestino. Como a História constatou, a atuação não prosperou, e ele deixou a função em 2015. Atualmente, o ex-primeiro-ministro trabalhista preside o Instituto Tony Blair para a Mudança Global. No mês passado, ele e Kushner participaram de uma reunião na Casa Branca. Sua proposta de futura gestão para Gaza integra o plano de 21 pontos do governo Trump, que o presidente americano apresentou na quarta-feira passada a líderes de países muçulmanos. Estará também na mesa de negociação com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta segunda em Washington. Mas, acima de tudo, está vinculado a um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, que ponha fim à guerra de quase dois anos que devastou Gaza. Trump recebe premiê de Israel na Casa Branca para falar sobre cessar-fogo em Gaza


O ex-primeiro-ministro britânico durante depoimento diante da comissão do juiz Brian Leveson, criada por causa do escândalo das escutas ilegais, nesta segunda (28) Reuters Desde que a guerra de Israel em Gaza começou, após o massacre do Hamas em 7 de outubro de 2023, muito se especula sobre o destino do enclave palestino no pós-guerra. Nesse contexto, o nome do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair (1997-2007) vem sendo cotado como governador temporário de Gaza e surge com força nos projetos do governo Trump para o território assim que o Hamas fosse derrubado. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp De acordo com a mídia israelense, Blair trabalha ao lado de Jared Kushner, genro do presidente americano, para implementar a iniciativa. Ele seria uma espécie de primeiro-ministro de Gaza, liderando a Autoridade Internacional de Transição de Gaza (Gita, na sigla em inglês), que governaria o território por até cinco anos. O modelo de administração da Gita se baseia nos que supervisionaram as transições em Timor Leste e Kosovo, antes de se transformarem em nações. No início, sua base seria na cidade fronteiriça egípcia de el-Arish, no Sinai. Pelo organograma proposto, o governador presidiria um conselho de sete integrantes e um secretariado de até 25 pessoas. Um representante palestino também estaria no conselho, mas não está claro se seria vinculado à Autoridade Palestina presidida por Mahmoud Abbas. Este representa um dos pontos vulneráveis da proposta. Conforme às informações vazadas até agora, o plano deixa claro que não haveria deslocamento de palestinos e que, em última análise, a missão do governo provisório seria entregar o poder a uma Autoridade Palestina reformulada e independente. Aos 72 anos, Tony Blair tem um bom trânsito junto ao governo de Israel e de países árabes e profundo conhecimento da região, mas enfrentaria resistências entre os palestinos para ocupar o cargo. Ele era primeiro-ministro e um dos aliados mais fervorosos de George W. Bush, quando os EUA invadiram o Iraque, em 2003, baseados em informações de que o ditador Saddam Hussein produzia armas de destruição em massa, nunca comprovadas. Após renunciar ao governo britânico, em 2007, Blair foi nomeado enviado especial do Quarteto (ONU, EUA, União Europeia e Rússia) para o Oriente Médio, com o objetivo de preparar o terreno para um futuro Estado palestino. Como a História constatou, a atuação não prosperou, e ele deixou a função em 2015. Atualmente, o ex-primeiro-ministro trabalhista preside o Instituto Tony Blair para a Mudança Global. No mês passado, ele e Kushner participaram de uma reunião na Casa Branca. Sua proposta de futura gestão para Gaza integra o plano de 21 pontos do governo Trump, que o presidente americano apresentou na quarta-feira passada a líderes de países muçulmanos. Estará também na mesa de negociação com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta segunda em Washington. Mas, acima de tudo, está vinculado a um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, que ponha fim à guerra de quase dois anos que devastou Gaza. Trump recebe premiê de Israel na Casa Branca para falar sobre cessar-fogo em Gaza
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