Trump diz a Zelensky e líderes europeus que somente a Ucrânia tem direito de negociar seus territórios com a Rússia

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e chanceler alemão, Friedrich Merz, falam com assessores antes de cúpula de europeus com Donald Trump para discutir guerra na Ucrânia em 13 de agosto de 2025. John MacDougall/Pool via REUTERS Somente a Ucrânia tem o direito de negociar seus territórios com a Rússia, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e outros líderes europeus nesta quarta-feira (13). A conversa por videoconferência entre os líderes ocorreu dois dias antes do encontro de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca. Na ocasião, Trump e Putin se reunirão a sós, e o presidente norte-americano afirmou que pressionará o líder russo pelo fim da guerra na Ucrânia, que já dura três anos e meio. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Segundo o presidente da França, Emmanuel Macron, Trump disse na reunião que qualquer questão envolvendo o território ucraniano será negociada apenas pela Ucrânia e que quer buscar um cessar-fogo no conflito durante a reunião com Putin. Durante a conversa, líderes europeus como o chanceler alemão, Friedrich Merz, o chefe da Otan, Mark Rutte, a chefe da União Europeia, Ursula von der Leyen, o premiê britânico, Keir Starmer, e Macron reforçaram que a Ucrânia precisa estar na mesa de negociações com a Rússia. Merz afirmou que a conversa com Trump "foi boa", e disse que o líder americano concordou ser necessário que "uma cronologia correta aconteça a partir de agora: primeiro um cessar-fogo [nos combates], e depois discussões por um acordo permanente para o fim da guerra". Ainda segundo o chanceler alemão, os aliados concordaram que as seguintes condições devem ser atendidas: o reconhecimento de anexação pelos russos de qualquer território ucraniano não pode acontecer; tem que haver garantias de segurança à Ucrânia; a soberania da Ucrânia tem que ser respeitada; "Nosso apoio à Ucrânia é inegociável. Fronteiras não podem ser mudadas à força, e a Ucrânia tem que ter garantias robustas de segurança para defender sua integridade territorial", afirmou Starmer. Merz disse também que Trump concorda na necessidade de aplicar uma maior pressão sobre Putin caso não haja resposta positiva dos russos no encontro no Alasca. A ligação serviu para Zelensky e seus aliados europeus argumentarem com Trump a importância de assegurar uma posição mais favorável possível pró-Europa nas negociações com Putin. Eles temem que, com uma possível nova aproximação entre Trump e Putin, uma proposta de paz acordada no Alasca exija muito mais concessões de Kiev do que de Moscou — inclusive territoriais. Trump mencionou no início da semana uma possível "troca de territórios", mas sem dar mais detalhes. (Leia mais abaixo) O líder ucraniano e a maioria de seus aliados europeus têm afirmado que uma paz duradoura não pode ser garantida sem que a Ucrânia esteja na mesa de negociações, e que um acordo deve respeitar o direito internacional, a soberania da Ucrânia e sua integridade territorial. Ao mesmo tempo que, segundo Merz, Trump "iniciará" na sexta as tratativas com Putin para finalizar a guerra, Ucrânia e Rússia têm posições totalmente opostas. Zelensky reafirmou na terça-feira que a Rússia deve concordar com um cessar-fogo antes que questões territoriais sejam discutidas, e disse que rejeitaria qualquer proposta russa de que a Ucrânia retire suas tropas da região oriental de Donbass e ceda suas linhas defensivas. "Conversas substantivas e produtivas sobre nós sem nós não funcionarão. (...) Elas são possíveis, mas não serão aceitas na prática. Assim como não posso dizer nada sobre outro Estado ou tomar decisões por ele", disse Zelensky em entrevista à imprensa na terça-feira. A Rússia, por sua vez, rechaçou nesta quarta-feira a ideia de troca de territórios e disse que não fará concessões. Um porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores afirmou que a posição do país não mudou e que não abrirá mão das regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, que suas tropas controlam e a Rússia declarou como suas. Presidente da Ucrânia rejeita proposta de Trump de ceder territórios à Rússia Troca de territórios Trump disse que qualquer acordo de paz envolveria "alguma troca de territórios para o bem de ambos" a Rússia e a Ucrânia. Questionada sobre o motivo de Zelensky não se juntar aos líderes dos EUA e da Rússia na cúpula do Alasca, uma porta-voz da Casa Branca afirmou na terça-feira que a reunião bilateral havia sido proposta por Putin e que Trump aceitou a proposta para obter um "melhor entendimento" de como encerrar a guerra. "Isso cabe ao presidente ir e obter um entendimento mais firme e preciso de como podemos, com sorte, encerrar esta guerra", disse a secretária de imprensa, Karoline Leavitt, a repórteres. Trump está aberto a uma reunião trilateral com Putin e Zelensky posteriormente, disse Leavitt. Cúpula no Alasca Trump anuncia encontro com Putin no Alasca, e

Agosto 13, 2025 - 12:30
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Trump diz a Zelensky e líderes europeus que somente a Ucrânia tem direito de negociar seus territórios com a Rússia

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e chanceler alemão, Friedrich Merz, falam com assessores antes de cúpula de europeus com Donald Trump para discutir guerra na Ucrânia em 13 de agosto de 2025. John MacDougall/Pool via REUTERS Somente a Ucrânia tem o direito de negociar seus territórios com a Rússia, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e outros líderes europeus nesta quarta-feira (13). A conversa por videoconferência entre os líderes ocorreu dois dias antes do encontro de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca. Na ocasião, Trump e Putin se reunirão a sós, e o presidente norte-americano afirmou que pressionará o líder russo pelo fim da guerra na Ucrânia, que já dura três anos e meio. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Segundo o presidente da França, Emmanuel Macron, Trump disse na reunião que qualquer questão envolvendo o território ucraniano será negociada apenas pela Ucrânia e que quer buscar um cessar-fogo no conflito durante a reunião com Putin. Durante a conversa, líderes europeus como o chanceler alemão, Friedrich Merz, o chefe da Otan, Mark Rutte, a chefe da União Europeia, Ursula von der Leyen, o premiê britânico, Keir Starmer, e Macron reforçaram que a Ucrânia precisa estar na mesa de negociações com a Rússia. Merz afirmou que a conversa com Trump "foi boa", e disse que o líder americano concordou ser necessário que "uma cronologia correta aconteça a partir de agora: primeiro um cessar-fogo [nos combates], e depois discussões por um acordo permanente para o fim da guerra". Ainda segundo o chanceler alemão, os aliados concordaram que as seguintes condições devem ser atendidas: o reconhecimento de anexação pelos russos de qualquer território ucraniano não pode acontecer; tem que haver garantias de segurança à Ucrânia; a soberania da Ucrânia tem que ser respeitada; "Nosso apoio à Ucrânia é inegociável. Fronteiras não podem ser mudadas à força, e a Ucrânia tem que ter garantias robustas de segurança para defender sua integridade territorial", afirmou Starmer. Merz disse também que Trump concorda na necessidade de aplicar uma maior pressão sobre Putin caso não haja resposta positiva dos russos no encontro no Alasca. A ligação serviu para Zelensky e seus aliados europeus argumentarem com Trump a importância de assegurar uma posição mais favorável possível pró-Europa nas negociações com Putin. Eles temem que, com uma possível nova aproximação entre Trump e Putin, uma proposta de paz acordada no Alasca exija muito mais concessões de Kiev do que de Moscou — inclusive territoriais. Trump mencionou no início da semana uma possível "troca de territórios", mas sem dar mais detalhes. (Leia mais abaixo) O líder ucraniano e a maioria de seus aliados europeus têm afirmado que uma paz duradoura não pode ser garantida sem que a Ucrânia esteja na mesa de negociações, e que um acordo deve respeitar o direito internacional, a soberania da Ucrânia e sua integridade territorial. Ao mesmo tempo que, segundo Merz, Trump "iniciará" na sexta as tratativas com Putin para finalizar a guerra, Ucrânia e Rússia têm posições totalmente opostas. Zelensky reafirmou na terça-feira que a Rússia deve concordar com um cessar-fogo antes que questões territoriais sejam discutidas, e disse que rejeitaria qualquer proposta russa de que a Ucrânia retire suas tropas da região oriental de Donbass e ceda suas linhas defensivas. "Conversas substantivas e produtivas sobre nós sem nós não funcionarão. (...) Elas são possíveis, mas não serão aceitas na prática. Assim como não posso dizer nada sobre outro Estado ou tomar decisões por ele", disse Zelensky em entrevista à imprensa na terça-feira. A Rússia, por sua vez, rechaçou nesta quarta-feira a ideia de troca de territórios e disse que não fará concessões. Um porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores afirmou que a posição do país não mudou e que não abrirá mão das regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, que suas tropas controlam e a Rússia declarou como suas. Presidente da Ucrânia rejeita proposta de Trump de ceder territórios à Rússia Troca de territórios Trump disse que qualquer acordo de paz envolveria "alguma troca de territórios para o bem de ambos" a Rússia e a Ucrânia. Questionada sobre o motivo de Zelensky não se juntar aos líderes dos EUA e da Rússia na cúpula do Alasca, uma porta-voz da Casa Branca afirmou na terça-feira que a reunião bilateral havia sido proposta por Putin e que Trump aceitou a proposta para obter um "melhor entendimento" de como encerrar a guerra. "Isso cabe ao presidente ir e obter um entendimento mais firme e preciso de como podemos, com sorte, encerrar esta guerra", disse a secretária de imprensa, Karoline Leavitt, a repórteres. Trump está aberto a uma reunião trilateral com Putin e Zelensky posteriormente, disse Leavitt. Cúpula no Alasca Trump anuncia encontro com Putin no Alasca, em 15 de agosto A invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, deixou dezenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e grande destruição. Putin tem resistido aos múltiplos apelos dos Estados Unidos, da Europa e da Ucrânia para declarar um cessar-fogo. A cúpula no Alasca, território que a Rússia vendeu aos Estados Unidos em 1867, será a primeira entre os presidentes em exercício dos Estados Unidos e da Rússia desde que Joe Biden se reuniu com Putin em Genebra, em junho de 2021. Trump e Putin se encontraram pela última vez em 2019, em uma cúpula do G20 no Japão, durante o primeiro mandato do americano, embora tenham se falado por telefone em várias ocasiões desde janeiro. As condições para a paz Após mais de três anos de combates, as posições ucranianas e russas continuam irreconciliáveis. Para acabar com o conflito, Moscou exige que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que o país renuncie ao recebimento de armas do Ocidente e à sua adesão à Otan. Essas condições são inaceitáveis para a Ucrânia, que exige a retirada das tropas russas de seu território e garantias de segurança ocidentais. Isso incluiria mais fornecimento de armas e o envio de um contingente europeu, aos quais a Rússia se opõe. Trump e Putin vão se encontrar pessoalmente nos próximos dias

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