Um mês após sair do cárcere, menina de 6 anos “começou a usar colher”
Responsável pelo caso, conselheira tutelar Lígia Guerra conta que recuperação da criança “está indo bem”

A menina de 6 anos que foi resgatada do cárcere privado em Sorocaba no final de agosto está “melhorando” e já começou a se alimentar com colher. Ela está há um mês sob cuidados do Conselho Tutelar, e tem feito acompanhamento com profissionais de terapia ocupacional, psicologia e fisioterapia.
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A assistente social Lígia Guerra, que foi uma das responsáveis pelo resgate da criança, conta que ela também está fazendo atendimento no CAPS de Sorocaba, e que sua interação na casa de recuperação vem melhorando.
“A gente percebe que ela vem avançando bastante. No quesito de socialização, de interação, está indo bem. Está caminhando bem, conseguindo cada vez mais ter estímulos adequados, do jeito que ela está, nesse ritmo bom”, disse a conselheira tutelar ao Metrópoles.
Durante o resgate da menina, o Conselho Tutelar descobriu que ela nunca havia se alimentado com “comida sólida” e estava com o cabelo bem sujo quando foi encontrada em casa no Jardim Santa Esmeralda. A criança também não havia sido vacinada e nunca tinha frequentado a escola.
Agora, ela tem sido estimulada a mudar a rotina de alimentação e já deixou de se alimentar com a seringa. Segundo Lígia, a menina começou a comer na colher alimentos mais líquidos e pastosos.
Pais foram presos
- Os pais da criança foram presos no início de setembro e foram encaminhados à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba, que investiga o caso.
- A dupla teve os respectivos celulares apreendidos e responderão pelos crimes de sequestro e cárcere privado.
Menina morava com os pais e passava o dia vendo pornografia
A criança foi encontrada no dia 29 de agosto na casa em que morava com o pai e a mãe. Os três dividiam um mesmo colchão posicionado no chão do quarto do casal, um cômodo pintado de branco. Os brinquedos se resumiam a uma cabaninha rosa, algumas bolinhas e dois jogos.
Segundo Lígia Guerra, a criança passava o dia inteiro no celular, no qual os investigadores verificaram que era consumida muita pornografia.
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Após ser resgatada, ela foi levada ao Instituto Médico-Legal (IML), onde passou por exame de corpo de delito, assim que foi retirada da casa. Não foram detectados sinais de abuso, e o aparelho celular ainda deve passar por perícia.
A menina ficava totalmente isolada dentro de casa, sem ir à escola, ter acesso à assistência médica ou assistir a televisão. Por causa do tratamento, a menina nunca aprendeu a falar e só conseguia comer comida líquida.
Caso começou com denúncia dos vizinhos
A mãe da menina dependia do marido para qualquer comunicação. Ela passava parte do dia fora, vendendo os pães feitos por ele. Segundo a conselheira, a mulher era proibida de entrar em casa se não vendesse toda a produção.
A delegada responsável pelo caso, Renata Zanin, explicou que as condições da família chegaram à polícia após uma denúncia de vizinhos, que acusaram o genitor de ter raspado a cabeça da mulher e a obrigado a usar roupas masculinas. Esses vizinhos relataram que escutavam a criança gritando quando a mãe saía de casa, mas que nunca tinham visto a menina sair do imóvel.
O homem teria recebido os conselheiros aos berros no dia em que eles foram averiguar a denúncia. Apesar disso, a mãe da menina negou à polícia que estaria sofrendo violência e não quis o acolhimento do Conselho.
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