Acusado de 2 homicídios, falso médico que forjou própria morte é preso

Fernando Henrique Guerrero, acusado de atuar como falso médico em Sorocaba, no interior de São Paulo, foi preso na tarde dessa terça (24/6), após se entregar no 1º Distrito Policial (DP) de Guarulhos, na região metropolitana da capital paulista.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), que confirmou a prisão, ele compareceu na delegacia com o advogado e permanecerá à disposição da Justiça.

Fernando estava foragido desde o mês passado, quando a Justiça paulista aceitou o pedido de prisão feito pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Ele é réu em dois processos por homicídios provocados pelo exercício irregular da medicina na Santa Casa do município, além de já ter respondido por lesão corporal a uma paciente que teve demora no diagnóstico de câncer. Quando o caso foi julgado, Fernando já havia sido condenado pelo crime de exercício ilegal da profissão.

Questionado sobre as ações penais contra o acusado, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) não respondeu à reportagem. O espaço segue aberto.

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Histórico de fraudes do falso médico

• Fernando chegou a cursar medicina, mas não era legalmente habilitado para exercer a profissão.
• Ele usou documentos falsos e passou a atender como médico na Santa Casa de Sorocaba, se passando por Ariosvaldo Fiorentino.
• Em depoimento, Fernando afirmou que estagiou junto com Ariosvaldo, e que “se identificou com ele”.
• Na Santa Casa, em pelo menos três casos, o falso médico atrasou o tratamento de pacientes.
• Duas mulheres morreram e uma foi diagnosticada com câncer de pulmão, tendo que fazer quimioterapia.
• Fernando também chegou a forjar o próprio óbito, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
• Segundo o promotor responsável pela denúncia, o réu apresentou uma certidão de óbito falsa na tentativa de obter a extinção da punibilidade em uma das ações penais a que responde.
• A partir de novos documentos juntados, outras fraudes documentais praticadas relacionadas à falsificação do óbito também serão objeto de investigação, informou o MPSP.
• A promotoria esclarece ainda que, mesmo não sendo localizado e preso, o denunciado será julgado à revelia pelo Tribunal do Júri de Sorocaba.
• O Metrópoles não localizou a defesa de Fernando. O espaço segue aberto.

O que diz a Santa Casa

Em nota, a Santa Casa de Sorocaba informou que o falso médico atuou pela unidade hospitalar em 2011, durante gestão de outra instituição, “sem qualquer relação com a composição atual, gerida atualmente pela Arquidiocese de Sorocaba”.

Por isso, a entidade afirma que não possui qualquer competência legal ou factual para se manifestar sobre os atos administrativos ou operacionais praticados àquela época.

“Reitera-se que a atual administração desde o início de sua atuação tem priorizado a transparência, a responsabilidade administrativa e a excelência na prestação de serviços de saúde com qualidade e segurança à população de Sorocaba e região”, finalizou a nota.