Casal obrigava jovens a produzir conteúdo sexual entre si, diz polícia
Investigação começou após a mãe das vítimas descobrir os crimes e procurar as autoridades. O pai e a madrasta são investigados

Um casal é acusado de obrigar duas adolescentes, de 14 e 16 anos, a produzirem fotos e vídeos de conteúdo sexual entre si. As vítimas eram submetidas a metas diárias e horários pontuais para a entrega do material. O pai e a madrasta são investigados por exploração sexual infantojuvenil, associação criminosa e ameaça.
A madrasta foi detida na manhã desta quinta-feira (21/8) em Curitiba (PR), enquanto o pai de uma das vítimas sege foragido. Uma outra suspeita também foi presa em Cerro Azul, região metropolitana da capital.
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Até o momento, não se sabe o grau de envolvimento dela com as jovens. Porém, investigações apontam que a mulher apareceu em cadastros ligados a números de telefone que pediam e divulgavam imagens das adolescentes. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
De acordo com a Polícia Civil do Paraná (PCPR), o homem é pai da adolescente mais velha e padrasto da outra. A investigação teve início em fevereiro, após a mãe das garotas descobrir os crimes e procurar as autoridades. Ela também teria sido coagida pelo ex-companheiro com a divulgação de material pornográfico das jovens.
Segundo o delegado Gabriel Fontana, a apuração mostrou que o primeiro vídeo foi gravado sob coação, em outubro de 2024, quando o pai forçou as adolescentes a produzirem conteúdo íntimo entre si.
“As vítimas eram sistematicamente coagidas pelos investigados a produzirem vídeos de cunho pornográfico entre si e com terceiros, sob a imposição de uma meta diária de produção”, contou.
“Seita” para amedrontar vítimas
Com o tempo, as ameaças se intensificaram. Os criminosos chegaram a invocar um suposto contexto de “seita” para amedrontar as vítimas. Em uma ocasião, por não cumprirem a meta, os vídeos foram divulgados nas redes sociais.
Durante as diligências, os policiais apreenderam celulares e computadores durante as buscas. Eles encontraram conversas entre o casal e registros de números com DDD do Amazonas. A polícia investiga se o material produzido era comercializado em redes criminosas especializadas.
Entenda crimes
Os investigados responderão por crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):
Artigo 240 – Produção de pornografia infantil: produzir, reproduzir ou dirigir cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Pena: 4 a 8 anos de prisão, além de multa.
Artigo 241-B – Armazenamento de material pornográfico: adquirir, possuir ou armazenar qualquer registro com cena de sexo explícito envolvendo menores. Pena: 1 a 4 anos de prisão, além de multa.ac
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