Crianças e algoritmo (por Tânia Fusco)
Será mesmo censura a regulação das redes?

Nos últimos dias, viralizou no Brasil (e mundo afora) postagem de um jovem Youtuber brasileiro, Felca, que denunciou processos de “adultização” e exploração de crianças, na Internet.
Em vídeo de 15 minutos, Felca mostrou crianças e adolescentes sensualizando, em postagens de Youtubers adultos e outros canais, que têm como donos até mesmo os próprios pais. Tudo acessado e seguido pelo universo podre da pedofilia. E, claro, muito bem “monetizado”.
Ao vivo, Felca demonstrou como se cria uma conta chamariz para os pedófilos. Neste caminho, exibiu “conteúdos” de um influencer da Paraíba, Hytalo Santos, que adota crianças e adolescentes e as abriga em sua casa. Como se fosse um reality, grava e publica nas redes imagens do cotidiano da convivência nada santa dessas pequenas criaturas.
No reality do Hytalo, meninas e meninos de 11 a 17 anos, sensualizam entre si – as meninas, particularmente, expondo seus corpos como se adultas fossem. Para a adoção e pelo “trabalho” diário, algumas dos minis participantes foram emancipadas pelos pais. Outras famílias eram “remuneradas” com casas, carros ou alugueis pagos.
A postagem de Felca demonstrou como as malhas dos algoritmos levam pedófilos de todas as idades a esses conteúdos e a todas as postagens, até os mais inocentes, que exibam crianças.
Pedófilos navegam e caçam livremente em postagens no Instagram, Fórum e outros. As senhas mais comuns pra se reconhecerem e levarem às postagens que expõem crianças são: Trade (troca) ou Link na Bio, apontou Felca, que é o pseudônimo de Felipe Bressanim, quase menino de 27 anos, olhos claros e cabelos longos, nascido em Londrina, no Paraná, que hoje vive em São Paulo.
Depois das denúncias, deputados e senadores prometem aprovar a toque de caixa leis capazes de impedir essas tragédias. Sei não.
Ameaçado de morte, Felca, que só no Instagram tem 17 milhões de seguidores, passou a andar em carro blindado e com seguranças.
Será mesmo censura a regulação das Redes?
Ultrafarma, FAST e as esmeraldas
Quem não conhece essas duas grandes e, até ontem, respeitáveis marcas brasileiras? Pois então. Soubemos agora, ambas estão embaralhadas em pilhagem bilionária de dinheiro público, num melê com auditores fiscais da Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo.
No primeiro bote, Ministério Público e polícia encontraram na casa de um dos envolvidos grandes pacotes com esmeraldas, um milhão de reais em dinheiro vivinho, mais um troco de 10 mil dólares. O anjinho dono do butim é Celso Eder Gonzaga de Araújo.
Por enquanto, aparecem no grupo da treta:
Sidney Oliveira, dono e fundador da Ultrafarma; Artur Gomes da Silva Neto, auditor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da Secretaria de Fazenda paulista, que gerenciava o esquema; Marcelo de Almeida Gouveia, também auditor fiscal; Mario Otávio Gomes, diretor estatutário do grupo Fast Shop; Celso Éder Gonzaga de Araújo e sua esposa Tatiane da Conceição Lopes.
No segundo semestre de 2021, empresa da mãe de Artur Neto, que até então nem tinha atividade operacional, passou a receber muitos milhões de reais da Fast Shop. No rastro do dinheiro, o Ministério Público paulista chegou às fontes pagadoras.
Matou e foi pra academia
O rapaz irritou-se porque, cumprindo seu roteiro de coleta, um caminhão de lixo obstruía a passagem de seu carrão. Gritou, xingou, prometeu tiro na cara da gari motorista. Sacou o revólver e matou o gari, Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos. Deu ré e foi pra academia. Hora do treino, entendeu?
O crime aconteceu em Belo Horizonte. O assassino, empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que usou a arma da esposa, delegada, foi preso no espaço fitness, no Bairro do Estoril, área nobre da capital mineira.
Que mundo é esse, onde cabem isso tudo, mais Trump, suas ameaças e todas as desditas que tem provocado, mais guerras sem fim, mais a destruição da natureza, mais e o exposto e consentido genocídio em Gaza?
Que tempos, não?
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