Cúpula de presidentes defende aliança global em meio a embates com Trump
Lula, Petro, Boric, Orsi e Sánchez pontuaram ainda a necessidade de um cessar fogo na Faixa de Gaza e a importância de uma ajuda humanitária

Santiago – Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha), Yamandú Orsi (Uruguai) e Gustavo Petro (Colômbia) assinaram uma carta conjunta, nesta segunda-feira (21/7), onde reforçam a necessidade de uma alinha global em favor da democracia. O documento é assinado durante a reunião de Alto Nível “Democracia Sempre”, realizada no Palácio de la Moneda.
A reunião foi marcada antes do aumento das ofensivas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. O encontro destacou a necessidade de um posicionamento mais firme de diferentes países diante do aumento de ataques contra a democracia, ponto citado por Lula durante um discurso.
“Somos plenamente conscientes de que o mundo atravessa um período de profunda incerteza, no qual os valores democráticos são desafiados de forma permanente. Diante disso, acreditamos que é um imperativo ético e político impulsionar uma estratégia comum para enfrentar fenômenos globais como a crescente desigualdade, a desinformação, os desafios apresentados pelas tecnologias digitais e a inteligência artificial”, diz trecho do documento.
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O evento tem como objetivo construir um posicionamento conjunto em defesa da democracia e do multilateralismo. A agenda é uma continuação da reunião que ocorreu no ano passado, em Brasília, e sendo finalizada com o posicionamento que será entregue à próxima Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em setembro.
No tocante a ONU, o documento assinado pelos presidentes destacam a necessidade de uma representação mais justa nas Nações Unidas e o fim do veto como bloqueio e novos mecanismos para responsabilização O presidente Lula tem enfatizado a urgência de uma mudança do Conselho de Segurança da ONU, onde países envolvidos em conflitos armados possuem direto a veto a proposições de paz.
“Impulsionar uma reforma do sistema de governança internacional, particularmente das Nações Unidas, que permita recuperar sua capacidade de ação e legitimidade frente aos grandes desafios globais. Isso implica avançar em direção a uma representação mais justa e eficaz, superar bloqueios derivados do uso do veto e estabelecer mecanismos reais de cumprimento e prestação de contas”, salienta outro trecho da carta.
O Conselho de Segurança é formado por 15 países membros. Desse total, cinco têm assentos permanentes. São eles: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos, que possuem poder de veto.
Os presidentes das quatro nações ainda destacam a importância de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde Israel tem aumentado as ofensivas contra a população palestina com o intuito de aniquilar o grupo Hamas. O documento ainda traz a necessidade de levar ajuda humanitária a população que vive na região, com apoio logístico da ONU.
“Reafirmar nosso compromisso decidido com a paz, o respeito ao direito internacional e ao direito internacional humanitário. Fazemos um apelo urgente por um cessar-fogo em Gaza e exigimos o acesso pleno, seguro e sem restrições de ajuda humanitária à Faixa, conforme os princípios do direito humanitário, e sob a coordenação das Nações Unidas”, pontuam os chefes de Estado.
Democracia sempre
Durante a reunião, Gabriel Boric informou que conversou com os presidentes do Canadá, Mark Carney; do México, Claudia Sheinbaum; e o primeiro-ministro da Inglaterra, Keir Starmer. O presidente chileno reforça que a democracia é baseada na defesa da liberdade de expressão, mas pontua a necessidade de combater a divulgação de informações falsas.
Depois da declaração à imprensa, os chefes de Estado seguem para um almoço com intelectuais, sendo um dos presentes a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet.
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Reunião de Alto Nível “Democracia Sempre”, realizada no Palácio de la MonedaSebastião Rodríguez/Governo do Chile2 de 3
Ricardo Stuckert / PR3 de 3
Divulgação/Ricardo Stuckert/PR
O encontro está dividido em três eixos:
- Fortalecimento da democracia e do multilateralismo;
- Redução das desigualdades;
- Combate à desinformação e regulação das tecnologias emergentes.
A iniciativa teve início como uma forma de defesa das instituições democráticas e manter uma coordenação em meio às ameaças à democracia.
No Brasil
O presidente Lula tem levantado o discurso em defesa da soberania brasileira, diante das investidas de Donald Trump, que anunciou que a partir de 1º de agosto os produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano serão taxados em 50%.
O petista reforma que nações estrangeiras não possuem gerência sobre as questões domésticas e sai em defesa das instituições democráticas do Brasil.
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