Dupla desvenda código cifrado famoso da sede da CIA e causa confusão
A escultura onde estava localizado o código famoso foi inaugurada em 1990 e fica na sede da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA)
Uma dupla de norte-americanos desvendou o segredo de um dos códigos cifrados mais famosos do mundo, o da escultura Kryptos. A obra está localizada na sede da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês), na Virgínia, e foi produzida em 1990 pelo escultor Jim Sanborn, de 80 anos. O anúncio da descoberta foi feito em outubro.
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Na arte de cobre em formato de S estão quatro códigos (K1, K2, K3 e K4), sendo que três deles já foram desvendados. O último (K4) foi solucionado pelos jornalistas norte-americanos Jarett Kobek e Richard Byrne com base em imagens e dicas.
Porém, a descoberta não foi bem recebida pelo criador da escultura. Sanborn anunciou em agosto que iria leiloar a resposta de 97 caracteres por não ter mais condições físicas, mentais ou financeiras para manter o código.
Como passou muito tempo sem resposta, o leilão do código chamou bastante atenção dos amantes de segredos cifrados. Hoje, os lances estão próximos aos US$ 240 mil (mais de R$ 1,2 milhão, na cotação atual) e podem ser feitos até esta quinta-feira (20/11).
Assim que Kobek e Byrne comunicaram a descoberta do código, a casa de leilões e o escultor ficaram preocupados com um possível esvaziamento do leilão.
Como o código foi descoberto
Em entrevista à Agência France-Presse (AFP), Kobek e seu colega revelam que encontraram o código ao analisar arquivos do Instituto Smithsonian, um complexo de museus e centros de pesquisa em Washington, D.C. (EUA). Por lá, estavam guardados os registros da escultura e Byrne fotografou os segredos presentes no documento.
Usando as fotos e algumas pistas compartilhadas anteriormente por Sanborn – ele divulgava enigmas para as pessoas tentarem adivinhar o segredo –, Kobek descobriu a mensagem do K4.
Assim que descobriu o mistério, a dupla comunicou ao escultor, que não recebeu bem a notícia. Ao invés de “parabéns”, Sanborn ofereceu um acordo de confidencialidade e uma parte da verba arrecadada no leilão, mas os jornalistas não aceitaram.
“O acordo de confidencialidade é totalmente inviável. Você está realizando um leilão onde o que está vendendo é a exclusividade da propriedade intelectual. Se eu receber dinheiro dessa venda, sinto que quase certamente estarei sendo cúmplice de fraude”, revela Kobek.
Sem acordo, eles tornaram pública a descoberta em artigo publicado no jornal norte-americano New York Times. No entanto, a dupla não divulgou a mensagem decifrada. “A última coisa que alguém quer fazer é tirar dinheiro de um artista de 80 anos”, diz Kobek.
Apesar do mistério já ter sido desvendado, o leilão continua de pé. Futuramente, o escultor pretende lançar outro código cifrado parecido com os do Kryptos, o K5.
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