Helicóptero, Audi e Porsche: o luxo dos policiais que protegeram o PCC
Os investigados atuavam para favorecer ilegalmente o PCC em inquéritos criminais, mediante o pagamento de vantagens indevidas

Durante as buscas realizadas na manhã desta quarta-feira (25/6), a Polícia Federal (PF) apreendeu dinheiro em espécie, helicóptero e carros de luxo de marcas como Audi, Volvo e Porsche. Também foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão contra um grupo suspeito de corrupção e vazamento de informações sigilosas envolvendo policiais e particulares.
Um dos presos por lavagem de dinheiro e corrupção é Roberval Andrade, piloto que já foi campeão na Fórmula Truck. Também foram capturados pela PF os investigadores da Polícia Civil Sérgio Ribeiro, do Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc), e Marcelo Marques de Souza, vulgo Bombom, do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), que já havia sido detido.
A ação, que ocorre no âmbito da Operação Augusta, é realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo e conta com o apoio da Polícia Militar e da Corregedoria da Policia Civil do Estado de São Paulo.
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HelicópteroPF/Divulgação2 de 6
PorschePF/Divulgação3 de 6
Dólares apreendidosPF/Divulgação4 de 6
BYDPF/Divulgação5 de 6
VolvoPF/Divulgação6 de 6
Dinheiro apreendidoPF/Divulgação
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As apurações indicam que os investigados atuavam para favorecer ilegalmente pessoas investigadas em inquéritos criminais, mediante o pagamento de vantagens indevidas.
Entre os crimes apurados estão o arquivamento irregular de procedimentos policiais, o repasse clandestino de informações protegidas por sigilo e a intermediação ilícita e apresentação de documentos falsos para a restituição de bens apreendidos.
Um dos episódios investigados envolve a tentativa de restituição de um helicóptero modelo Augusta AW109 do Primeiro Comando da Capital (PCC)– fato que deu origem ao nome da operação. A aeronave, avaliada em alto valor, foi bloqueada pela Justiça junto a outros bens e recursos que podem somar R$ 12 milhões.
Os investigados poderão responder por crimes como corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, quebra de sigilo bancário e advocacia administrativa. As investigações seguem em andamento sob sigilo.
Operação Tacitus A ação é um desdobramento da Operação Tacitus, ação que investiga a execução do delator Vinícius Gritzbach, em 8 de novembro de 2024, no aeroporto de Guarulhos. O esquema criminoso envolveria manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), além de lavagem de dinheiro para a organização criminosa.
Todos os alvos da Operação Tacitus teriam sido delatados por Gritzbach, por envolvimento em corrupção. Conforme o Ministério Público, “os investigados, de acordo com suas condutas, vão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais, cujas penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão”.
O nome Tacitus foi escolhido pela PF por significar, em latim, “silencioso” ou “não dito”, em referência ao modo de atuar da organização criminosa.
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