Dólar abre em alta com votação sobre IOF e Powell no Senado dos EUA

No dia anterior, o dólar fechou em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,51. Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 0,45%, aos 137,1 mil pontos

Jun 25, 2025 - 10:00
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Dólar abre em alta com votação sobre IOF e Powell no Senado dos EUA

O dólar operava em alta nesta quarta-feira (25/6), em um dia no qual os investidores voltam suas atenções a Brasília, onde pode ocorrer a votação de um projeto que pretende derrubar o decreto de autoria do governo federal que reajusta as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

No cenário internacional, o mercado segue acompanhando os desdobramentos do cessar-fogo anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que interrompeu a guerra entre Israel e o Irã no Oriente Médio.

Ainda nos EUA, o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), que na véspera compareceu a uma audiência na Câmara dos Representantes, falará nesta quarta ao Senado.

Dólar

  • Às 9h18, a moeda norte-americana avançava 0,25% e era negociada a R$ 5,534.
  • No dia anterior, o dólar fechou em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,51.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 3,48% em junho e de 10,69% em 2025 frente ao real.

Ibovespa

  • As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
  • Na véspera, o indicador fechou em alta de 0,45%, aos 137,1 mil pontos.
  • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 0,1% no mês e de 14,03% no ano.

IOF em pauta

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou para esta quarta-feira a votação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que derruba o decreto de autoria do governo federal que reajusta as alíquotas do IOF. Como ganhou caráter de urgência, a matéria será analisada diretamente em plenário, sem passar por comissões.

O requerimento de urgência foi aprovado no último dia 16, por 346 votos a favor. Foram registrados 97 votos contrários.

A aprovação da urgência da matéria ocorreu em meio ao impasse entre Legislativo e Executivo causado pela elevação das alíquotas do IOF. O mérito ainda não tem data para ser apreciado pela Casa.

Nesta semana, antes da votação da urgência, o presidente da Câmara afirmou a jornalistas que o governo se comprometeu em apresentar propostas de corte de despesas, mas sem sinalização de recuo no decreto do IOF.

O governo havia anunciado a alta no IOF no fim de maio, para arrecadar mais de R$ 20 bilhões e atingir a meta fiscal deste ano. A medida teve forte reação negativa do mercado e do Congresso.

Diante da repercussão, o governo negociou com parlamentares e ficou acordado que o aumento das alíquotas seria reduzido e que seria enviada uma Medida Provisória (MP) com outras alternativas de arrecadação.

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O governo, então, propôs um pacote de medidas fiscais para “recalibrar” a elevação das alíquotas do IOF e garantir o déficit zero, além de editar um novo decreto.

Entretanto, Hugo Motta recuou. Tendo antes classificado a reunião com ministros do governo como um encontro “histórico”, passou a criticar o pacote fiscal costurado com o governo e não garantiu a aprovação.

O recuo deu gás à oposição que, inclusive com apoio de deputados da base do governo, encampou a defesa da aprovação de um Projeto de Decreto Legislativo que revogasse as elevações nas alíquotas do IOF.

Powell no Senado dos EUA

No cenário externo, o destaque da agenda econômica é a sabatina com o presidente do Fed, Jerome Powell, no Senado dos EUA, um dia depois de o chefe da autoridade monetária norte-americana ter sido ouvido em uma comissão da Câmara.

Aos deputados, Powell jogou um balde de água fria no mercado, nessa terça-feira (24/6), ao indicar que o Fed deve esperar mais um pouco para cortar a taxa de juros no país.

Segundo o chefe do Fed, é necessário mais tempo para que o BC dos EUA avalie se o aumento das tarifas comerciais impostas pelo governo do presidente Donald Trump sobre diversos países terá impacto real sobre a inflação.

“Os aumentos nas tarifas neste ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica”, projetou Powell.

“Os efeitos sobre a inflação podem ser de curta duração, refletindo uma mudança pontual no nível de preços. Também é possível que os efeitos inflacionários sejam mais persistentes. Por enquanto, estamos bem posicionados para esperar para saber mais sobre o provável curso da economia antes de considerar quaisquer ajustes em nossa política monetária”, completou o presidente do Fed.

Na sessão da Câmara, Powell reiterou o teor do comunicado divulgado pelo Fed na semana passada, quando a autoridade monetária anunciou a manutenção dos juros básicos do país no intervalo atual, entre 4,25% e 4,5% ao ano.

Nos últimos dias, diretores do Federal Reserve indicaram que o BC norte-americano poderia avaliar o início do ciclo de queda dos juros já a partir da próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), marcada para os dias 29 e 30 de julho.

“As mudanças nas políticas continuam a evoluir e seus efeitos sobre a economia permanecem incertos”, concluiu Powell em sua fala aos congressistas.

Cessar-fogo entre Israel e Irã

Os investidores também continuam monitorando as notícias envolvendo o conflito entre Israel e Irã, que foi interrompido por um cessar-fogo anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Os ataques entre israelenses e iranianos deixaram pelo menos 634 mortos e um número ainda desconhecido de feridos. Do total de pessoas que perderam a vida, 606 foram declaradas pelo governo iraniano como pertencentes ao país. Em Israel, o número de mortes é de ao menos 28.

Pelo mundo todo, circularam imagens de iranianos com bandeiras do país reunidos em pontos de concentração para celebrar a suposta vitória sobre Israel. O combate foi descrito como histórico pelo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, em comunicado divulgado pela mídia estatal iraniana.

“Hoje, depois da posição corajosa da sua grande e histórica nação, estamos a testemunhar um cessar-fogo e o fim da guerra de 12 dias que foi imposta à nação iraniana pelo aventureirismo criminoso do regime sionista”, anunciou Pezeshkian.

Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez questão de valorizar a atuação do país no conflito. Ele afirmou que Israel atingiu todos os objetivos contra instalações nucleares do Irã, por meio da operação batizada de Leão Ascendente.

“Israel removeu de si uma dupla ameaça existencial, tanto na questão nuclear quanto em relação aos mísseis balísticos. As IDF [forças do exército de Israel] também alcançaram superioridade aérea completa nos céus de Teerã, desferiram um golpe severo na liderança militar e destruíram dezenas dos principais alvos do regime iraniano”, destacou Netanyahu.

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