João Barone fala sobre a paixão dos Paralamas pela América Latina

A banda conquistou grande visibilidade em países vizinhos como Argentina, Chile, Uruguai e Venezuela

tibauemacao.

Nov 18, 2025 - 03:30

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João Barone fala sobre a paixão dos Paralamas pela América Latina

Os Paralamas do Sucesso são reconhecidos por construírem uma ponte cultural inédita e duradoura entre a música brasileira e a latino-americana, um feito que poucos artistas conseguiram replicar. Essa conexão começou a se solidificar no final dos anos 80 e, segundo João Barone em entrevista exclusiva ao Metrópoles, foi impulsionada por um forte “canal emocional” e não por uma estratégia comercial fria.

A primeira viagem à Argentina em 1986 foi determinante. A banda se deparou com uma cena de rock local vibrante e com grandes nomes em ascensão, como Charly García e Fito Páez, e grupos como Soda Stereo e Sumo.

Barone conta que a banda “se empolgou muito com aquilo” e viu algo que “influenciou muito o Herbert”. A admiração era mútua: Charly García chegou a tocar piano em “Quase um Segundo” (do álbum Bora-Bora, 1988).

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A banda trabalhou arduamente para convencer a gravadora a investir na divulgação do trabalho em países vizinhos como Argentina, Chile, Uruguai e Venezuela. “O objetivo principal era a vontade de estar ali naquela cena” e de “reconhecer o valor musical dessa turma toda”, conta o baterista, enfatizando especialmente a Argentina.

Essa relação se aprofundou na década de 90. Em 1994, o álbum Severino contou com a produção do lendário Phil Manzanera (Roxy Music) e participações de Fito Páez e do poeta jamaicano Linton Kwesi Johnson, demonstrando a ambição da banda de experimentar sonoramente em escala internacional.

A MTV Latina, no final dos anos 90, também foi crucial para divulgar os Paralamas em todo o eixo latino-americano. O resultado é que, até hoje, o trio é muito reconhecido na Argentina, onde se sente “muito local mesmo”, mantendo uma ligação “muito sentimental com o público argentino”.

O impacto dessa conexão é evidente: canções como “Carro Velho” (do álbum Os Grãos, 1991), que teve um sucesso modesto no Brasil, tornou-se um megahit em países como Argentina, Chile, Peru e Uruguai. Para Barone, essa ligação emocional “retroalimentou muito os Paralamas”.

Essa conexão com os hermanos vai ser exposta nessa sexta-feira, 21 de novembro, no festival Estilo Brasil, no Ulysses Centro de Convenções.

O Festival Estilo Brasil conta com oferecimento do Banco do Brasil Estilo, patrocínio dos cartões BB Visa, Banco do Brasil e Governo Federal e realização do Metrópoles, com produção da Oh! Artes.

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