Maduro e Trump sinalizam possibilidade de encontro “cara a cara”
Presidentes da Venezuela e dos Estados Unidos demonstraram interesse em conversar sobre o combate ao "narcoterrorismo" na América Latina
Os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Nicolás Maduro, da Venezuela, sinalizaram que podem se encontrar para discutir o aumento da tensão entre os dois países.
Nessa segunda-feira, o ditador venezuelano fez um pronunciamento na TV estatal e sinalizou a possibilidade de uma reunião “cara a cara”.
“Este país está em paz, este país vai continuar em paz e, nos Estados Unidos, quem quiser falar com a Venezuela vai conversar, face to face, cara a cara, sem nenhum problema”, disse Maduro.
O venezuelano reforçou a necessidade de resolver o impasse entre os dois países por meio da diplomacia. “Reafirmamos que somente por meio da diplomacia os países e governos livres devem se entender, e somente por meio do diálogo devem buscar pontos em comum em questões de interesse mútuo”, afirmou.
Na mesma declaração, Maduro ainda afirmou que o círculo político de Trump poderia estar tentando influenciar o republicado a tomar uma decisão que seria “o fim político da sua liderança”. “Eles querem que o presidente Trump cometa o maior erro da sua vida e tome medidas militares contra a Venezuela, o que representaria o fim político da sua liderança e da sua reputação”, afirmou.
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Um dia antes, no domingo (16/11), Donald Trump afirmou que Maduro “gostaria de conversar” com a Casa Branca e disse não descartar um encontro.
“Poderíamos ter algumas discussões com Maduro e ver o que acontece. Eles gostariam de conversar. O que isso significa? Você me diz, eu não sei… Eu conversaria com qualquer um”, disse o republicano em conversa com jornalistas no Aeroporto Internacional de Palm Beach, na Flórida.
Vale lembrar que em agosto deste ano, os Estados Unidos aumentaram para US$ 50 milhões a recompensa por informações que possam levar à captura de Maduro. A Casa Branca diz que Maduro é o chefe do cartel de Los Soles, classificada pelos EUA como uma “organização terrorista internacional”.
Atividade militar no Caribe
As sinalizações ocorrem no momento em que os EUA reforçam a presença militar no Caribe. A operação, batizada de Southern Spear (Lança do Sul), foi anunciada pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth, e mobiliza o Comando Sul e uma força-tarefa voltada para atacar grupos que Washington classifica como envolvidos no tráfico internacional.
No domingo, os EUA realizaram o 21º ataque contra embarcações no leste do Oceano Pacífico e no Caribe. Três homens morreram. Trump afirmou que a decisão de designar o Cartel de los Soles como organização terrorista estrangeira dá base para atingir “bens e infraestrutura” ligados a Maduro dentro da Venezuela.
“Isso nos permite fazer isso, mas não dissemos que vamos fazer”, declarou.
O governo venezuelano critica a mobilização norte-americana e acusa Washington de “fabricar uma guerra” para justificar uma invasão. O alerta aumentou após Trinidad e Tobago anunciar exercícios militares conjuntos com tropas dos EUA a partir do último domingo.
Trump, por sua vez, voltou a acusar Maduro de comandar redes de narcotráfico — o que o líder chavista nega. Questionado sobre um possível ataque terrestre, o republicano evitou dar sinais claros. “Não vou dizer o que vou fazer com a Venezuela”, afirmou recentemente à CBS.
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