Louvre calcula prejuízo de € 88 milhões com roubo, sem contar o valor histórico das joias
Por:RFI “O prejuízo foi estimado pela curadora do Louvre em € 88 milhões”, uma quantia “extremamente espetacular”, mas que “não tem paralelo nem comparação com o prejuízo histórico”, ponderou a procuradora nesta terça-feira à rádio RTL. Ela ressaltou que os criminosos “não conseguirão” obter essa quantia “caso tenham a péssima ideia de desmontar essas joias”. A magistrada informou […]


“O prejuízo foi estimado pela curadora do Louvre em € 88 milhões”, uma quantia “extremamente espetacular”, mas que “não tem paralelo nem comparação com o prejuízo histórico”, ponderou a procuradora nesta terça-feira à rádio RTL.
Ela ressaltou que os criminosos “não conseguirão” obter essa quantia “caso tenham a péssima ideia de desmontar essas joias”. A magistrada informou que as impressões digitais encontradas estão sendo analisadas e que está “aguardando com interesse para saber se, segundo o jargão policial, vão coincidir ou não”.
Beccuau confirmou que “quatro pessoas foram identificadas como presentes no local”, mas deixou aberta a possibilidade de que “ao redor delas” haja “toda uma equipe” que as tenha “ajudado a cometer o roubo”.
Questionada sobre possíveis cúmplices internos no museu mais visitado do mundo, Beccuau respondeu que não pode “afirmar nem negar” essa hipótese neste momento.
“Homens ameaçadores”
“Quando um dos funcionários da empresa apareceu no local da mudança, ele se deparou com dois homens ameaçadores, mas que não usaram violência contra ele”, acrescentou Beccuau, mencionando o registro de uma queixa.
Essas informações surgem na véspera de uma audiência muito aguardada: a presidente-diretora do Louvre, Laurence des Cars, será ouvida na tarde de quarta-feira (22) pela comissão de assuntos culturais do Senado. Ela deverá responder a uma série de perguntas sobre a segurança das obras, levantadas após o roubo, que foi comentado pela imprensa mundial.

O Louvre defendeu nesta terça-feira, junto à AFP, a qualidade das vitrines que abrigavam as joias roubadas no domingo, na Galeria de Apolo. O museu reagia a um artigo do Canard Enchaîné, que afirmava que elas eram “aparentemente mais frágeis que as antigas”.
“O Museu do Louvre afirma que as vitrines instaladas em dezembro de 2019 representaram um avanço considerável em termos de segurança, dado o grau de obsolescência dos equipamentos anteriores, que teria levado, sem substituição, à retirada das obras da vista do público”, escreveu a direção em comunicado à AFP.
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“Dispositivos de segurança do museu não falharam”
Laurence des Cars, nomeada em 2021 para dirigir o prestigiado museu parisiense, deverá prestar contas aos senadores sobre o roubo, que coloca em dúvida a confiabilidade do sistema de vigilância.
“Há as obras, claro, mas sem os cinco agentes que estavam no local ou nas proximidades, poderíamos ter tido uma verdadeira tragédia humana”, destacou Gary Guillaud, do sindicato CGT-Culture, lembrando que ninguém ficou ferido durante o roubo.
Do lado do Ministério da Cultura, responsável pelo Louvre, a ministra Rachida Dati garantiu que “os dispositivos de segurança do museu não falharam”, durante sessão de perguntas ao governo na Assembleia Nacional. Ela anunciou a criação de uma missão sobre “a segurança de todos os locais patrimoniais”, que será pilotada ao deputado Jérémie Patrier-Leitus (do grupo Horizons, de centro-direita).
O gabinete da ministra recebeu nesta terça-feira os sindicatos do museu (CGT, SUD, CFDT, CFTC, FSU) para anunciar que a investigação administrativa mencionada no dia anterior será feita pela Inspeção Geral de Assuntos Culturais (IGAC), segundo os sindicatos.
Na ocasião, os representantes sindicais lamentaram a redução do efetivo dedicado à segurança dos museus, que caiu “25% em dez anos”, segundo Elise Muller, do SUD-Culture. Eles também denunciaram “orçamentos redirecionados para projetos museológicos em detrimento da renovação dos equipamentos dedicados à vigilância das obras e do público”, segundo ela.
Com AFP
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