Menos é Mais: conheça a figurinista do grupo, Drielly Martins
A estilista paulista Drielly Martins assina a criação de looks autorais para um dos principais grupos de pagode da atualidade, Menos é Mais

A banda brasiliense de pagode Menos é Mais se consolidou como um dos principais nomes do cenário musical brasileiro, e segue conquistando espaço e visibilidade fora do país. Por trás do visual autoral do grupo, está a figurinista paulista Drielly Martins. Em entrevista à coluna Ilca Maria Estevão, a estilista compartilhou detalhes do seu processo criativo, sua trajetória com o Menos é Mais e a importância de valorizar referências locais no cenário da moda.
Vem conferir!
A figurinista Drielly Martins é responsável pelos looks do grupo Menos é Mais
Brasilidade refletida nas roupas
A figurinista afirma que trabalha dentro da individualidade e das particularidades de cada um dos quatro integrantes do grupo, conectando as peças por meio das cores.
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Suas principais referências para a criação dos looks vem da rua: “Eu gosto de andar na cidade e sentir a cidade, eu gosto de observar como que as pessoas se vestem naquela cidade para tentar levar um pouquinho para o palco também”, afirma.
A figurinista mistura diferentes texturas de tecidos e subtons das cores principais para criar efeitos interessantes nas peças
O grupo Menos é Mais se apresentou no Na Praia Festival em Brasília, em 30 de agosto
Em algumas viagens, a figurinista passa apenas 12h nas cidades em que os músicos vão se apresentar
Os figurinos de palco precisam de uma atenção maior ao caimento das peças no corpo devido à movimentação constante dos músicos
O processo da designer costumava girar ao redor das tendências de moda internacionais, tentando adaptá-las para o contexto brasileiro. Hoje, com a força do grupo Menos é Mais no exterior, a figurinista enxerga uma oportunidade de valorizar a cultura local e propagá-la.
“Como eles estão com um projeto em que faz todo o sentido trazer essa brasilidade, acho muito importante resgatar raízes”, comenta Drielly.
Com os meninos do grupo Menos é Mais, Drielly afirma não poder trabalhar somente com técnicas de styling: a profissional precisa, na maioria das vezes, criar peças do zero para atender demandas de modelagem. Vale ressaltar, que, diferentemente das roupas que usamos no dia a dia, os figurinos de palco precisam de uma atenção maior ao caimento dos trajes no corpo devido à movimentação constante dos músicos.
Para acompanhar os músicos na estrada, são necessárias diversas malas de roupas
A profissional já trabalha com o grupo Menos é Mais há três anos
Além da modelagem das roupas, a paleta e os tecidos utilizados precisam contrastar com a iluminação de palco e os efeitos práticos da equipe técnica. A confecção dos figurinos a partir do zero também permite à figurinista manter o controle da combinação de cores, harmonizando os looks do grupo com maior facilidade.
“Por exemplo, o artista toca e levanta o braço, e aí a camiseta sobe. Então, a peça precisa ter esse cuidado de ser mais alongada para ela não mostrar partes do corpo que não deve”, acrescenta a estilista.

Gustavo Goes, percussionista do Menos é Mais
A profissional une três pilares importantes para a criação de suas peças: extrair a persona do cliente, conectá-la com o produto que precisa ser vendido e atingir o público final. Para Drielly, é importante entender quem é o artista de forma mais profunda e, a partir disso, entender melhor a música ou o álbum que precisa ser divulgado.
É necessário definir sentimentos e palavras que precisam ser comunicados, e identificar à qual universo esses contextos pertencem. Para a etapa final, compreender quem é o público e como essa comunicação será recebida é fundamental.
“Tento me aprofundar dentro do indivíduo para poder trazer para o exterior o que é aquela persona, quem é aquela persona, de onde ela veio. Acho que isso é muito mais importante do que o foco na moda, por que quando você tem o foco na moda, você acaba tornando aquele indivíduo em um boneco de vitrine.”

Fãs mirins se inspiram
Para o clipe do hit Coração Partido, a figurinista teve apenas 24h para elaborar o conceito e produzir os looks que ilustrariam o projeto. A principal cor utilizada foi o vinho, que simboliza o sofrimento pelo amor não correspondido. As camisetas usadas pelos músicos ganharam até versões mini, customizadas pelos pais de fãs mirins do grupo.
Vocalista Duzão com camiseta criada para o clipe de Coração Partido
A camiseta do fã mirim imita o figurino usado por Duzão no clipe
Confira o clipe de Coração Partido, do grupo Menos é Mais:
Como tudo começou
Com apenas 6 anos, Drielly Martins foi a um show do grupo de pagode Raça Negra acompanhada da mãe e do padrasto, e teve uma grande realização: precisava trabalhar com aquilo. O que era? Ela ainda não sabia. A figurinista afirma que, na época, ainda não tinha noção do que exatamente havia mexido tanto com o seu emocional durante a performance dos músicos.
A estilista falou ainda sobre o diferencial que é acompanhar o grupo durante as turnês. Dessa forma, é possível remediar imprevistos, realizando alterações necessárias advindas de mudanças climáticas e outras questões
Nascida no Litoral Lorte de São Paulo, sem recursos, Martins não tinha dimensão do que era o universo dos figurinos na moda. Sua mãe, que trabalhava como costureira, não queria que a filha seguisse o mesmo ofício de jeito algum.
A designer já trabalhou com nomes como Michel Teló, Restart e Pedro Sampaio
Drielly chegou a cursar psicologia por um período, até que decidiu se dedicar a sua verdadeira paixão e investir na faculdade de moda. Anos depois, quando passou a atuar no mercado fashion, o primeiro DVD que gravou foi com o grupo Raça Negra.
Drielly percebeu seu interesse pela moda no show do Raça Negra
A designer trabalhou em um escritório de moda em São Paulo, em que auxiliava na produção de looks. Lá, chegou a trabalhar com grandes nomes da música brasileira como o cantor de sertanejo Michel Teló, a banda de pop rock Restart e o cantor de pop funk Pedro Sampaio. Atualmente, está acompanhando o grupo Menos é Mais de maneira exclusiva há três anos.
A mãe da estilista também é costureira
A figurinista acredita na importância de valorizar as referências culturais brasileiras na hora de se vestir
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