Presidente de Camarões tenta se reelerger para 8º mandato consecutivo, aos 92 anos
Veja os vídeos que estão em alta no g1 Há nada menos que 43 anos no poder, o presidente de Camarões, Paul Byia, tentará neste domingo (12) uma reeleição para cumprir seu oitavo mandato consecutivo. Chefe de Estado mais velho do mundo, Byia, de 92 anos, fez uma rara aparição pública nesta quarta-feira (8) para fazer campanha. Mas, em paralelo, cresce um movimento para que ele deixe o poder, liderado pela sua própria filha (leia mais abaixo). Apesar dos apelos, Byia é apontado como o grande favorito no pleito, segundo as principais pesquisas de opinião. O líder camaronês está no poder desde 1982, quando depôs e mandou ao exílio seu então mentor, o ex-presidente Ahmadou Ahidjo. Desde então, ele comanda o país com mão de ferro e sob denúncias de clientelismo, intimidação e fraude eleitoral. Ele também eliminou uma emenda constitucional limitando a permanência no poder de um presidente a dois mandatos. Em julho deste ano, logo depois de Byia anunciar que se candidataria novamente ao poder, um tribunal considerou inelegível a candidatura de Maurice Kamto, principal rival do presidente e que terminou em segundo lugar em 2018. A alegação da Justiça foi a de que o partido de Kamto já apoiava outro candidato. Nesta quarta, ao falar a uma multidão de apoiadores em um estádio no norte de Camarões, de maioria muçulmana, o presidente prometeu que fortalecerá a segurança na região, alvo de ataques extremistas. Também afirmou que vai enxugar o desemprego juvenil e melhorar a condição de estradas do país caso seja reeleito. O poder de Byia também se sustenta pelo medo de opositores e da população geral em se manifestar contra o governo, disse à agência de notícias Reuters Raoul Sumo Tayo, pesquisador sênior do think tank Instituto de Estudos de Segurança, com sede na África do Sul. Tayo afirmou haver um "exército" de agentes de inteligência disfarçados. "Quando você pega um táxi em Camarões, não sabe exatamente quem é o motorista. As pessoas têm medo de falar", disse o pesquisador. "Todos em Camarões querem ver seus filhos crescerem, e muitos ficam em silêncio, e isso fortalece o regime."
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