Quais países reconhecem o Estado palestino?
Quais países reconhecem o Estado palestino? Bertrand Guay/ AFP Canadá, Austrália e Reino Unido são os mais recentes países que oficializaram o reconhecimento de um Estado palestino soberano, se juntando a mais de 140 países que já haviam oficializado medida. A lista aumentou desde o início da Guerra em Gaza, em 2022. O reconhecimento britânico e canadense foi visto como especialmente simbólico, já que são as duas primeiras nações do G7 a formalizarem a medida. A medida alinhou Reino Unido, Canadá e Austrália com mais de 140 outras nações que reconhecem o Estado palestino, incluindo o Brasil. Além dos três países anglo-saxônicos, o governo de Portugal anunciou que oficializará seu reconhecimento do Estado palestino neste domingo (21). Outros países europeus, como França e Bélgica, expressaram a intenção de oficializar o reconhecimento. Com isso, a quantidade de países europeus que evitavam oficializar a medida diminuiu. Antes de uma série de formalizações entre 2024 e 2025, a maior parte dos reconhecimentos era limitada a antigos países comunistas, assim como Suécia, Islândia e Chipre. Em 2024, Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovênia romperam uma paralisia europeia de uma década e se juntaram à lista de países que reconhecem o Estado palestino. A Assembleia Geral da ONU aprovou o reconhecimento de fato do Estado da Palestina em novembro de 2012, elevando o seu estatuto de observador no organismo mundial para "Estado não membro". ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Nas Américas, só um punhado de países ainda não reconhece o Estado palestino, incluindo os EUA e o Panamá. Na Europa, entre os países que ainda evitam a medida, estão a Alemanha, Itália, a Áustria e as nações do Báltico. Ao todo, cerca de 80% dos 193 países-membros da ONU reconhecem oficialmente um Estado palestino. A lista aumentou com a adição de mais de uma dúzia de países desde 2024, num momento em que Israel trava uma guerra na Faixa de Gaza e vem intensificando a expansão de colônias na Cisjordânia, os dois territórios habitados por palestinos. Reações Israel e seu principal aliado, os EUA, vêm condenando os reconhecimentos recentes, afirmando que eles legitimariam o grupo radical palestino Hamas. Ambos os países, juntamente com a União Europeia e outros, classificam o Hamas como uma organização terrorista. O governo de Donald Trump, inclusive, revogou os vistos americanos de membros da Autoridade Palestina e da Organização para a Liberação da Palestina (OLP) dias antes da Assembleia Geral da ONU, que acontece em Nova York. A França recebeu, porém, elogios da Espanha, que em maio de 2024 reconheceu o Estado palestino junto à Noruega, à Irlanda, e a outras nações do Oriente Médio, como a Arábia Saudita. A Autoridade Palestina (AP), que governa a Cisjordânia ocupada, também saudou a medida. Após o anúncio de Macron, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, declarou que seu país também está aberto a reconhecer o Estado palestino. Em 11 de maio de 2024, 143 dos 193 membros da Assembleia Geral das Nações Unidas votaram a favor de uma resolução que reconheceria a condição de Estado palestino. A Palestina já possui status de observador não membro, mas a adesão plena à ONU só pode ser decidida pelo Conselho de Segurança da ONU. Em abril de 2024, os Estados Unidos, membro permanente do Conselho com poder de veto, bloquearam um projeto de resolução que recomendaria a concessão da condição de membro pleno à Palestina. Os países que já reconhecem Pouco menos da metade das nações que já reconhecem o Estado da Palestina o fizeram formalmente depois de novembro de 1988, quando a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) declarou oficialmente a Palestina um Estado independente. O apoio na época veio de países comunistas, como a União Soviética, e da China, bem como de países não alinhados, como a Iugoslávia e a Índia. Logo, outros países seguiram o exemplo. Na última década do século 20, muitas nações da Ásia Central, assim como a África do Sul, as Filipinas e Ruanda, estabeleceram relações diplomáticas com o Estado da Palestina. No início dos anos 2000, Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela reconheceram oficialmente a Palestina como uma nação soberana. Em 2010 foi a vez de o Brasil reconhecer um Estado da Palestina dentro das fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital. Em 2011, a Autoridade Palestina solicitou a adesão plena à ONU, mas o Conselho de Segurança rejeitou o pedido. No entanto, os esforços diplomáticos, somados à frustração generalizada com o estagnado processo de paz com Israel, levaram mais de uma dúzia de países, incluindo Chile, Uruguai e Peru, a reconhecer a Palestina como um Estado. Em 2011, a Palestina foi admitida como membro pleno da Unesco, marcando uma vitória para a diplomacia palestina. A Islândia tornou-se o primeiro país da Europa Ocidental a reconhecer a Palestina no mesmo ano, estab


Quais países reconhecem o Estado palestino? Bertrand Guay/ AFP Canadá, Austrália e Reino Unido são os mais recentes países que oficializaram o reconhecimento de um Estado palestino soberano, se juntando a mais de 140 países que já haviam oficializado medida. A lista aumentou desde o início da Guerra em Gaza, em 2022. O reconhecimento britânico e canadense foi visto como especialmente simbólico, já que são as duas primeiras nações do G7 a formalizarem a medida. A medida alinhou Reino Unido, Canadá e Austrália com mais de 140 outras nações que reconhecem o Estado palestino, incluindo o Brasil. Além dos três países anglo-saxônicos, o governo de Portugal anunciou que oficializará seu reconhecimento do Estado palestino neste domingo (21). Outros países europeus, como França e Bélgica, expressaram a intenção de oficializar o reconhecimento. Com isso, a quantidade de países europeus que evitavam oficializar a medida diminuiu. Antes de uma série de formalizações entre 2024 e 2025, a maior parte dos reconhecimentos era limitada a antigos países comunistas, assim como Suécia, Islândia e Chipre. Em 2024, Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovênia romperam uma paralisia europeia de uma década e se juntaram à lista de países que reconhecem o Estado palestino. A Assembleia Geral da ONU aprovou o reconhecimento de fato do Estado da Palestina em novembro de 2012, elevando o seu estatuto de observador no organismo mundial para "Estado não membro". ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Nas Américas, só um punhado de países ainda não reconhece o Estado palestino, incluindo os EUA e o Panamá. Na Europa, entre os países que ainda evitam a medida, estão a Alemanha, Itália, a Áustria e as nações do Báltico. Ao todo, cerca de 80% dos 193 países-membros da ONU reconhecem oficialmente um Estado palestino. A lista aumentou com a adição de mais de uma dúzia de países desde 2024, num momento em que Israel trava uma guerra na Faixa de Gaza e vem intensificando a expansão de colônias na Cisjordânia, os dois territórios habitados por palestinos. Reações Israel e seu principal aliado, os EUA, vêm condenando os reconhecimentos recentes, afirmando que eles legitimariam o grupo radical palestino Hamas. Ambos os países, juntamente com a União Europeia e outros, classificam o Hamas como uma organização terrorista. O governo de Donald Trump, inclusive, revogou os vistos americanos de membros da Autoridade Palestina e da Organização para a Liberação da Palestina (OLP) dias antes da Assembleia Geral da ONU, que acontece em Nova York. A França recebeu, porém, elogios da Espanha, que em maio de 2024 reconheceu o Estado palestino junto à Noruega, à Irlanda, e a outras nações do Oriente Médio, como a Arábia Saudita. A Autoridade Palestina (AP), que governa a Cisjordânia ocupada, também saudou a medida. Após o anúncio de Macron, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, declarou que seu país também está aberto a reconhecer o Estado palestino. Em 11 de maio de 2024, 143 dos 193 membros da Assembleia Geral das Nações Unidas votaram a favor de uma resolução que reconheceria a condição de Estado palestino. A Palestina já possui status de observador não membro, mas a adesão plena à ONU só pode ser decidida pelo Conselho de Segurança da ONU. Em abril de 2024, os Estados Unidos, membro permanente do Conselho com poder de veto, bloquearam um projeto de resolução que recomendaria a concessão da condição de membro pleno à Palestina. Os países que já reconhecem Pouco menos da metade das nações que já reconhecem o Estado da Palestina o fizeram formalmente depois de novembro de 1988, quando a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) declarou oficialmente a Palestina um Estado independente. O apoio na época veio de países comunistas, como a União Soviética, e da China, bem como de países não alinhados, como a Iugoslávia e a Índia. Logo, outros países seguiram o exemplo. Na última década do século 20, muitas nações da Ásia Central, assim como a África do Sul, as Filipinas e Ruanda, estabeleceram relações diplomáticas com o Estado da Palestina. No início dos anos 2000, Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela reconheceram oficialmente a Palestina como uma nação soberana. Em 2010 foi a vez de o Brasil reconhecer um Estado da Palestina dentro das fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital. Em 2011, a Autoridade Palestina solicitou a adesão plena à ONU, mas o Conselho de Segurança rejeitou o pedido. No entanto, os esforços diplomáticos, somados à frustração generalizada com o estagnado processo de paz com Israel, levaram mais de uma dúzia de países, incluindo Chile, Uruguai e Peru, a reconhecer a Palestina como um Estado. Em 2011, a Palestina foi admitida como membro pleno da Unesco, marcando uma vitória para a diplomacia palestina. A Islândia tornou-se o primeiro país da Europa Ocidental a reconhecer a Palestina no mesmo ano, estabelecendo um precedente seguido em 2014 pela Suécia. Acontecimentos recentes Em 2024, as Bahamas, Trinidad e Tobago, a Jamaica e Barbados anunciaram o reconhecimento do Estado palestino. Em junho de 2023, o México anunciou seu total apoio à criação de um Estado palestino e, pouco depois, o governo mexicano decidiu estabelecer uma embaixada nos territórios palestinos, com todos os privilégios e imunidades concedidos a missões diplomáticas. Em 2023, a Bolívia cortou relações diplomáticas com Israel por causa da guerra em Gaza, argumentando que Israel estava cometendo crimes contra a humanidade. A Colômbia declarou a Palestina uma nação soberana em 2018, pouco antes do término do mandato do presidente Juan Manuel Santos. Desde o início da ofensiva israelense em Gaza, o país sul-americano, que exportou 1 bilhão de dólares em mercadorias para Israel em 2023, reduziu suas relações políticas e econômicas com Israel. Em 2024, o presidente colombiano, Gustavo Petro, cortou relações diplomáticas com Israel e, recentemente, ordenou a abertura de uma embaixada na cidade palestina de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. Qual a posição dos países que ainda evitam a medida? Vários países da Europa Ocidental, assim como seus aliados, Japão e Coreia do Sul, apoiam oficialmente o conceito de um Estado palestino independente coexistindo com Israel como uma solução para o conflito no Oriente Médio. No entanto, muitos afirmam que só reconhecerão a Palestina como nação independente no âmbito de um acordo de paz abrangente. Já a Alemanha, que não está na lista de países europeus que vêm reconhecendo o Estado palestino e é uma das maiores apoiadoras de Israel na UE, dificilmente mudará sua posição. Curiosamente, a antiga Alemanha Oriental comunista era um dos países que reconhecia um Estado palestino, mas o reconhecimento cessou com a dissolução do país em 1990. Atualmente, o chanceler federal alemão, Friedrich Merz, vê o reconhecimento do Estado palestino como "um dos passos finais no caminho para alcançar uma solução de dois Estados". Reino Unido, Austrália e Canadá reconhecem Estado Palestino Ataques de Israel matam ao menos 34 pessoas em Gaza
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